“Telefonemas ameaçadores? E sabe quem seria o autor das chamadas?”
“Não, mesmo se sempre tive dúvidas ou a convicção, se preferir, e era a mesma que tinha também a minha filha, de que quem a chamava era um seu ex-namorado", explicou a mulher. “A sua relação tinha terminado, vamos dizer, de forma não tranquila, tinham discutido gravemente. No último período do namoro deles, brigavam com frequência.”
“Entendo”, concordou Zamagni, “Precisaremos saber tudo sobre sua filha. Idade, que trabalho tinha, as suas paixões, endereços e nomes dos seus amigos. E este seu ex-namorado? Sabe nos dizer o seu nome? Qualquer informação que saiba sobre ele. E... uma coisa mais: atualmente, sua filha estava casada? Noiva? Solteira? Sabe, não podemos excluir nenhuma pista”
“Pelo que eu sei, agora Lucia estava solteira.”
O inspetor fez uma breve pausa para olhar um pouco ao redor.
O apartamento, situado no primeiro andar de um prédio de construção recente na periferia de Bolonha, parecia refinado, daqueles modernos, com uma decoração bem minimalista e combinações criadas com bom gosto. Nas janelas, havia cortinas e, durante o dia, a luz do sol iluminava perfeitamente cada espaço.
“O apartamento era de propriedade da sua filha?”, perguntou o agente Finocchi.
“Sim, claro.” Pelo que parecia, à senhora Balzani parecia uma pergunta supérflua.
O apartamento tinha sido pago completamente pela filha, explicou a mãe.
E tinha explicado também que Lucia Mistroni tinha um cargo bem importante na empresa onde trabalhava, embora sua filha nunca lhe tivesse dito que tipo de trabalho fazia.
“Então? Pode nos dizer o nome do ex-namorado da sua filha?”, perguntou Zamagni.
“Sim, me desculpem.”, disse a senhora Balzani, “A pessoa que procuram se chama Paolo Carnevali. Se não se mudou, mora na rua Cracovia, ao lado do Parque dei Cedri, no número... 10, acho”.
“Perfeito. Por enquanto, lhe agradecemos, senhora. Lembre-se que qualquer informação que puder nos dar, poderá ser útil para a investigação. E também uma outra coisa: a Polícia Científica irá verificar cada centímetro deste apartamento, na esperança que isso possa servir a encontrar o culpado deste crime, motivo pelo qual nos próximos dias não será absolutamente possível entrar aqui. Iremos isolar a área em seguida.”
A senhora concordou, compreensiva.
“Farei o possível para encontrar o assassino.”
Despediram-se e desceram novamente para a rua. O inspetor Zamagni e o agente Finocchi voltaram para o escritório da Central de Operações.
III