A Multidão. Stephen Goldin. Читать онлайн. Newlib. NEWLIB.NET

Автор: Stephen Goldin
Издательство: Tektime S.r.l.s.
Серия:
Жанр произведения: Научная фантастика
Год издания: 0
isbn: 9788885356443
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seria este um comentário triste sobre sua vida, ele se perguntou.

      Simpson terminou seu trabalho quase simultaneamente com a chegada da ambulância. Quando o corpo da Sra. Stoneham foi levado para o necrotério, Maschen fechou a cabana e junto com Simpson voltou para a cidade. Já era quase oito e meia, e o estômago de Maschen começava a lembrá-lo de que tudo que tinha tomado no café da manhã tinha sido a xícara de café.

      “O que acha do assassinato”, perguntou ao inflexível Simpson.

      “É incomum.”

      “Bem, sim, isso é óbvio. Nenhuma pessoa normal... deixe corrigir isso, nenhum assassino normal cortaria um corpo assim.”

      “Não foi isso que eu quis dizer. O assassinato foi feito por trás.”

      “O que quer dizer?”

      “O assassino matou a mulher primeiro, depois a amarrou.”

      Maschen desviou os olhos da estrada por um momento para olhar seu agente. “Como você sabe disso?”

      “Não houve corte na circulação quando as mãos estavam amarradas, e as cordas estavam muito apertadas. Portanto, o coração já tinha parado de bombear sangue antes de ela ser amarrada. Além disso, ela foi morta antes desses cortes serem feitos em seu corpo, ou então muito mais sangue teria jorrado.”

      “Em outras palavras, este não é o sádico tradicional que amarra uma garota, a tortura e depois a mata. Você está dizendo que esse homem a matou primeiro, depois a amarrou e a desmembrou?”

      “Sim.”

      “Mas isso não faz qualquer sentido.”

      “Por isso eu disse que era incomum.”

      Dirigiram o resto do caminho em silêncio, cada homem contemplando as circunstâncias incomuns do caso, cada um à sua maneira.

      Quando chegaram de volta à estação, Simpson foi direto para o pequeno laboratório para analisar suas descobertas. Maschen tinha começado a subir as escadas para seu escritório quando Carroll, sua secretária, desceu para encontrá-lo no meio do caminho. “Cuidado”, ela sussurrou. “Há uma multidão de repórteres esperando para te emboscar lá em cima.”

      Como os abutres se reúnem rápido, Maschen pensou. Gostaria de saber se alguém os avisou, ou se eles apenas sentem o cheiro da morte e do sensacionalismo e vêm correndo atrás dele. Ele realmente não estava esperando por eles tão cedo, e ele não tinha nada preparado para dizer. Seu estômago fazia com que ficasse consciente de que não tinha comido nada sólido nas últimas quatorze horas. Ele se perguntou se ainda havia tempo para correr para um rápido café d manhã antes de lhe verem.

      Não havia. Um rosto desconhecido apareceu no alto da escada. “Aqui está o xerife agora”, o homem disse. Maschen suspirou e continuou subindo os degraus atrás de Carroll. Ele sabia que não seria um dia bom.

      Até ele ficou surpreso quando chegou ao topo e olhou ao redor. Ele esperava alguns repórteres de alguns jornais do condado. Mas aqui o quarto estava cheio de gente, e o único que ele reconheceu foi Dave Grailly do San Marcos Clarion. Todos os outros eram desconhecidos. E não havia somente pessoas, máquinas também. As câmeras de televisão, os microfones e outros equipamentos de radiodifusão estavam cuidadosamente espalhados, com letras de chamada das três principais redes, bem como estações locais das áreas de Los Angeles e São Francisco. Ele se sentia oprimido com a ideia de que este caso estava atraindo uma publicidade muito maior do que ele mesmo havia antecipado.

      No instante em que ele apareceu, uma gritaria começou enquanto vinte pessoas diferentes começavam a lhe fazer vinte perguntas diferentes ao mesmo tempo. Tonto, Maschen só pôde ficar ali por um momento sob o bombardeiro de perguntas, mas finalmente recuperou a compostura. Ele caminhou até a área onde eles tinham montado os microfones e anunciou, “Senhores, se todos forem pacientes, eu pretendo emitir uma declaração em poucos minutos. Carroll, pegue seu bloco de notas e venha ao meu escritório, está bem?”

      Ele entrou em seu escritório e fechou a porta, apoiando suas costas contra ela. Ele fechou os olhou, tentando regular sua respiração e talvez acalmar seus nervos. Os eventos foram se empilhando um por cima do outro rápido demais para o seu conforto. Ele era apenas um xerife de um pequeno condado, acostumado com um ritmo descontraído e uma atmosfera fácil. De repente, o mundo parecia estar ficando fora de controle, perturbando a normalidade monótona na qual estava acostumado. Novamente, o pensamento de que talvez não devesse ser um policial cruzou sua mente. Deve haver centenas de outros empregos no mundo que eram mais bem pagos e menos desgastantes.

      Houve uma batida na porta atrás dele. Ele se afastou e abriu, e Carroll entrou, com o bloco na mão. De repente, Maschen percebeu que não tinha a menor ideia do que dizer. Cada palavra seria criticamente importante porque ele estaria falando não somente para Dave Grailly do Clarion, mas para as agências de notícias e redes de TV, o que significava potencialmente cada pessoa nos Estados Unidos. Sua boca ficou seca de repente com medo do palco.

      Ele decidiu, finalmente, manter os fatos conforme ele os conhecia. Que os jornais tirem suas próprias conclusões. Eles iriam fazer isso, de qualquer forma. Caminhou ao redor da sala conforme ditava para a sua secretária, parando frequentemente para que ela lesse tudo que já tinha dito e corrigir alguma frase que pudesse parecer estranha. Quando terminou, lhe pediu para ler tudo em voz alta duas vezes, apenas para se certificar de sua precisão. Então ele a deixou sair para digitar.

      Enquanto ela fazia isso, ele se sentou atrás de sua mesa e queria que suas mãos parassem de tremer. O pensamento de que ele não era adequado para o seu trabalho não deixava sua mente. Ele tinha sido um bom policial há trinta anos, mas as coisas tinham sido muito mais simples da época. O tempo passava por ele de forma permanente, deixando-o naquela estagnação com apenas uma pretensão lhe restando? Era a única razão que ele era capaz de ter sucesso como xerife, pois não havia realmente nada desafiador para fazer neste pequeno condado costeiro? E agora que o presente parecia estar finalmente se aproximando, ele seria capaz de enfrentá-lo como deveria?

      Carroll entrou com uma cópia digitada e uma em carbono para sua aprovação antes de fazer outras cópias. Maschen ficou nervoso com isso, levando um tempo enorme para ler o documento inteiro. Quando ele não podia mais adiar o inadiável, ele rubricou e devolveu o carbono para fazer cópias. Limpando a garganta várias vezes, ele saiu do seu escritório.

      Ele foi recebido pelo estalo dos flashes, o que o cegou temporariamente conforme ele tentava alcançar os microfones. Tateou seu caminho até encontrá-los. “Eu tenho uma declaração oficial a fazer neste momento”, disse ele. Ele olhou para o papel em suas mãos e mal podia ver as palavras por causa de todos os pontos azuis que pareciam fixos na frente de seus olhos. De forma hesitante, ele percorreu todo o caminho do seu discurso. Ele descreveu as circunstâncias da descoberta do corpo e o estado bastante horrível deste corpo. Ele mencionou a frase escrita na parede, mas não mencionou a hipótese de Simpson sobre o horário do assassinato. Ele concluiu dizendo: “Serão disponibilizadas cópias desta declaração para quem quiser.”

      “Você já tem algum suspeito” um repórter perguntou a ele.

      “Por que, uh, não. É muito cedo, nós ainda estamos assimilando os dados.”

      “Tendo em vista o fato de seu escritório ser tão pequeno, você planeja pedir ajuda do Estado ou ajuda federal para resolver o caso?” Essa pergunta veio de uma parte diferente da sala.

      Maschen sentiu a pressão sobre ele de repente. As câmeras de TV estavam olhando para ele com um olho grande, sem piscar. Ele estava ciente de que estava usando um uniforme sujo, não passado e que não tinha feito a barba naquela manhã. Seria esse tipo de imagem que iria se espalhar pelo país? Um caipira desgrenhado, descuidado que não consegue lidar com seu próprio condado quando algo realmente ruim acontece? “Até agora,”, ele disse deliberadamente, “as indicações são de que a solução para este crime está dentro das capacidades de meu escritório Não pretendo pedir ajuda externa neste momento, não.”

      “Você