EFEITOS NA RESPIRAÇÃO
O dever do aparato respiratório consiste em reabastecer o oxigénio ao organismo e em eliminar o anidrido carbónico. O movimento produz na respiração as seguintes vantagens:
1. Redução do tempo de recuperação: o indivíduo treinado emprega menos tempo para voltar à respiração normal depois do esforço.
2. Menor aumento da frequência respiratória: o indivíduo treinado, em iguais circunstâncias de trabalho, tem uma frequência respiratória de base mais baixa em relação ao sedentário (12-16 actos por minutos).
3. Aumento da capacidade vital: a capacidade vital é a quantidade de ar, medido em litros com o espirómetro, que consegue emitir com uma expiração forçada, depois de ter feito uma inspiração máxima.
4. Aumento do tempo de apneia: a apneia ou suspensão voluntaria da respiração, aumenta em extensão no indivíduo treinado.
5. Aumento da capacidade da amplificação mecânica respiratória: os músculos respiratórios, e em particular modo o diafragma, com o exercício aumentam a sua potencia e a eficiência das suas contracções.
EFEITOS NO CORAÇÃO E NA CIRCULAÇÃO
O aparato circulatório é constituído pelo coração (bomba), pela grande circulação (artérias e veias que levam o sangue aos vários tecidos, aos órgãos do corpo e levam-no de novo ao coração), pela pequena circulação (que leva a sangue aos pulmões para oxigená-los e leva-o de novo ao coração). A actividade física produz evidentes efeitos no sistema cardo – circulatório, dentre os quais os mais expressivos, são:
1. Muda a forma do coração: o coração de um atleta torna-se quase esférico.
2. O coração fica mais grosso: aumenta de volume as cavidades internas (aurículas e ventrículos) e as paredes musculares engrossam-se.
3. Aumenta o alcance sistolar: a quantidade de sangue expulsa em toda contracção (sistólica) do coração é maior porque são aumentados os volumes internos e a força muscular.
4. Aumenta a capacidade cardíaca: a quantidade de sangue posta em circulação num minuto.
5. Aumenta a frequência cardíaca: durante o trabalho aumenta o número das pulsações por minuto. Recordemos que em paridade de trabalho o indivíduo treinado terá um número de pulsações menores graças à capacidade do seu coração de bombear uma maior quantidade de sangue.
6. Redução das pulsações em repouso: este é um dos efeitos mais facilmente controláveis, mas obtêm-se apenas graças a um constante e prolongado treinamento.
7. Redução dos tempos de recuperação depois do esforço: o sujeito treinado volta mais rapidamente ao ritmo cardíaco de repouso em relação ao sujeito sedentário.
8. Aumento dos capilares do coração: o coração fica bem aspergido e bem nutrido.
9. Aumento dos capilares nos músculos: a abertura de novos pequenos canais de irrigação sanguínea é importante para melhorar a nutrição dos músculos e para eliminar mais rapidamente as escorias produzidas pela contracção muscular.
10. Desvio de sangue: quando se está empenhado num trabalho físico intenso o sangue vem canalizado para os músculos empenhados e vem subtraído para outros sectores. São principalmente o intestino, o estômago, o fígado e o baço para ceder sangue para o trabalho muscular. Por este motivo quem está pouco treinado, acusa dores na coxa direita ou esquerda.
11. Facilitação do retorno de sangue no coração: durante o movimento, os músculos, com a sua contracção, “massagem” e “espremer” as veias que, graças às válvulas como ninhos de andorinhas, canalizam o sangue para o coração.
EFEITOS NA FUNÇÃO DIGESTIVA
O exercício físico acelera todos os actos da digestão, a partir daqueles mecânicos àqueles químicos e secretórios. O exercício reforça e torna mais velozes os movimentos do estômago e do intestino.
EFEITOS NO SISTEMA NERVOSO
O sistema nervoso central (S.N.C) é constituído por:
– Cérebro;
– Cerebelo (equilíbrio);
– Medula alongada;
– Medula espinal.
O sistema nervoso periférico (S.N.P) é constituído por:
– 12 Pares de nervos cranianos;
– 31 Pares de nervos espinais;
– Sistema simpático (regula os batimentos cardíacos, as acções respiratórias, a pressão sanguínea).
– Sistema parassimpático (regula o aparato digestivo e equilibra as reacções provocadas pelo sistema simpático).
O movimento é uma acção mais visível produzido pelo sistema nervoso: é a resposta motora para uma excitação nervosa.
Para que o movimento se realize são necessárias três fases:
1) Informação;
2) Elaboração;
3) Conhecimento.
Recebida a informação (rematar a bola) vem realizado um esquema ideomotor utilizando a memória de movimentos semelhantes já executados anteriormente. Preparado o esquema, o cérebro produz os estímulos nervosos adequados para deixar contrair os respectivos músculos com a adequada força e na apropriada sucessão. No movimento voluntario sobretudo se nunca foi executado anteriormente, os tempos relativos às três fases serão prolongados. Quando o movimento estiver repetido mais vezes, torna-se automático porque o esquema motor fica já conhecido e preparado; a execução do gesto torna mais veloz e precisa; controle do movimento fica automatizado. Portanto o exercício motor treina e educa os órgãos sensoriais, melhora e torna mais aguda a sensibilidade visual, auditiva, táctil, proprioceptiva (capacidade de analisar a posição do nosso corpo de olhos fechados) e equilíbrio.
EFEITOS PSÍQUICOS E SOCIAIS
A actividade motora desenvolve:
a) A capacidade cognitiva;
b) A capacidade imaginativa;
c) A capacidade prática.
A actividade motora melhora:
a) A atenção;
b) A memória.
Quando se disponibiliza para efectuar um exercício desportivo, comporta-se como quando se disponibiliza para perceber um conceito, para colher uma verdade, para resolver um exercício de matemática. Antes que ponham em foco os dados, isto é avalia-se o que se disponibiliza e os objectivos por alcançar, pois analisam-se as dificuldades por superar; de seguida reflecte-se e passa-se à acção; e por fim controlam-se os resultados e verifica-se a exactidão. Fácil resulta para perceber também como o desporto solicita os nossos estados emotivos e as nossas paixões (alegria, entusiasmo, satisfação, orgulho, etc.). A actividade desportiva ajuda quem tem problemas de timidez e de insegurança já que habitua a coragem e cria confiança em si mesmo.
AS FONTES PARA A PRODUÇÃO DE ENERGIA
É sabido que a quantidade da contracção de um músculo depende, essencialmente da percentagem do tipo de fibras que o compõem. A dotação ou a distribuição percentual das diversas fibras musculares é geneticamente determinada (Weineck 2001).
Distingue-se dois tipos de fibras musculares:
As fibras vermelhas do tipo l, subtis e