“Eu... estou sendo perseguida... por um morto!”
“É impossível. Tem certeza que está bem?”
“Sim. Sim, eu estou bem”, disse ela. “Estou sendo perseguida... por um morto!”, gritou.
“Onde mora?”, perguntou finalmente o agente, tentando ser rápida, “Vou mandar alguém.”
A mulher deu o próprio endereço e concluiu o telefonema implorando que fossem rápidos.
Quando chegaram dois agentes de patrulha, encontraram Mariolina Spaggesi em pânico.
“Tente tranquilizar-se, senhora. Gostaríamos que nos contasse tudo que está acontecendo”, explicou um dos dois agentes.
A mulher contou a eles do envelope recebido alguns dias antes e as flores recebidos aquela manhã.
“Quem é Massimo Trovaioli?”, perguntou um agente.
“O meu último ex.”
“E ele poderia ter alguma coisa contra você? Quando se deixaram, isso aconteceu de uma forma ruim?”
“Ele está... morto!”, gritou a mulher. “Ele é o... morto... que me persegue!”
Spaggesi continuava gritando, enfatizando sempre a palavra morto toda vez que a pronunciava.
“Desculpe-nos”, disse o outro agente, “Não nos está claro ainda este detalhe. Deve nos desculpar. Sentimos muito.”
“Não faz mal”, responde a mulher, depois de um momento de silêncio no qual tentou relaxar os nervos.
“Viu quem lhe trouxe estas flores?”, lhe foi perguntado, quando os dois agentes ficaram certos de ter passado o momento de impasse.
“Pareceu-me... o florista... aquele aqui em baixo, ao longo da rua San Vitale, mas não tenho certeza. Quando estou na rua, ando sempre tão rápido e não olho muito para as lojas.”
“Iremos verificar”, lhe garantiu um dos dois agentes de patrulha, voltando-se depois para o colega com um olhar de acordo. “Você, no entanto, deve permanecer calma. Vai nos prometer isso?”
“Vou tentar”, respondeu a mulher. “Vou tentar.”
“Bom. Nós nos empenharemos logo para esclarecer esta questão. Provavelmente foi um mal entendido.”
“Estou com medo”, disse a Spaggesi, “Façam alguma coisa, por favor”, implorou, como se não tivesse escutado as últimas palavras dos dois agentes.
“Tente se tranquilizar e beba um copo de água.”
O agente mais próximo da torneira da água, pegou o copo que encontrou ali ao lado, o encheu e o ofereceu à mulher.
“Beba em pequenos goles e vai ver que a ajudará a melhorar.”
A mulher bebeu seguindo o conselho e, permanecendo sentada, perguntou se seria um problema para os dois agentes, se ela não os tivesse acompanhado até a porta para saírem.
“Não há problemas, senhora.”
Mariolina Spaggesi ficou sozinha, sentada imóvel repensando o que acontecera, tranquilizada pelas palavras dos dois agentes: eles iriam se ocupar do problema, na esperança de resolvê-lo.
Quando os dois agentes, seguindo as indicações da Spaggesi, chegaram na floricultura, encontraram um aviso na porta: VOLTO LOGO.
Aquilo que deveria ser presumidamente o titular chegou com passo rápido, acelerando nos últimos metros vendo os dois agentes esperando.
“Estão me procurando?”, perguntou, “Aconteceu alguma coisa pela qual eu poderia lhes ser de ajuda?”
“Podemos entrar?”, disse um dos dois agentes.
“Por favor, por favor, claro.”
O homem abriu a porta de vidro e pediu que os dois agentes entrassem.
“Digam-me, por favor. O que aconteceu? Eu não os chamei. Não me roubaram nada.”
“Não estamos aqui por isso”, falou diretamente um agente.
“Então me expliquem.”
“Uma pessoa diz ter recebido um maço de flores de um morto”, começou a contar o agente com mais anos de carreira na polícia.
“Impossível”, disse o florista, “Os mortos não mandam flores para ninguém.”
“Diz também que lhes foram entregues pelo senhor ou por uma pessoa que trabalho com você.”
O olhar do homem ficou mais sombrio.
“Não entendo onde querem chegar.”
“Queremos apenas entender o que aconteceu”, explicou o agente mais jovem. “Esta pessoa está um tanto aterrorizada.”
“Quando isso teria acontecido?”
“Pouco tempo atrás... digamos umas duas horas?”
“Deixem-me pensar um instante.”
O florista fez uma breve pausa, depois voltou a falar.
“Eu trabalho sozinho, não existem ajudantes nem nada semelhante aqui. Não posso me permitir. Faço tudo eu: recebo os clientes, os sirvo e, se necessário, faço também as entregas à domicílio.”
“Quando chegamos aqui, o senhor não estava. Estava fazendo uma entrega?”
“Obviamente.”
“Nada é óbvio na nossa profissão”, disse um agente, como para dar a entender que não estavam fazendo exatamente uma visita de cortesia.
“Desculpem”, disse o homem, “Então sim, me ausentei dez, quinze minutos talvez, para fazer uma entrega.”
“Certo. Agora, pode nos dizer se fez uma entrega há mais ou menos duas horas atrás?”
Depois de uma breve pausa, o florista respondeu: “Acho que sim. Era uma senhora, talvez uma senhorita. Não sei dizer com certeza: não faço perguntas sobre a vida privada dos meus clientes. Em todo caso, era uma mulher.”
“Lembra-se do nome?”
“Não, sinto muito.”
“Pense bem. Reflita ainda um pouco. Estas informações nos poderiam ser úteis.”
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