A Atriz. Keith Dixon. Читать онлайн. Newlib. NEWLIB.NET

Автор: Keith Dixon
Издательство: Tektime S.r.l.s.
Серия:
Жанр произведения: Современная зарубежная литература
Год издания: 0
isbn: 9788873042778
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era. Ele apoiou sua cabeça na coxa de Billie, e ficava olhando fixamente para ela com uma adoração doentia.

      Mai disse, ‘De qualquer modo, eu não tenho certeza se quero entrar nessa disputa. Será como um reality show na TV, sem nenhuma classe.’

      â€˜O que preocupa você?’

      â€˜Quem disse que estou preocupada?’

      â€˜Eu sei que você quer isso, mas não está demonstrando nem um pouco de entusiasmo.’

      Mai procurou um casaco leve em seu guarda-roupas e encontrou sua bolsa Hermès.

      â€˜Para realmente ser honesta eu não sei se eu tenho tempo. Ficarei presa aos ensaios pelas próximas quatro semanas e depois tem o Tornado – haverá estréias e assim por diante.’

      Tornado era um filme que ela tinha terminado de gravar quase um ano atrás, enquanto ainda estava fazendo o Terraço Amberside, e tinha levado muito tempo para o CGI (efeitos especiais) e a trilha sonora ficarem prontos. A abertura da peça tinha sido inteligentemente preparada para coincidir com a abertura do filme – os produtores esperavam ganhar dinheiro com qualquer burburinho que o filme pudesse gerar.

      Billie mexeu os ombros mas Mai pôde sentir que ela estava decepcionada: ela estava olhando para fora da janela observando os telhados escuros de Greenwich, como se de repente eles se tornassem interessados no assunto.

      â€˜Diga o que você acha, Billie. Não tenha medo de falar, como se eu fosse morder você.’

      â€˜Eu acho que você vai se arrepender se o filme for um sucesso. Dizem que um diretor arrogante já se inscreveu.’

      â€˜Isso não quer dizer nada. Os produtores poderiam até dizer que Spielberg e Lucas tinham demonstrado interesse, mas isso não significa que eles estariam por trás das câmeras quando começasse a gravação.’

      Billie desviou de novo o olhar, numa incursão da crítica, no entanto oblíqua, demonstrando uma certa ofensa. Ela não tinha nenhum envolvimento real com o show-business e não gostava quando Mai – ou qualquer pessoa – deixasse claro que os pensamentos e as ideias dela eram essencialmente de uma amadora.

      Mai não queria ferir seus sentimentos. ‘Eu vou pensar sobre isso,’ disse. ‘Eu só preciso descobrir como fazer.’

      Billie sorriu. ‘Eu sei que você seria ótima.’

      â€˜Eu tenho que lutar com essa maldita peça primeiro. O diretor já me odeia e continua falando sobre o ‘contrato social’ que Chekhov está tentando criar com o público. Estou tentando achar sentido para a personagem.’

      â€˜Querida, faça o que você sempre faz – utilize o sentimento humano. Não importa o contrato social, todos aqueles russos vitorianos eram humanos, não eram?’

      â€˜Quando eu tiver alguma evidência, eu vou te contar.’

      O taxi a levou diretamente para a porta do clube, de vez em quando o motorista olhava para ela, mas foi educado e agradeceu quando ela deixou a gorjeta.

      O clube estava discretamente situado em um armazém reformado não muito longe de Canary Wharf, tinha concessão exclusiva para o comércio, com um pequeno pórtico marrom em forma de meia concha sobre a porta. Derek estava atrás do bar com sua habitual jaqueta branca e camisa preta, dando instruções ao novo bartender sobre como misturar um de seus coquetéis. Há uma alta rotatividade no clube, em grande parte porque Derek é um tirano quando as portas se fecham, no entanto, agradável quando está com seus clientes. Ele olhou para cima, sorriu abertamente para Mai e fez um sinal com a cabeça apontando para a parte de trás do salão.

      Embora houvesse uma caverna no andar de baixo que abrigava o espaço do DJ, Mai sabia que a maioria das pessoas que ela conhecia estava reunida no fundo do salão. Era um local mais tranquilo e mais fácil para fofocar. O salão estava sutilmente iluminado como a câmara escura de um fotógrafo, facilitando evitar pessoas simplesmente por ficar de costas e ignorar a presença deles. Assim que ela passou pela porta, dezenas de pares de olhos brilhantes se voltaram para ela, da mesma forma que uma alcateia de leões que tinha acabado de avistar uma gazela.

      Stefan a notou imediatamente, o rosto dele estava iluminado sob seus cabelos loiros e curtos. Ele veio até ela, pegou-a pelo braço e a conduziu para uma mesa vazia, uma forma solícita e comicamente exagerada. Ele vestia uma camisa justa cinza da Pineapple Studios e uma calça preta de sarja e estava com um leve brilho em sua pele, como se ele estivesse trabalhando. Eles se sentaram nas cadeiras de couro que Derek tinha garimpado de um falido clube de cavalheiros.

      Stefan se inclinava intencionalmente.

      â€˜Agora, minha jovem, conte-me tudo. Como foi seu primeiro dia?’

      â€˜Eu tenho que te contar?’

      â€˜Você não me negaria a possibilidade de fofocar, negaria? Há alguma coisa que deva saber?’

      â€˜E eu que achava que você estava interessado em mim ... ‘

      Os olhos de Stefan se arregalaram ainda mais. ‘Oh, minha querida, eu estou. Eu realmente estou. Mas você precisa estabelecer algumas prioridades. Não vou negar a possibilidade de um romance. Agora me fale, como foi realmente? Assustador ou prazeroso?’

      â€˜Eu não conheço mais ninguém que usaria a palavra prazeroso numa conversa.’

      Stefan abriu os braços como para dizer, Esse é o milagre que eu faço.

      Mai disse, ‘Eles pararam de servir bebidas aqui?’

      â€˜Hmm ... será que estou percebendo alguma relutância em falar sobre hoje? Foi ruim?’

      â€˜Vamos dizer que o Pedro não escolheria ser muito diplomático. As perspectivas de carreira dele são limitadas.’

      â€˜Ele foi grosso?’

      â€˜Eu acho que ele preferia dizer que foi honesto.’

      â€˜Bem, minha opinião é ... dane-se.’

      â€˜Estou feliz que você demonstrou o que pensa.’

      Stefan deu um sorriso forçado. ‘Deixe-me pegar um drink para te consolar. O de sempre?’

      â€˜Por favor. Não com muito vinho branco.’

      Stefan foi até o bar para buscar o spritzer que ela tinha escolhido como sua bebida preferida. Agora que os olhos dela estavam aclimatados, ela olhou ao redor para as pessoas no salão – eles aparentavam na maioria vinte ou trinta anos, penteados deslumbrantes, sapatos brilhantes, incluindo seus dentes. Eram da mídia ou outro tipo – televisão, revista, moda. Ela conhecia muitos deles, ou pelo menos sabia o que faziam: Stefan era um experiente guia sobre quem era quem na mídia em Londres. Ele era um ano mais velho que ela e tinha ido direto da escola na área rural de Northampton para o centro de Londres, primeiro para estudar dança e depois para praticá-la. Ele tinha acabado de conseguir seu primeiro trabalho em uma companhia de dança contemporânea. Ela estava orgulhosa dele.

      Ele voltou e sentou-se próximo à ela, direcionando sua cadeira para dentro do salão e ficou como se estivesse assistindo à televisão.

      â€˜Estão todos bem esta noite, bom para uma segunda-feira. Veja aquele garoto com bigode falhado – você o reconhece?’

      â€˜Não, nem o bigode.’

      â€˜Ganhou a semifinal da Generation Ex na semana passada. Veio com aquela garota que