E de repente, uma mão forte se apoiou em seu ombro. Pensou se tratar do inimigo em sua captura, e partiu para uma luta corporal com seu adversário. Na escuridão, os dois travaram um embate corporal. Não havia espadas, mas Jacó colocou toda sua força no combate, e não relaxou seus esforços por um momento sequer. Ele batalhou pela sua vida.
É exatamente sobre isso que trata a oração da meia noite. É sobre a luta pela sua vida e destino. Quando você se sentir sua vida ameaçada, quando encarar circunstâncias que prejudiquem seu destino, o melhor lugar para resolver tudo é a arena da meia noite. À meia noite, você batalha com Deus, com homens, com espíritos. E você sabe que quando se luta pela vida, não se implora à pessoa para ser corajosa. Ele enfrenta a situação com suas últimas forças. Existem problemas em sua vida hoje que acredito só podem ser resolvidos com orações da meia noite. E você deve lutar como se fosse sua última batalha.
Jacó disse ao ser que batalhava contra ele (Jacó) que não o deixaria até ser abençoado. E essa deve ser nossa atitude quando entramos em oração. Temos que orar com a mentalidade do “fazer ou morrer”. Jacó insistiu e teve êxito. Recusou-se a deixar seu oponente a menos que fosse abençoado. Embora, algumas vezes, durante as orações, pareça que a situação esteja se complicando, mas você deve continuar até ver surgir sua vitória. Tenha sempre em mente que seu fim vitorioso está garantido.
Jacó saiu daquele lugar mudado. Recebeu um nome eternizado – Israel. Todos os seus medos foram dissipados, e Deus foi adiante dele a fim de suavizar o coração de Esaú. Durante a noite, seus medos se transformaram em coragem. Ele prosseguiu para encontrar o irmão e seu grupo de extermínio. Nesse momento, Deus transformou seus inimigos em amigos. De fato, a bíblia diz que, assim que Jacó partia do local da luta com o anjo – Peniel, “O sol nasceu” (32:31). O sol também irá nascer para você hoje, em nome de Jesus! Não há nada que você não possa obter através das orações da meia noite. Comece hoje, e logo os testemunhos começarão a te seguir.
Capítulo Dois
O Deus de Ana
A maioria das pessoas que exploram o potencial da oração da meia noite é aquela que precisa desesperadamente de uma intervenção de Deus em suas situações. Chegaram a um estágio onde, se Deus não fizer nada sobre suas circunstâncias, então estará tudo acabado. Digo, estão numa encruzilhada. Antes de você deixar o conforto de sua caba, privar-se de um sono reparador, para estar chorando e clamando a Deus para que intervenha em sua situação, então você já terá chagado ao ponto de desespero em sua vida. Às vezes, Deus também permite que cheguemos a esse estágio, de forma a nos fazer ver nossos limites, e ao mesmo tempo apreciar Sua habilidade de libertar e restaurar.
Vejamos a história de Ana em 1 Samuel 1:6-20:
“E porque o Senhor a tinha deixado estéril, sua rival a provocava continuamente a fim de irritá-la. Isso acontecia ano após ano. Sempre que Ana subia à casa do Senhor, sua rival a provocava e ela chorava e não comia…
“Certa vez, quando terminou de comer e beber em Siló, estando o sacerdote Eli sentado numa cadeira junto à entrada do santuário do Senhor, Ana se levantou e com a alma amargurada, chorou muito e orou ao Senhor. E fez um voto, dizendo: ‘Ó Senhor dos exércitos, se tu deres atenção à humilhação de tua serva, mas lhe deres um filho, então eu o dedicarei ao Senhor por toda sua vida, e o seu cabelo e a sua barba nunca serão cortados’.
“Enquanto ela continuava a orar ao Senhor, Eli observava sua boca. Como Ana orava silenciosamente, seus lábios se mexiam, mas não se ouvia sua voz. Então Eli pensou que ela estivesse embriagada, e disse: ‘Abandone o vinho!’
‘Não se trata disso, meu senhor’, respondeu Ana, ‘Sou uma mulher muito angustiada. Não bebi vinho nem bebida fermentada! Eu estava derramando minha alma diante do Senhor. Não julgue tua serva uma mulher vadia! Estou orando aqui até agora por causa da minha grande angústia e tristeza’.
“Eli respondeu, ‘vá em paz! E que o Deus de Israel lhe conceda aquilo que você pediu.’”
“Ela disse, ‘Espero que sejas benevolente com tua serva’. Então ela seguiu seu caminho, comeu, e seu rosto já não estava mais abatido.”
“Na manhã seguinte, eles se levantaram e adoraram ao Senhor; então voltaram para casa, em Ramá. Elcana teve relações com sua mulher Ana, e o Senhor se lembrou dela. Ana deu à luz a um filho e o chamou Samuel, dizendo, ‘Eu o pedi ao Senhor.”
Essa é uma história que você conhece bem. Ana estava casada com um saudável Levita (Elcana) do Monte Efraim em Israel. O casal tinha uma vida feliz e em harmonia, mas não podiam ter filhos. Após alguns anos, Elcana casou-se com uma segunda esposa – Penina. Esta chegou trazendo contenda, ciúme e acritude.
A casa de Elcana, que antes era pacífica, repentinamente se tornou um campo de guerra. O demônio da poligamia. Ana era a mais prejudicada. E como se isso não fosse suficiente (lamentando não poder ter um bebê), Penina começou a lembrá-la da infertilidade, e de como inútil e indesejada se tornou daquela casa.
Penina fazia chacota dela e chegava até a provocá-la quando iam à igreja. Depois de passar por tudo isso, a bíblia diz que Ana chorou copiosamente, e se recusava a comer. Acredito que Ana havia se tornado um fantasma de si mesma. Imagine uma pessoa que chora, não se alimenta, e se entristece anos a fio.
Essa era a condição dessa mulher. No versículo sete, a bíblia deixa claro que isso ocorria à Ana todos os anos, “Ano após ano era a mesma coisa”. Era a mesma privação da maternidade, a mesma zombaria, e o mesmo desapontamento; os mesmos esforços infrutíferos, e a mesma esperança frustrada. Eu oro para que qualquer situação negativa duradoura em sua vida seja quebrada assim que você ler essa mensagem, em nome de Jesus!
Há pessoas que passam por situação parecida à de Ana nos dias atuais. Elas começam um novo ano esperando conseguir o melhor ou, pelo menos, melhorar. Esperam um emprego melhor, um relacionamento melhor, um lar confortável, um matrimônio bem-aventurado, um nível espiritual mais elevado, etc. Mas o ano passa sem que se alcance essas expectativas. Alguns continuam nesse ciclo de falhas ano após ano. Sem promoção, sem sucesso. Algo que pareça mais movimentação e menos movimento.
Ana entrou nesse matrimônio com expectativas bem elevadas, esperando realizá-las ano após ano, mas ao invés disso só recebeu desapontamento, zombaria, escárnio e lágrimas. Graças a Deus ela decidiu resolver isso de uma ver por todas, escolhendo fazer isso à meia noite. Ela sabia que a meia noite era a arena de batalha mais apropriada para pessoas desesperadas.
Após o jantar (à noite) um dia em Siló, Ana se dirigiu ao tabernáculo. Ela foi para lá orando a Deus. Chorou diante dEle para que Ele mudasse sua história. Deus está sempre atento àquilo por que passamos, mas algumas vezes, Ele espera para ver nossa seriedade para mudar a situação. Se você se sente confortável com sua condição, Deus também o deixará permanecer assim. Nas se você se levanta e encara o problema, esperando que Deus faça a parte dEle, definitivamente você verá Sua poderosa mão agir a seu favor.
Ana estava desesperada (versículo 15, Tradução Boas Novas). Então ela decidiu que sua condição iria mudar naquela noite. Sim, até que você esteja desesperado, você não irá conseguir nada fenomenal de Deus. Aliás, desespero divino.
Ana foi para o tabernáculo à noite e orou: “Ó Senhor Todo-Poderoso, olha para mim, tua serva, e lembra de mim e me dê um filho.” Ela foi séria e direta ao ponto. Foi específica. “Deus, tudo o que preciso é de um filho e você o dará a mim nesta noite. Já basta!”, acredito que Ana disse isso a Deus.
Espero que você obtenha muito da oração.