Procuramos pois esclarecer quais são:
– Os princípios da aprendizagem (como aprende o jogador);
– Os princípios do ensinamento (como deve ensinar o treinador).
O objectivo principal tem de ser aquele de induzir mudanças positivas no comportamento e nos costumes da vida. O comportamento humano se distingue nas:
Acções inatas, que não temos que aprender e que não requerem nenhuma precedente experiencia;
Acções descobertas, que descobrimos mediante um processo individual de ensaio erro voltar a tentar;
Acções assimiladas, que adquirimos dos outros indivíduos com um inconsciente processo de emulação;
Acções concebidas, devem ser ensinadas e requerem um esforço voluntario baseado numa observação analítica precisa.
A afirmação que “se um jogador treina, melhora e aperfeiçoa as suas capacidades” não é taxativamente verdade, porque o treinamento determina comportamentos e adaptações quer que isso venha conduzido de forma adequada como inadequada.
Nem todas as adaptações e os comportamentos são úteis para a realização das diversas actividades desportivas.
Um treinamento eficaz e tanto como uma aprendizagem eficaz no jogo de futebol estão muito ligados à formação de atitudes, de hábitos e de movimentos correctos.
Primeiro, na ordem da importância, é a atitude contra a aprendizagem, seja da parte do treinador como do jogador.
Esta atitude deveria ser caracterizada por duas qualidades:
1. Mentalidade aberta;
2. Mentalidade ávida de saber.
Novas atitudes mentais essenciais por conceber e avaliar as ideias novas e aplicá-las, para colocar-se continuamente em discussão, mais simplesmente para actualizar-se continuamente.
Nem todas as ideias são boas pois é um erro aceitar logo uma nova ideia baseando-se num único critério da novidade, como é um erro não dar-lhe crédito sem avaliá-la.
Alguns desportos requerem de forma predominante o cuidado dos aspectos técnicos, outros daqueles atléticos: o jogo de futebol é um desporto onde é mais importante a capacidade do juízo.
À esta conclusão chega-se com uma simples analise:
● Uma partida de futebol dura 90′;
● A bola está em jogo durante cerca de 60′;
● Nos 60′ presume-se que cada equipa tenha a posse de bola pelo menos durante 30′;
● Durante estes 30′ a bola está muitas vezes no ar e fora do alcance dos jogadores;
● Todo o jogador em média pode ter a posse de bola durante mais de 2′ a 3′.
Depois desta análise fica espontânea uma questão:
A resposta é:
Aplica as próprias capacidades de juízo, toma decisões e faz escolhas.
Observamos depois que o futebol é uma das modalidades de aspectos variáveis, seja porque os jogadores e a bola podem mover-se por todo o campo, seja porque as regras por respeitar são poucas, percebemos que as situações mudam rapidamente e requerem da parte dos jogadores rapidez na execução e concentração. Tudo isto nos leva ao .
Para estimular os jogadores com sucesso o treinador deve tomar em consideração os seguintes factores:
1) O interesse: o jogador pouco interessado e motivado, dedica escasso empenho às actividades propostas.
2) O entusiasmo: o jogador que tem falta de entusiasmo não é útil a si próprio e ao grupo.
3) A colaboração: trabalhar junto ao grupo para o alcance do objectivo comum.
4) O exemplo: ver jogar uns campeões ou melhor vendo correctas acções de jogo, mediante o uso de filmados podem-se trazer melhoramentos na aprendizagem, seja sobre as atitudes como sobre os hábitos.
5) A frequência aos treinos: a qualidade do treino é mais importante que a frequência. Na presença de qualidade, mais tempo será dedicado ao treino maior serão os benefícios.
6) O conhecimento dos benefícios: quem obtém bons benefícios treina mais a vontade. Num treino bem realizado os jogadores dão-se conta dos progressos obtidos.
7) O espírito de competição: para desenvolver as próprias habilidades é necessária uma contínua procura de superação das próprias capacidades e dos próprios limites. Os jogadores melhorarão se forem dados tarefas cada vez mais absorventes à condição que não sejam muito difíceis.
8) A confiança: os treinadores deveriam ensinar aos jogadores a ter confiança, mas sobretudo encorajá-los a cultivar esperanças e ambições realizáveis.
Depois de ter estabelecido como o jogador aprende, é preciso estabelecer o que tem necessidade de aprender no treino futebolístico.
Quatro são as áreas do treinamento futebolístico:
– A técnica e a táctica (capacidades coordenativas);
– A condição física (capacidades condicionais);
– A compreensão (o que fazer e o que não fazer);
– A condição psico-social (comportamentos).
1) A técnica e a táctica: são os instrumentos da profissão, quanto melhores forem tanto mais eficazes, úteis e surpreendentes serão os resultados.
2) A condição física: as habilidades não são realizáveis se não são acompanhadas por uma boa condição física. Este será a matéria predominante das nossas lições.
3) A compreensão: consiste em aprender o que se pode fazer e o que é necessário fazer e distingue o bom jogador dos outros em paridade de condição física e técnico-táctica. Tentar alguma coisa que sabe-se que não pode fazer, é tanto grave quanto fazer algo bem no momento errado.
A compreensão requer:
– Conhecimento dos princípios do jogo e das regras;
– Intuição daquilo que está para acontecer;
– Decisão de escolher sobre o que é melhor fazer;
– Percepção do espaço e tempo;
– Acção, execução pronta e imediata daquilo que se escolheu.
4) A condição psico-social: saber estar no seio dum grupo (equipa), aceitando a diversidade (habilidade, comportamentos, capacidades físicas, experiencias….) colaborando para o alcance do objectivo comum é uma condição indispensável para completar as outras.
Antes de iniciar o desenvolvimento dos elementos fundamentais para o alcance duma boa condição física logo é necessário observar como deve ensinar o treinador e os princípios sobre os quais baseia-se uma eficaz acção de treino.
OS PRINCÍPIOS DO ENSINAMENTO
Os princípios ou regras de ensinamento desportivo servem para tornar óptima a capacidade metódica da acção de treinadores