em prosa francesa, vem contrariar o preconceito instituído de que escrever sob constrangimento é uma prática exclusiva da poesia, provando que a sua disseminação é uma das tendências fundamentais da literatura moderna de expressão francesa
150. Originalmente publicada entre o ano de 1991 e 2002, esta obra serviu ao investigador belga de ponto de partida para a reflexão sobre a escrita da banda desenhada no artigo «Comic strips and constrained writing», de 2003
151. Neste ensaio, o autor vai centrar-se na conceção de escrita, aplicando o conceito literário de «escrita por constrangimento», que designa todas as formas de escrita baseadas em regras preconcebidas, formais ou semânticas, ao campo da banda desenhada. Baetens analisa a maneira como algumas teorias da escrita por constrangimento podem ser úteis à análise dos problemas teóricos levantados pela composição de um romance gráfico e concentra-se na distinção entre duas maneiras de escrever: a integrada, ou completa, e a dissociada, ou incompleta. A dissociação consiste em separar quase totalmente a obra do parâmetro governado pelas restrições impostas. O processo de integração consiste na interação permanente de todos os parâmetros do texto da banda desenhada, sujeitos ou não à restrição inicial. Segundo Baetens, é necessário estabelecer uma distinção entre os mecanismos da escrita dissociada ←61 | 62→e da escrita integrada, pois até agora esta distinção não foi plenamente reconhecida e todos parecem assumir que a escrita é necessariamente um processo integrado, sendo os processos dissociados geralmente excluídos da atenção crítica
152.