Os olhos de Suki arredondados.
- Kotaro, também! - empurrou a cabeça na direção de Kyoko perguntando o que no mundo estava a acontecer.
Shinbe deslizou em direção a Toya.
- Então, qual é o problema?
Toya apenas olhou para ele como se o desafiasse a dizer outra palavra.
Suki agarrou o braço de Shinbe e o afastou de Toya antes que ele acabasse como Kamui, com um mamelão na cabeça.
Toya virou o brilho sobre Kyoko.
Ela parou e olhou para trás.
- Qual é o teu problema? E não batas em Kamui! - gritou, pisando na frente do guardião como se o protegesse. Ela não fazia ideia de que Kamui agora estava atrás dela, sorrindo para Toya como se ele tivesse acabado de ter conseguido uma vitória sobre ele.
Suki sabia que haveria uma briga. Pegando a mão de Kyoko, ela começou a arrastá- la pelo caminho.
- Vamos Kyoko, anda comigo por um bocadinho. - e Suki não deu tempo para discutir enquanto a puxava.
Não se sentindo tão seguro sendo deixado lá ao alcance de Toya, Kamui fugiu com as meninas, deixando Toya a olhar para as suas costas recuando.
Uma vez longe o suficiente de Toya, Suki virou- se para Kyoko.
- Agora, poderias, por favor, dizer- me o que diabos aconteceu? Por que Kyou te beijou? - e Suki quase gritou, olhando a sua amiga com preocupação. A ideia de Kyou beijar alguém era apenas... perturbadora.
Kyoko levantou os ombros.
- Eu não tenho a menor ideia por que ele fez isso. Eu estava a nadar. Ele flutuou para baixo e me assustou muito. Antes que eu soubesse o que ele estava a fazer, ele estava a beijar- me, e então ele saiu sem dizer uma palavra.
Kamui sentiu como se alguém tivesse dado um soco no estômago dele. Ele rapidamente pisou atrás de Kyoko, colocando uma mão firme no seu ombro.
- Kyoko, ele marcou- te? - perguntou com uma voz tensa.
Kyoko franziu a testa. Voltando- se, ela prendeu Kamui com um olhar confuso.
- Toya perguntou a mesma coisa. O que isso significa? Marcar- me? Como?
Os lábios de Kamui diminuíram.
- Para Kyou te beijar do nada assim, significa que ele está a pensar em fazer de ti a sua companheira de vida.
- O quê! - gritou Kyoko colocando as mãos nos quadris. - Tens de estar a brincar.
- Sem brincadeira... com esse beijo, Kyou já começou a colocar a sua reivindicação sobre ti. - Sombras entraram nos olhos de Kamui:
- Agora ele vai perseguir- te, pouco a pouco, até que ele te marque e faça de ti algo dele. - Ele deixou a mão cair do ombro dela. - Eu acho que pensarias nisso como um namoro.
De repente, entendendo mais do que ele queria, Kamui assobiou através dos seus dentes.
- É por isso que Toya está tão chateada, e então Kotaro vem, sopra e beija a tua bochecha. É a mesma coisa. Ele está a querer namorar- te também.
Kyoko não sabia o que dizer. Ela só ficou lá por um minuto. Então, olhando por cima do ombro de Kamui, ela notou Toya e Shinbe atrás deles, ainda perdidos no planeamento do seu próximo movimento enquanto se dirigiam para o leste.
Suki chamou a atenção de Kyoko de volta. "
- Ok, disseste três, Kyoko. Então, Toya beijou- te também, certo?
Ela balançou a cabeça, e em seguida, balançou a cabeça.
- Mas Toya realmente não me queria beijar. Foi uma espécie de... um acidente.
Kyoko olhou por cima do ombro novamente, percebendo que os outros estavam a vir.
- Nós brigamos com um demónio e Toya perdeu as suas adagas e o seu sangue demoníaco tomou conta dele. Ele matou o demónio e eu corri para um dos punhais mas ele apanhou- me assim que eu o alcancei. Pensei que ele ia me matar, mas... ele beijou-me. Então o contato com os punhais selou o feitiço e mudou- o de volta.
Suki olhou por cima do ombro para Toya, e depois de volta para Kyoko.
- Espere, queres dizer que ele mudou de volta enquanto ele estava a beijar- te? - e ela engatilhou uma sobrancelha quando Kyoko acenou com a cabeça.
Kamui sorriu:
- Eu sabia! Ele realmente gosta de ti. É por isso que na outra forma dele ele beijou- te em vez de matá- lo. Ele fez isso porque parecia certo para ele. Kamui afastou- se deles sabendo que Toya estava agora ao alcance da audição.
- Bem, vamos fazer companhia a eles. - decidiu Suki seguir o exemplo de Kamui e deixou isso por enquanto... Shinbe não era tão inteligente.
Shinbe virou- se para Kyoko, ouvindo a última declaração de Kamui.
- Então é por isso que ele está tão irritado! - sorriu imaginando se ele deveria adicionar o seu beijo à linha de namoro de Kyoko antes que se acostumasse.
Toya virou- se contra eles, coçando o pescoço.
- Vocês vão parar de falar porcarias sobre mim, bolas!
O seu pescoço já estava vermelho e Kyoko riu. Ela sabia que quando o pescoço de Toya começava a coçar assim, ele pensou que alguém estava falar sobre ele pelas costas e isso o irritava sem fim. Os dedos de Toya contorceram- se quando ouviu Kyoko rir.
Ele enviou um choque de prazer através do seu corpo e fez ele desejar que ela fizesse isso mais vezes. Ele olhou em volta percebendo que todos tinham finalmente parado de conversar. Satisfeito que ninguém mais falava dele, ele parou.
- Vamos lá, eu não sei o que fazer. Não temos tempo para brincar. Temos que parar Hyakuhei e recolher os talismãs antes dele. - inclinou- se Toya na frente de Kyoko. - Vamos lá, deixá- los encontrar o seu próprio caminho e tu vens comigo. Vai ser mais rápido. Ele esperou Kyoko subir. Pelo menos assim ele não teria que ouvir sobre os seus rivais.
Kyoko sorriu e subiu. Então ela colocou os braços em volta dele e deu- lhe um aperto gentil para que ele soubesse que ela estava pronta. De frente para todos para que ninguém pudesse ver, Toya fechou os olhos enquanto saboreava o abraço que tinha acabado de receber.
Abrindo os olhos de volta, luzes de prata brilhavam dentro das suas íris douradas e ele despachou- se a uma velocidade que rivalizaria com o vento veloz do seu irmão Kotaro.
Capítulo 3 “Beijos Perversos”
A brisa estava a ficar mais fria a cada minuto e Toya desacelerou notando uma aura maligna à distância. O sangue de Kyoko esfriou quando o sentimento não natural a sobrecarregou.
Toya pulou dos galhos altos, chegando a uma parada de derrapagem no topo de uma colina. Ela deslizou para o chão quando os outros rapidamente apareceram atrás deles olhando para a distância. Kyoko observava quando uma nuvem sinistra pairava sobre a área.
- Eu sinto- me um talismã. - Ela balançou a cabeça. - Não apenas um, há mais. - disse ela sem fôlego. - O mal em torno dos fragmentos é sufocante.
Suki andou por trás de Kyoko, ajustando a sua arma no seu ombro para facilitar o seu acesso em caso de batalha. - Eu pergunto- me se é Hyakuhei que estás a sentir? - Ela olhou para Shinbe enquanto ele caminhava ao lado deles, o seu casaco de trincheira e longos cabelos azuis da meia- noite soprando ao vento que agora estava a ficar mais forte.
Os olhos de Toya semicerraram- se e mudaram para prata derretida. Sentindo perigo perto deles, ele olhou para a esquerda e arremessou o braço para baixo. A lâmina metálica de um punhal brilhou para a vida dentro de sua palma.