Nós precisamos de novas ferramentas, novas estratégias e um alinhamento de expectativa sem precedentes. O mercado não vai esperar a adequação, as pessoas não vão aguardar. E é por isso, que muitas empresas têm morrido ainda jovens neste mercado exponencial (2).
Mas, ao mesmo tempo em que a comunicação e o espaço digital nos apresentam uma série de desafios, também é exponencial o nível de oportunidades a que estamos expostos. E esse é o nosso foco. Aproveitar ao máximo e, de preferência, antecipar-se às necessidades de um mercado que gera demandas de forma contínua, mas nem sempre é compreendido por quem está inserido no cenário.
É fato que o tempo de adaptação exigido pelas empresas está sendo reduzido a cada dia e quem não se adaptar com certeza não terá um negócio nos próximos anos para contar história.
Caos é o novo padrão
Não existe uma forma de combater o excesso da produção de informação. Não vai acontecer e as previsões direcionam para um cenário cada vez mais caótico em termos de volume e relevância.
Se você considera os conceitos de Entropia e Teoria do Caos, já percebeu que no digital, um ambiente exponencial, as mudanças seguem o mesmo padrão. Não tente deixar tudo em perfeita ordem ou não espere que os resultados das suas ações sejam executados exatamente da forma como foi previsto.
O melhor caminho nesse caso é focar no resultado, porque é uma única variável que você pode avaliar. Agora, o restante, você vai perder seu tempo tentando fazer com que tudo se adeque ao que você acredita que seja melhor.
O caos de informação, de opções, de oportunidades, passa a ser uma constante em nossas vidas. Se a sua mentalidade não estiver no lugar correto, você facilmente vai se sentir sobrecarregado, cansado, exausto, inseguro e insatisfeito. E isso atinge uma esfera que vai além do profissional, impactando também na sua qualidade de vida (3).
Quando você compreende os efeitos e identifica o problema, você é capaz de lidar com ele.
No Marketing Digital, entender que você tem opções traz uma sensação mágica de acesso ao infinito.
Eu olho para empresas, campanhas, estratégias e os olhos brilham com tantas possibilidades. Mas quando um cliente chega, você fica restrito a um prazo, uma verba, ao humor, relacionamento, localização e tantas outras variáveis que te obrigam a vir para a realidade. E acredite, isso pode parecer horrível, mas na verdade a restrição de contexto é um dos maiores presentes que você poderia receber.
Cada cliente, cada empresa no digital, vem com um conjunto de restrições atrelado ao negócio. Saber utilizar as restrições de forma inteligente, entender o posicionamento do negócio no mercado, mesmo tendo amplo conhecimento de todas as limitações, isso sim é mágico.
Neste cenário, as restrições permitem que você coloque o caos sob controle e defina um caminho dentro de variáveis que você tem como mensurar, para então atingir o objetivo que você espera.
Não há nada que você possa fazer para evitar um cenário de caos. Se não há nada que você possa fazer e ele sempre estará lá, então é necessário considerar que este é o novo padrão. Diante disso, nós sempre podemos priorizar e ter o controle do que nós vamos fazer com o volume que é apresentado. Ter o conhecimento do cenário, do campo em que você está atuando, das suas condições, é essencial para obter sucesso. E isso não só no digital, mas na vida. E você sabe, conhecimento é poder, mas ele se torna uma vantagem competitiva somente quando você aplica e contextualiza o que tem em mãos.
Sabendo disso, quando você for executar o seu próximo projeto, automaticamente você estará ciente do cenário, do campo em que está inserido. Quando o caos de informação tentar te sufocar, você estará preparado, só aguardando para demonstrar através das restrições que você tem (de prazo, escopo, verba, pessoas) que você irá fazer o melhor com o que tem nas mãos, mas que o infinito não é uma possibilidade real, atingir o nível mais elevado de perfeição é impossível, logo, não existe.
Se você não luta com a perfeição, pode focar na execução, e isso trará benefícios incríveis para você e também para o seu negócio.
A partir de hoje, encare as limitações dos seus projetos como algo bom, porque sem limites, não temos execução prática, não é real. Se não é real, não traz benefícios. Mais uma vez, foque na execução. Deixe seus concorrentes se preocuparem com o restante. Você não trava, você entrega, você executa!
Online visto como uma camada e não como um outro ambiente
Se você utilizou a Internet nos anos 90, sabe que antigamente nós falávamos a seguinte frase: "Vou entrar na Internet." ou "Espera aí que eu vou conectar...". Nesse caso, aguardar 5 minutos para que uma pessoa estivesse online era algo normal, comum, muitas vezes eram 30, 40 minutos porque a linha do modem estava ocupada, ou alguém estava no telefone e precisava falar de forma urgente. Era normal esperar. Já foi normal esperar.
Hoje, nós não esperamos, nós não entramos, nós estamos conectados. É um estado, não uma ação que é executada. A mudança no nosso estado, também trouxe mudanças consideráveis na forma como nós vemos as pessoas. Especialmente os clientes, nosso público-alvo, os prospectos e os consumidores.
Recentemente fomos à São Paulo e já estávamos indecisos entre usar o Uber, o Cabify ou o 99Taxis. Como escolher? Optamos pelo aplicativo que fosse mais rápido de usar, não só em termos de desempenho na corrida, mas também no smartphone, o que aparentemente era mais seguro e ao mesmo tempo mais simples. Só nesse processo avaliamos vários fatores, mas ficamos felizes com a escolha. Mesmo considerando todos esses fatores, solicitamos uma corrida e o motorista estava demorando muito.
Começamos a nos preocupar com o horário, abrimos o aplicativo concorrente e vimos que havia um motorista mais perto. A solução foi cancelar e utilizar o outro serviço. Perceba que mesmo ponderando e decidindo, o mais rápido foi a solução mais viável. Vivemos em mundo que exige essa praticidade e agilidade e somos as mesmas pessoas que aguardavam 5 minutos para conectar e utilizar a internet.
Isso não funciona para todo mundo, mas é um fato para maioria das pessoas. No outro dia conversamos com um motorista que reclamou sobre isso, alegando que as pessoas não têm paciência e que se ele demora um pouco, a corrida é cancelada, porque as pessoas já pediram no concorrente.
Outro cenário muito comum é:
Você entrou em uma loja e queria comprar uma calça. Olhou as opções, percebeu cada uma das roupas, olhou o material, o tamanho, as combinações. Lembrou das peças que tinha em casa e que talvez poderiam fazer um bom par com a calça. Pensou nos sapatos, como ficam a altura, a combinação, quando iria utilizar e se valeria a pena o investimento num cenário onde considerou os próximos eventos da agenda.
Depois você pegou o celular, 10 minutos com ele na mão e uma decisão foi tomada. Pensou: "Vou para a próxima loja porque no caminho preciso passar na concessionária e essa loja, que fica próxima, tem mais opções e uma chance maior de encontrar o que eu preciso".
Você notou algo de errado nessa história?
Provavelmente não.
É um cenário comum, padrão. Mas quando falamos de comunicação com o público, muitas vezes ainda temos a visão dos anos 90, onde o público "entrava na Internet". Muitas vezes as pessoas acabam comprando um produto online dentro da loja. Se a sua necessidade não é imediata, você simplesmente gosta de um produto, pesquisa online e se o preço com o frete for mais interessante, você compra na hora.
Estar online é um estado, uma camada, e essa camada está sobreposta com nossas agendas, desejos, necessidades, tarefas, projetos, família, entretenimento, negócios e todas as variações que você puder imaginar. Esse é o estado de quem está