– Quis dizer que você precisa ser protegida de si mesma – Narissa disse.
Hannah fechou os olhos e balançou a cabeça. Os laços do chapéu fizeram cócegas em seu peito por causa do movimento.
– Não preciso de proteção.
Hannah estava ficando aborrecida com todo mundo querendo protegê-la, querendo salvá-la. Ela sabia o que fazia e o quanto se arriscava. Todos eram riscos que Hannah queria correr. Possuía um forte desejo de viver a vida como bem queria e não podia entender por que todo mundo tinha resolvido se pôr em seu caminho. Teria sido uma coisa se eles todos fossem lordes e ladies pomposos e apropriados, mas cada um deles tinha seus próprios descontroles.
Seth tinha sido um célebre libertino antes de se assentar com Narissa. Hannah conheceu Narissa quando ela foi convidada para uma casa de apostas apenas para mulheres. Para não mencionar o fato que Narissa montava cavalos em corridas masculinas. Ela também os treinava. Nenhuma daquelas atividades era algo que uma duquesa decente deveria fazer. E Ramsbury… Hannah pressionou os lábios. Ela nem começaria a falar dele.
Narissa colocou a mão no ombro de Hannah.
– Você é jovem e vivaz. Não enxerga os perigos.
– Eu sempre pesei os riscos antes de fazer alguma coisa – Hannah rebateu.
Narissa sorriu.
– Você não deseja se casar.
– Não tão cedo – Hannah disse e então logo adicionou: – E só se eu me apaixonar. – Esperteza da sua cunhada querer trocar de assunto não trocando. Ainda assim, a perspectiva de Hannah sobre o assunto permaneceria inalterada.
– Você reduzirá bastante a sua chance se se arruinar nesse meio-tempo. – Narissa bateu no ombro de Hannah. – Só quero o melhor para você. Talvez, no futuro, leve Brooke ou Katherine junto nas suas escapadas. Pelo menos você não estará sozinha.
Hannah congelou, o olhar dela foi para a árvore perto da sua sacada. Ela mal podia acreditar no que via. O que diabos estava acontecendo? Ela acotovelou Narissa.
– Olha.
Narissa olhou para a árvore e então olhou para Hannah com os olhos arregalados.
– Eu não…
– É claro que não. Foi Ramsbury. – Hannah olhou feio para o homem que estava à distância. Ela nunca deveria ter confiado naquele patife.
Narissa se virou para os homens.
– O que Ramsbury tem a ver com isso?
– Ele é um intrometido, só isso. Vamos voltar para casa. – Hannah deu meia-volta e começou a caminhar em direção à porta. Não queria discutir com Ramsbury. Não até que pudesse ficar cara a cara com ele.
Não havia dúvida de que Ramsbury pagaria por ter feito a árvore dela ser removida.
CAPÍTULO 3
Hannah respirou fundo enquanto entrava no salão. A última coisa que queria era entreter visitas. Mesmo assim, lorde Wayfair esperava por ela e Hannah não tinha razão para ser mal-educada com ele. Faria o seu melhor para ser uma anfitriã graciosa, então, assim que ele fosse embora, ela poderia lidar com Ramsbury.
Pregando um sorriso no rosto, ela atravessou o cômodo e foi até onde lorde Wayfair estava. Quando ela parou, ele pegou a mão dela e deu um beijo nas juntas.
– Boa tarde, milorde – disse Hannah.
Ele se endireitou e retribuiu o sorriso.
– De fato é, milady.
Hannah tirou a mão da dele e olhou em volta do salão, procurando pela bandeja de chá que tinha pedido quando o mordomo anunciou que ela tinha companhia. A bandeja de prata estava sobre uma mesa perto da parede mais distante. Hannah olhou para lorde Wayfair.
– Aceita uma xícara de chá?
O sorriso dele vacilou antes de ele responder:
– Sim, por favor.
Hannah atravessou o salão para ir até onde a bandeja estava e então se virou para ele.
– Leite e açúcar? – Perguntou.
Lorde Wayfair fez que sim.
– Um torrão.
Hannah serviu duas xícaras, então adicionou leite e açúcar. Erguendo as xícaras, ela se virou para ele.
– A que devo o prazer da sua visita? – Ela entregou uma das xícaras e ele a pegou.
Hannah sentou-se na poltrona enquanto esperava a resposta dele. O homem a encarava. Só ficava lá com um olhar estranho no rosto e encarando. O que diabos estava errado? Hannah engoliu em seco, obrigou-se a manter a paciência enquanto o pulso acelerava um átimo. Ela arqueou uma sobrancelha.
– Lorde Wayfair, há algo errado?
Ele sacudiu a cabeça.
– Não, não. Está tudo ótimo. – Lorde Wayfair baixou a xícara, então olhou nos olhos dela. – Ao menos espero que não.
– Temo não estar entendendo. – Hannah estreitou os olhos, concentrando-se, enquanto tentava desvendar aquelas palavras.
Lorde Wayfair se aproximou e pegou as mãos dela.
– Não há nada a temer. – Ele as apertou. – Eu que estou trocando os pés pelas mãos.
O coração de Hannah bateu com força no peito. Bom Deus, o homem ia pedi-la em casamento. Ela saltou para os pés e tentou puxar as mãos, mas ele as segurava com força.
– Espera. Não fique assustada – disse ele.
Hannah voltou a olhar para lorde Wayfair.
– Não estou assustada. É só que ainda não estou pronta para isso. – Mesmo se ela se casasse, lorde Wayfair não seria a sua escolha. Ele tinha falado com o irmão dela? Ela ficou pálida.
Ele deu um sorriso enorme.
– Lady Hannah, eu vim a me afeiçoar muito à senhorita. A senhorita me cativa e me diverte.
– Pare – disse Hannah, a voz falhando.
Lorde Wayfair a olhou cabisbaixo.
– Eu cheguei até aqui, permita-me terminar.
Hannah fechou os olhos e balançou a cabeça.
– Só desejo poupá-lo.
– Então a senhorita não se casará comigo? – Ele afagava a mão dela com pequenos círculos. – Não tema. Estou magoado, mas não derrotado.
Hannah abriu os olhos e ele soltou as suas mãos.
– Eu sinto muito. Eu só não estou pronta para um compromisso dessa magnitude.
Lorde Wayfair olhou para a porta do salão.
– Não se desculpe. Nenhum mal foi feito. Nós vamos continuar amigos.
– Sim. Amigos. – Hannah sorriu sem graça.
– Talvez com o tempo a senhorita venha a mudar de ideia. – Lorde Wayfair colocou um dedo sob o queixo dela e inclinou o rosto de Hannah até que os olhos deles se encontraram. – Se for assim, eu estarei aqui. Minha oferta ainda está de pé.
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