– É isso que tu pensas? – inquiriu Jack. Ellie voltou-se surpreendida para o ver.
– Estás a dizer-me que te dás bem comigo? – perguntou. Ele sorriu sem afastar o olhar da estrada.
– Há muitas coisas que gosto em ti.
– Ah, sim? – perguntou ela. Então, apercebeu-se de que as suas palavras soavam a agressividade. – Quero dizer… Eu… Não esperava essa resposta, não sei o que dizer.
– Claro que o meu apreço desvanece-se perante a tua ridícula obsessão pelo meu irmão, mas espero que o ultrapasses – concluiu ele. Ellie inspirou profundamente e, por instinto, caiu no erro de defender algo que já era águas passadas para ela.
– Não há nada de ridículo no que sinto por Luke – disse, corrigindo-se rapidamente. Quase que desvendava o segredo.
– Não haveria se tivesses menos dez anos.
– A idade não tem nada a ver – replicou Ellie, virando-se para ele. – E no que te diz respeito? Com trinta e seis anos ainda não casaste. Se fosse a ti não perdia tempo. Não estás a adiar demasiado?
Jack sorriu enquanto ultrapassava um veículo.
– Não quando encontras o amor verdadeiro e sabes que não podes tê-lo.
Ellie demorou um bocado a compreender as implicações do que acabara de dizer.
– O amor verdadeiro? Queres dizer que estavas apaixonado por uma mulher e que a perdeste?
– Quero dizer que havia obstáculos que me impediam de chegar até ela. Com o tempo, decidi que o melhor seria romper com o compromisso e procurar outra pessoa, mas ainda não a encontrei – explicou, muito sério, surpreendendo-a novamente.
– Lamento, deve ter sido doloroso – disse Ellie com pena dele. Ela ficaria destroçada se tivesse renunciado a Luke… Antes de se aperceber da realidade.
– Obrigado. A verdade é que foi, e muito. Mas não ia desperdiçar a minha vida chorando por alguém que não podia ter – explicou. Ellie mordeu o lábio.
– Como me aconteceu a mim, queres dizer… – suspirou, desejando que a versão de Jack sobre o seu amor por Luke fosse a verdade em vez da dura e crua realidade. A verdade é que tinha desperdiçado muito tempo, tempo que já não podia recuperar.
– Não te sintas mal. Brevemente verás tão claro como eu o vi. E, então, todo um mundo de possibilidades abrir-se-á perante ti – assegurou. Ellie abanou a cabeça com veemência.
– Não! É demasiado tarde para isso – disse. Tinha aprendido que não devia voltar a cair na ilusão.
Jack seguiu pela pequena estrada que os conduzia para a casa de campo.
– Aposto o que quiseres que, quando terminar o Verão, terás esquecido Luke.
Não, ela não podia esquecer-se nunca, mas não pelas razões que ele pensava.
– O que é que eu ganho se tu perderes a aposta? – perguntou. Jack sorriu enquanto parava o carro junto à casa de campo, uma enorme construção com telhados de terracota, dessas que só se encontram na zona mediterrânica.
– Se ganhares, podes pedir-me o prémio que quiseres. Mas, e se ganhar eu? O que me darás? – perguntou ele com um estranho brilho nos olhos. Ela não podia ser menos generosa que ele.
– O que tu quiseres, certamente – respondeu. Estendendo a mão, Jack acariciou-lhe suavemente a cara com um dedo até chegar à ponta do queixo.
– Espero que mantenhas a tua promessa – disse, sorrindo antes de sair agilmente do carro. – Oh, por falar nisso… Há algo que deves saber… – acrescentou, abrindo a mala do carro.
Ellie, que estava a tocar na cara, maravilhada pelo formigueiro que a ligeira carícia de Jack lhe tinha produzido, baixou a mão imediatamente e saiu também do carro.
– Do que se trata? – perguntou. Não era bom sinal a forma como lhe brilhavam os olhos.
– Pois, quando disseste que não vinhas, a mãe acomodou Andrea no teu quarto, por isso acho que vais ter que dormir no quarto de hóspedes, junto ao meu.
Jack encaminhou-se para a casa sem ficar à espera de uma resposta, provavelmente porque já sabia qual seria. Ellie rangeu os dentes e olhou para ele, enquanto se afastava, com fúria. Era o que faltava… Primeiro descobria que se sentia inexplicavelmente atraída pelo homem que a tinha atormentado desde menina e, ainda por cima, para cúmulo dos cúmulos, tinham dado o seu quarto à noiva de Luke. Magnífico…
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