"Claro que não," ela disse.
Um pouco relutante, Wylerman deu a ela as direções para a casa de Eric Crouse. Mackenzie as digitou no celular, notando que, embora Wylerman pudesse estar interagindo com ela, a mente dele ainda estava lá com seus amigos em luto do lado de fora da igreja. Ele estava olhando naquela direção agora, limpando as lágrimas de seus olhos enquanto os observava pela janela do passageiro.
"Obrigada pelo seu tempo, Sr. Wylerman," disse Mackenzie.
Wylerman assentiu sem dizer qualquer coisa a mais. Então ele saiu do carro. Ele manteve sua cabeça abaixada antes até de chegar até a pequena multidão de pessoas. Ela podia vê-lo tremendo. Ela nunca entendera como as pessoas poderiam ter uma profunda fé em um Deus invisível, mas ela respeitava o senso de comunidade que era evidente entre aqueles que compartilhavam uma crença em comum. Ela se sentiu muito mais por Dave Wylerman naquele momento, assim bem como por aqueles que frequentavam a Palavra Viva e o vazia que eles sentiriam no Domingo de manhã.
Com esse senso de simpatia a empurrando para frente, Mackenzie arrancou o carro do estacionamento da Palavra Viva e dirigiu-se para oeste, para o que parecia ser onde primeira pista sólida nesse caso havia agitado.
CAPÍTULO NOVE
Eram 6:40 quando ela chegou em frente à casa de Eric Crouse. Ficava em um bairro abastado onde as casas eram mais importantes que os jardins, cada casa pressionada apertadamente contra a outra. A garagem estava fechada, tornando impossível saber se alguém estava em casa─apesar de que, dada a hora adiantada, ela assumiu que haveria alguém lá para atender a porta.
Enquanto fazia seu caminho até a porta, Mackenzie desejou que tivesse pegado outro café de algum lugar. Era difícil acreditar que ainda não eram sete horas. Ela fez seu melhor para sacudir os vestígios de seno do rosto ao bater a campainha da residência de Crouse. Imediatamente, ela podia ouvir passos atrás da porta. Segundos depois, a porta foi aberta apenas em uma fenda e uma mulher espreitou para fora.
"Posso ajudá-la?" a mulher perguntou, claramente desconfiada.
"Sim," disse Mackenzie. "E peço desculpas por ser tão cedo, mas isto é urgente. Sou a Agente Mackenzie White do FBI. Estou procurando por Eric Crouse."
A mulher abriu a porta lentamente. "É o meu marido. Ele está… bem, ele recebeu notícias terríveis esta manhã. Acho que é por isso que está aqui? Sobre o assassinato esta manhã?"
"É," disse ela. "Então, se eu pudesse falar com ele…"
"É claro," disse a mulher. "Entre, entre".
Mackenzie foi guiada para dentro da casa para o cheiro de bacon grelhando e café recém passado. A casa dos Crouse era bonita, mas não em excesso. Tinha pé direito alto, sancas, piso de madeira e bancadas de granito e um espaço de bar na cozinha. Na cozinha, a mulher a levou para uma ampla mesa de jantar; era o tipo de cozinha que também servia como sala de jantar. Um homem e um garoto de cerca de dez anos se sentavam a mesa. O garoto estava comendo uma tigela de cereal enquanto o homem dava um gole em uma xícara de café e lia algo de um notebook.
"Essa moça aqui é do FBI," disse a esposa de Crouse.
Crouse olhou acima, piscando de maneira o que está acontecendo. Então ele se levantou e caminhou até Mackenzie. Ele sorriu cansado para ela, que podia perceber pelo seu rosto que ele, assim como Dave Wylerman, havia tido sua boa parcela de choro essa manhã.
Crouse estendeu sua mão para um aperto e Mackenzie a aceitou. Ela observou seu rosto o tempo inteiro, procurando por algum deslize no que era ou um grande disfarce de emoção ou uma fachada para enganá-la. Ela não conseguia ver nenhum e, assim, não podia decidir se ele estava escondendo alguma culpa.
"Presumo que seja sobre o Pastor Woodall?" perguntou Eric.
"Sim," disse Mackenzie. "Há algum lugar onde possamos conversar?"
"Hum, sim," disse Eric. Ele olhou para o filho e deu um tapinha no ombro dele. "Você e a mamãe podem correr até o banheiro e terminar de se arrumar para escola Deixe esses dentes bons, OK?"
O garoto olhou para seu cereal, claramente não terminado, mas obedeceu ao seu pai. A mulher fez o mesmo, enquanto ela acompanhava o filho deles para fora da cozinha e em direção a um corredor que ficava logo a direita. Quando eles ficaram fora de vista, Eric olhou para garrafa de café no balcão e perguntou: "Café?"
"Sim, por favor. Seria fantástico, na verdade."
Eric entrou na cozinha e Mackenzie o seguiu. Eric pegou uma xícara de um armário e encheu-a com café da garrafa em cima do balcão. "Creme? Açúcar?"
"Preto está ótimo," ela disse. Ela estava bem certa de que ele estava enrolando, mas ao mesmo tempo, também tentando fazer seu melhor para ser agradável e hospitaleiro.
Quando ele a entregou o café, ela o agradeceu e deu um gole. Era bom e forte─exatamente o que ela necessitava.
"Então, como você descobriu sobre o Pastor Woodall?" ela perguntou.
"Recebi um telefonema de um dos presbíteros. Suponho que se você está aqui para falar comigo, você já sabe que eu era um presbítero lá até muito recentemente."
"Sim. Eu estava ciente. E eu entendo que houve um pouco de hostilidade e desacordo antes de você sair."
"Sim, suponho que sim."
"Você se importaria de elaborar a respeito do que você queria dizer com os comentários que você fez sobre as trevas e a luz? Sobre a Palavra Viva ser queimada pela luz?"
Eric hesitou, dando um gole de seu café. "Veja, a dificuldade aqui é que você se você me perguntasse exatamente a mesma pergunta ontem, eu teria te respondido com prazer. Mas as coisas são diferentes agora."
"Bem, Sr. Crouse, eu não tinha razão para perguntar-lhe ontem. Mas agora, eu tenho um pastor morto com o qual você estava em grave desacordo… um pastor com o qual você trabalhou de perto por vários anos e, de repente, começou a aparentemente não se importar muito."
"Justo," ele disse. Ele se inclinou um pouco para a direita, examinando o corredor como se para se certificar de que sua esposa e filho ainda estavam fora do alcance da voz. Quando ele estava confiante de que ainda estavam longe, ele se aproximou de Mackenzie. "Olha… eu descobri algo sobre o Pastor Woodall três meses atrás. A princípio, eu me recusei a acreditar, mas então eu vi provas. E não pude negar mais. Eu… bem, eu acho que eu não sabia exatamente como lidar com isso."
"E o que você descobriu?"
“Agente White… ele está morto. Recentemente morto. Que tipo de homem eu seria para maldizê-lo? A última coisa que eu quero é manchar o nome dele após a sua morte."
"Eu manterei discrição então," ela disse. "Ninguém mais além do meu supervisor e dois ou três agentes adicionais saberão."
"Tenho sua palavra nisso?"
"Sim," ela disse. "Embora, pelo o que eu entendo, você não teria se importado muito em arrastar o nome dele pela lama algumas semanas atrás."
Na verdade, Eric riu disso. "Você espera esse tipo de merda de igrejas de cidades pequenas… rumores e fofocas. Sim… eu provavelmente não fiz o melhor trabalho ficando quieto. Eu disse algumas coisas não tão sutis que possam ter levantado sobrancelhas. Mas, acredite em mim… com o que eu sei, eu poderia ter ido a público. Eu poderia ter manchado seu nome imediatamente. Mas não o fiz."
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