– Achas que já estás grávida? – perguntou, acariciando-lhe o rosto. – Foi por isso que abordaste o tema? Não quero que tenhas medo de contar-me o que quer que seja. Nunca me chatearei contigo por algo que também é minha responsabilidade. Eras virgem na primeira vez que fiz amor contigo. Deveria ter sido eu a tratar dos métodos contracetivos.
– Não. Enfim, não sei, mas acho que não.
Devon apoiou a testa na dela e percebeu que já estavam a comportar-se como um casal. Confiava em Ashley e gostava de estar com ela. Tinha uma sensação de bem-estar que não podia negar. Talvez, afinal, William Copeland soubesse o que fazia.
– Bom, se estiveres, ótimo. A sério. Quero que me digas se achares que estás. E se não estiveres, depois resolvemos isso, está ?
– De acordo – disse ela, sorrindo e com as faces coradas.
– Que te parece se formos indo para a cama?
Ficou ainda mais vermelha e sorriu com timidez.
– Esforçar-me-ei por deixar-te grávida – sussurrou Devon junto ao seu ouvido.
– Amo-te muito, Devon. Sou a mulher mais sortuda do mundo. Estou desejosa de nos casarmos e de ser oficialmente tua.
Enquanto baixava a cabeça para unir os seus lábios aos dele, Devon pensou que estava muito enganada. A sortuda não era ela.
Capítulo Quatro
– Ashley, se não ficas quieta, nunca mais acabamos de pentear-te e maquilhar-te – disse Pippa desesperada.
– Continuo a pensar que deveríamos ter chamado uma profissional – disse Sylvia enquanto observava os avanços que Tabitha ia fazendo no cabelo de Ashley.
– Tabitha é profissional – disse Ashley. – É a melhor. E quem não quer os melhores no dia do seu casamento? E quem sabe mais de maquilhagem do que Carly?
– Isso é verdade – interveio Pippa. – Acho que as empresas de cosmética deveriam pagar-lhe pela promoção dos seus produtos.
– Fecha os olhos, Ashley – disse Carly. – É hora de pôr rímel. Só um pouco, não queremos que os olhos fiquem demasiado carregados no teu grande dia.
– Claro que não – disse Ashley, franzindo o sobrolho.
– Querida, estás pronta? – perguntou a mãe de Ashley do outro lado da porta. – Só tens dez minutos.
– Dez minutos? – repetiu Tabitha. – Não pode ser. Pode entretê-los, senhora Copeland?
– Não vou chegar tarde ao meu próprio casamento – disse Ashley. – Apressa-te, Tabitha. O cabelo ficará ótimo. Basta pores o véu sobre o carrapito.
– Basta pores o véu sobre o carrapito… – repetiu Tabitha. – Como se fosse assim tão simples.
Sylvia arregalou os olhos e interpôs-se rapidamente entre Tabitha e Ashley, colocando-lhe o véu sobre o elegante carrapito.
– Já está. Estás muito bonita, Ashley.
– Um pouco de brilho nos lábios e acabamos – anunciou Carly.
Uns segundos mais tarde, Carly afastou-se para que Ashley pudesse ver-se no espelho.
– Oh, meninas!
As suas amigas observaram-na no espelho.
– Estás linda – disse Pippa, quase a chorar. – És a noiva mais bonita que já vi.
– É verdade – disse Tabitha.
As quatro mulheres uniram-se num abraço.
– Meninas, chegou a hora de sair. Os vossos acompanhantes estão à espera. Não queremos que a noiva chegue tarde – disse a mãe de Ashley.
As amigas apressaram-se para a porta, com os ramos de flores nas mãos.
– O teu pai vem já buscar-te – continuou a sua mãe, aproximando-se. – Minha pequena, estás uma mulher – disse com lágrimas nos olhos. – Estás linda. Estou muito orgulhosa de ti.
– Não me faças chorar, mamã.
A mãe riu-se e pegou-lhe nas mãos para ajudá-la a pôr-se em pé.
– Espera que te arranje o vestido. O teu pai não para de andar de um lado para o outro. Já sabes que odeia atrasar-se.
De repente, bateram à porta.
– Deve ser o teu pai. Estás pronta, querida?
Ashley ficou nervosa e sentiu as mãos húmidas, mas assentiu. Chegara o momento. Estava quase a dirigir-se ao altar e a tornar-se a esposa de Devon Carter.
Lançou os braços em redor da mãe e abraçou-a.
– Amo-te, mamã.
A mãe retribuiu o abraço.
– Eu também te amo, pequena. Saiamos antes que o teu pai faça um buraco no chão.
Saiu antes de Ashley e ali estava o seu pai olhando para o relógio. Ao ouvi-las, levantou a cabeça e a sua expressão ficou mais doce. Os olhos encheram-se-lhe de uma intensa emoção e estendeu-lhe a mão.
– Não posso acreditar que vás casar-te. Parece que foi ontem que estavas a aprender a andar. Estás muito bonita, Ashley. Devon é um homem cheio de sorte.
– Obrigada, papá – disse, beijando o pai no rosto. – Tu também estás muito bonito.
A organizadora do casamento aproximou-se deles, agitando as mãos no ar. Acompanhou-os à entrada para o altar e esteve uns segundos a arranjar a cauda do vestido.
A mãe de Ashley entrou na igreja e sentou-se, deixando Ashley sozinha com o pai para que a acompanhasse até ao altar. A música começou a ouvir-se, as portas abriram-se e todos os olhos se fixaram em Ashley. Tremia-lhe o ramo nas mãos e rezou para que não lhe falhassem os joelhos. De repente, o vestido parecia pesar uma tonelada e, apesar do frio que estava lá fora, a igreja parecia uma sauna. Então viu Tabitha, Carly, Sylvia e Pippa no primeiro banco, sorridentes.
Por fim, o seu olhar parou em Devon e esqueceu os outros. Esqueceu-se do seu nervosismo e das suas dúvidas. Só conseguia pensar no facto de estar à espera no altar e que, daquele momento em adiante, ia ser dele. Uma sensação quente e delicada apoderou-se dela.
Então, o seu pai entregou-a a Devon. Ele sorriu-lhe e juntos voltaram-se para o sacerdote para que desse início à cerimónia.
Ao fim de um momento, deu-se conta de que não tinha prestado atenção à cerimónia. Só recordava os olhos de Devon e o calor que sentira enquanto ele lhe prometia amor, lealdade e devoção. E, claro, o beijo que Devon lhe dera ao serem declarados marido e mulher.
Ao fim de um momento, estavam a deixar o altar para trás, juntos, como num casamento. Foram para uma sala contígua esperar os outros e Devon puxou-a para si.
– Estás espetacular.
Beijou-a novamente, desta vez mais devagar e intensamente. Ele tomou o seu tempo para explorar a boca dela e, quando se afastou, Ashley agarrou-se ao seu braço para não perder o equilíbrio.
Em seu redor, começaram a ouvir-se vozes e viu que os convidados estavam a sair da igreja.
– Querida, precisam de ti na igreja para as fotos – disse a sua mãe aproximando-se de Ashley e Devon. – Os convidados vão agora para a receção. Há um carro à vossa espera para vos levarem quando acabarem de fotografar-vos.
Devon não gostava da ideia de posar para tantas fotografias, mas suspirou resignado e pegou na mão de Ashley para conduzi-la de volta à igreja.
– Acabamos já de seguida – sussurrou Ashley, – e depois