Yellow Peril: Aquela Horrível Cara Amarela. Patrizia Barrera. Читать онлайн. Newlib. NEWLIB.NET

Автор: Patrizia Barrera
Издательство: Tektime S.r.l.s.
Серия:
Жанр произведения: Историческая литература
Год издания: 0
isbn: 9788835412007
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chineses, pela paz e porque não eram burros, dificilmente transgrediam essas regras que permitiam a todos uma coexistência pacífica, embora difícil. Não é por acaso que a invasão dos vigilantes organizou-se por volta das 20h30, ainda que durante o julgamento tenha se falado inicialmente de 18h e até 16h. Contudo, a verdade sobre o horário veio à tona quase imediatamente, também graças ao depoimento direto de um repórter e advogado de Los Angeles, um certo Horace Bell. Entretanto, seu testemunho não foi admitido nas atas do processo. Bell escreveu vários artigos sobre o assunto, sempre rejeitados pelos historiadores como "não confiáveis". Dado seu passado, certamente não exemplar. No entanto, Bell continuou a sustentar sua versão, descrevendo em detalhes substanciais o conluio entre o chefe de polícia Baker e a máfia chinesa, bem como a afirmação das autoridades locais quanto a uma política decididamente podre. Seu testemunho só pôde ser respaldado após a documentação ter vindo à tona, 140 anos depois.

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      Didascalia...Horace Bell em 1880. Trata-se de um personagem realmente interessante. Indico a leitura de sua história na internet.

       Bilderrain foi então atingido no ombro e caiu de joelhos, chamando ofegante por reforços, mas o grupo havia recuado dada a recepção pouco convidativa. Mesmo para homens treinados, não era aconselhável ficar cara a cara com os guerreiros Tong, especialmente em seu território.

      No entanto, Bilderrain afirmou que Thompson, empunhou heroicamente a pistola e como o "carrasco da noite" parece ter dito "Lá vou eu”! Enquanto, na esquina do edifício Coronel, o policial Celis gritava: "Cuidado, eles estão armados”! Assustado com o perigo, Thompson entrou SOZINHO no beco escuro, abriu a porta da casa de onde vinham os disparos e lá levou um belo tiro no peito, que o levou à morte cerca de duas horas depois.

      Nesse ponto, os policiais Celis e Kerren, abrindo caminho em meio às balas, puxaram o corpo sem vida de Thompson para fora do beco e levaram-no para a rua a fim de prestar-lhe cuidados pífios. A notícia do ferimento do homem e sua subsequente morte parece ter exacerbado a multidão que deu então início ao massacre. O resto é história.

      Essa foi a versão oficial levada a julgamento, e a ÚNICA a que os juízes deram crédito, embora muitos depoimentos de cidadãos respeitáveis a tenham negado várias vezes.

      É evidente que se trata de um laudo cômodo, que justifica plenamente a atuação dos policiais e exonera a fúria assassina da multidão, permitindo que o infeliz acontecimento seja considerado “uma loucura coletiva resultante da gravidade do período de crise econômica e da concorrência desleal dos chineses”.

      Mas é tão fácil provar que as coisas ocorreram de modo

      muito diferente.

      Em primeiro lugar, os testemunhos. O protagonista absoluto e herói público foi Bilderrain, que durante o julgamento afirmou ter “visto claramente Thompson abrir a porta e cair no chão com a bala no peito”. Nada poderia ser mais falso. Segundo seu próprio depoimento, posteriormente modificado, Bilderrain estava na entrada do beco quando pediu socorro, enquanto a casa de Yuen, de onde começaram os tiros, ficava dentro do Negro Alley, em uma área invisível do beco. Além disso, a menos que Bilderrain estivesse equipado com visão infravermelha, não era fisicamente possível ver nada no Negro Alley, porque a área não tinha iluminação. Também por essa razão, a polícia tinha muito cuidado em intervir em casos de tiroteio e, quando o fazia, ia equipada com luzes.

      O que parece muito estranho é a intervenção de Celis e Deck, que foram ordenados a não se mover do edifício Coronel. Poderia se dizer que transgrediram a ordem para salvar o amigo, mas mesmo assim não faz sentido. Em geral, os guardas atingidos eram abandonados por terra, principalmente se houvesse tiroteio na área. Além disso, não esqueçamos que Thompson NÃO ERA um policial, mas sim um vigilante — e um canalha, aliás — e, normalmente, havia rixas entre a polícia e os cidadãos que faziam a vez de combatentes improvisados. Geralmente, a polícia fazia questão de manter uma certa distância deles, e com grande desprezo. É, portanto, impensável que os dois tivessem violado uma ordem, arriscando a vida para salvar um homem que, provavelmente, também não deveria estar ali. Só para levá-lo para a rua e vê-lo morrer. Em vez disso, presume-se que os dois assassinaram Thompson ou que o empurraram em direção aos mafiosos, disparando primeiro para estimular o fogo direto sem lhe dar cobertura. Alguns depoimentos também mencionaram um terceiro policial, chamado Richard Kerren, que parece ter sido posicionado no beco em frente à loja de Yuen. Mais tarde, quando o processo foi arquivado, muitas testemunhas oculares lembraram-se de tê-lo visto pular para fora do beco logo após os primeiros tiros gritando: “Eles mataram Thompson"! Alguns momentos depois, Celis e Deck apareceram carregando o homem gravemente ferido. Portanto, os dois estavam DENTRO do Negro Alley e, logo, não entraram correndo APÓS terem ouvido os tiros, como testemunharam. Por fim, não podemos esquecer que os heroicos policiais Harris e Gard também estiveram presentes na área e que tinham como tarefa ficar de guarda no prédio. Como é possível que cinco deles não tenham conseguido defender Thompson, que levou dois tiros no peito à queima-roupa?

       Sendo assim, tudo sugere que o assassinato de Thompson foi um pretexto para justificar um massacre premeditado e organizado, que certamente envolveu também uma multidão de bandidos que agiu sob o olhar atento da polícia e de muitas figuras influentes do país. Que, naquela noite, estavam em suas posições e, de uma forma ou de outra, guardavam velhos rancores contra os comerciantes chineses. Muitos empresários foram acusados pelo juiz de terem participado ATIVAMENTE no massacre e, entre eles, havia homens proeminentes, como o vereador George Fall, que foi visto quebrando uma mesa de madeira e, em seguida, uma clava de ferro nas cabeças de dois chineses. A multidão enfurecida era composta principalmente de pais de família honestos que praticavam as profissões mais díspares e de maior concorrência com os chineses, como fazendeiros, criadores de bicho-da-seda, comerciantes de especiarias e agricultores. Mas não faltaram ferreiros, carpinteiros, açougueiros e gerentes de salões que, de uma forma ou de outra, tiveram relações comerciais diretas com os mafiosos chineses. Estima-se que cerca de 500 pessoas participaram do massacre, um décimo da cidade. As ações conduzidas têm um quê vagamente militar. Não se tratou de um grupo exaltado que, armado de fuzis e forcados, entrou em massa no Negro Alley, arrancando à força os chineses, mas sim de um assalto organizado e dirigido por poucos indivíduos. Os quais, portanto, poderiam ter sido facilmente reprimidos pela polícia, ao contrário do que o comandante Baker declarou em julgamento.

       Imediatamente após a morte de Thompson, que NÃO FOI socorrido, mas apenas levado em agonia para a rua para que todos o vissem, um esquadrão de homens experientes penetrou no Negro Alley atirando para chamar a atenção da máfia, porém mantendo uma distância segura. Isso permitiu que outros escalassem o telhado do edifício Coronel para posicionar pranchas de madeira. Dessa forma, os tiros de rifle puderam perfurar o alcatrão e almejar diretamente os chineses do lado de dentro, que foram rapidamente exterminados pela chuva de projéteis. Os disparos contínuos duraram cerca de dez minutos, até que alguém gritou do telhado: “Está feito, vamos entrar"! Com esse sinal, a multidão precipitou-se para dentro do edifício e através dos becos fracamente iluminados por lâmpadas chinesas, arrombando à força as portas das casas onde a população amedrontada tinha se barricado.

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