Esquecidas . Блейк Пирс. Читать онлайн. Newlib. NEWLIB.NET

Автор: Блейк Пирс
Издательство: Lukeman Literary Management Ltd
Серия: Um Mistério de Riley Paige
Жанр произведения: Современные детективы
Год издания: 0
isbn: 9781640298224
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sorriu-lhe e disse, “Fizeste um excelente trabalho de detetive ainda há pouco.”

      “Obrigada,” Disse Lucy.

      Ficou feliz. Todo e qualquer elogio vindo de Riley Paige significava muito para ela.

      Depois Riley disse, “Mas agora quero que tentes uma coisa um pouco mais avançada. Fecha os olhos.”

      Lucy fechou-os. Em voz baixa e calma, Riley deu-lhe mais detalhes.

      “Depois de matar Tilda Steen, o assassino enterrou-a numa campa rasa. Consegue descrever-me como é que isso aconteceu?”

      Como fizera durante o exercício, Lucy tentara entrar na mente do assassino.

      “Ele deixou o corpo na cama, depois saiu do quarto do motel,” Disse Lucy em voz alta. “Olhou cuidadosamente à sua volta. Não viu ninguém. Então levou o corpo para o seu carro e colocou-o no banco de trás. Depois conduziu até uma área florestal. Um lugar que conhecia bem, mas não muito próximo da cena do crime.”

      “Continua,” Disse Riley.

      Com os olhos ainda fechados, Lucy conseguia sentir a frieza metódica do assassino.

      “Parou o carro onde não o poderiam ver. Depois tirou uma pá da bagageira.”

      Lucy sentiu dificuldades por um momento.

      Era noite por isso, como é que o assassino vaguearia pelo bosque?

      Não seria fácil transportar uma lanterna, uma pá e um corpo.

      “Era noite de luar?” Perguntou Lucy.

      “Era,” Disse Riley.

      Lucy sentiu-se encorajada.

      “Ele apanhou na pá com uma mão e pendurou o corpo no ombro com a outra. Começou a percorrer o bosque. Caminhou até encontrar um lugar distante que sabia não ser frequentado por ninguém.”

      “Um lugar distante?” Perguntou Riley, interrompendo a recriação de Lucy.

      “Definitivamente,” Disse Lucy.

      “Abra os olhos.”

      Lucy abriu-os. Riley estava a arrumar a sua pasta para se ir embora.

      Disse, “Na verdade o assassino levou o corpo para o bosque do outro lado da autoestrada perto do motel. Só carregou o corpo de Tilda durante alguns metros. Podia ter visto luzes vindas da autoestrada e provavelmente usou a luz de um candeeiro de rua para enterrar Tilda. E enterrou-a de forma descuidada, cobrindo-a mais com pedras do que com terra. Um ciclista que ia a passar reparou no cheiro uns dias mais tarde e chamou a polícia. O corpo foi fácil de encontrar.”

      Lucy ficou surpreendida com este desfecho.

      “Porque é que não se deu a mais trabalho para esconder o crime?” Perguntou. “Não percebo.”

      Fechando a sua pasta, Riley franziu o sobrolho pesarosamente.

      “Eu também não,” Disse ela. “Ninguém sabe.”

      Riley pegou na sua pasta e deixou a sala.

      Ao vê-la partir, Lucy detetou amargura e desilusão na passada de Riley.

      Era óbvio que por muito desligada que parecesse estar, Riley ainda se sentia atormentada por este caso arquivado.

      CAPÍTULO DOIS

      Naquela noite ao jantar, Riley Paige não conseguia tirar da cabeça o “Assassino da Caixa de Fósforos”. Utilizara aquele caso arquivado como exemplo na sua aula porque sabia que teria notícias dele em breve.

      Riley tentou concentrar-se no delicioso guisado Guatemalteco que Gabriela tinha preparado. A sua empregada era uma cozinheira extraordinária. Riley esperava que Gabriela não reparasse que ela estava a ter dificuldades em apreciar o jantar naquela noite. Mas é claro que as miúdas repararam.

      “O que é que se passa, mãe?” Perguntou April, a filha de quinze anos de Riley.

      “Passa-se alguma coisa?” Perguntou Jilly, a menina de treze anos que Riley pensava adotar.

      Também Gabriela olhava para Riley com preocupação.

      Riley não sabia o que dizer. A verdade era que sabia que ia ser recordada do Assassino da Caixa de Fósforos no dia seguinte – um telefonema que recebia todos os anos. Não valia a pena não pensar no assunto.

      Mas Riley não gostava de trazer o trabalho de casa para o seio da família. Houvera ocasiões em que apesar dos seus esforços, pusera os seus entes queridos em perigo.

      “Não é nada,” Disse ela.

      As quatro comeram silenciosamente durante alguns instantes.

      Por fim April disse, “É o pai, não é? Incomoda-te que ele não esteja outra vez em casa.”

      A pergunta apanhou Riley de surpresa. As ausências recentes do marido andavam a incomodá-la. Ela e Ryan tinham-se esforçado muito para se reconciliarem, mesmo depois de um divórcio doloroso. Agora o seu progresso parecia estar a ruir e Ryan passava cada vez mais tempo na sua casa.

      Mas não era Ryan o que a preocupava naquele momento.

      O que é isso dizia de si?

      Estaria a acostumar-se à sua relação falhada?

      Desistira?

      As suas três companheiras de jantar ainda olhavam para ela, à espera que dissesse alguma coisa.

      “É um caso,” Disse Riley. “Aborrece-me sempre nesta altura do ano.”

      Os olhos de Jilly abriram-se muito demonstrando o seu entusiasmo.

      “Conta-nos!” Disse ela.

      Riley pensou no quanto podia dizer às miúdas. Não queria descrever os pormenores do crime à sua família.

      “É um caso arquivado,” Disse ela. “Uma série de homicídios que nem a polícia local, nem o FBI conseguiram resolver. Tento resolvê-lo há anos.”

      Jilly balançava na cadeira.

      “Como é que o vai resolver?”

      A pergunta espicaçou Riley.

      É claro que Jilly não a queria magoar – bem pelo contrário. A jovem tinha orgulho em ter como mãe uma agente do FBI. E ainda tinha a ideia de que Riley era alguma espécie de super-heroína que nunca falhava.

      Riley conteve um suspiro.

      Talvez tenha chegado o momento de lhe dizer que nem sempre consigo apanhar os maus, Pensou.

      Mas Riley disse apenas, “Não sei.”

      Era a mais pura verdade.

      Mas havia uma coisa que Riley sabia.

      O vigésimo quinto aniversário da morte de Tilda Steen era no dia seguinte e ela não o iria conseguir esquecer.

      Para alívio de Riley, a conversa à mesa virou-se para o magnífico jantar de Gabriela. A robusta mulher Guatemalteca e as miúdas começaram a falar em Espanhol e Riley tinha dificuldades em seguir o que diziam.

      Mas não fazia mal. April e Jilly estavam ambas a estudar Espanhol, e April estava a ficar bastante fluente. Jilly ainda lutava com a língua mas Gabriela e April estavam a ajudá-la.

      Riley sorriu enquanto ela via e ouvia.

      A Jilly parece bem, Pensou.

      Jilly era uma menina magra e de pele escura – mas já não a rapariguinha desesperada que Riley salvara das ruas de Phoenix há alguns meses atrás. Era amável e saudável, e parecia estar a ajustar-se bem à nova vida com Riley e a família.

      E April estava a provar ser uma excelente irmã mais velha. Estava a recuperar bem de traumas por que tinha passado.

      Por vezes quando olhava para April,