Senti o sangue gelar-me nas veias.
Estava à minha procura.
Estava condenada.
O Blake não estava e de certeza que desta vez conseguiria saltar-me em cima e matar-me.
Estava a morrer de medo.
Apertei-me contra a cama na esperança que não me visse.
Da minha posição podia ver que o vampiro, cada vez mais impaciente, continuava a procurar-me por toda a casa, da cozinha à casa de banho.
Não demoraria muito a subir as escadas e a encontrar-me.
De facto, pouco tempo depois, ouvi-o subir as escadas dando risadas.
«Aqui estás!» disse, aproximando-se rapidamente com um olhar pouco tranquilizador.
Podia ver nos seus olhos a fome que tinha e o desejo de encontrar-me que lhe incendiava o corpo.
Não consegui dizer uma palavra. Estava paralisada.
Mais alguns passos e...
«Will, pára!».
Ouvi a voz sonante de Blake. Não conseguia vê-lo, porque tinha medo de desviar o olhar do Will, mas podia sentir a sua força.
Entretanto Will atirou-se sobre a cama e eu evitei-o por pouco, mas logo a seguir conseguiu segurar-me pela camisola e arrastar-me para debaixo dele.
Vi o seu rosto deformado pela ânsia e os dentes caninos que se alongavam, enquanto se aproximava cada vez mais de mim.
Gritei aterrorizada.
Já estava prestes a morder-me, quando Blake alcançou-nos no piso superior e bateu-lhe violentamente atirando-o para fora da cama, para longe de mim.
Recomeçaram a lutar de forma violenta.
Pareciam dois animais enlouquecidos, até que Blake empurrou o Will do corrimão abaixo, fazendo-o cair no piso inferior.
Debrucei-me para ver o seu cadáver esmagado lá em baixo, mas pelo contrário, vi Will levantar-se como se não fosse nada. Tinha uma força sobrenatural.
Ao meu lado, Blake atirou-se para baixo, onde recomeçou a bater-lhe ferozmente.
Só mais tarde notei a chegada de Peter, que com um salto felino lançou-se sobre as costas de Will.
«Blake, agarra a prata!».
Mesmo a tempo, Blake libertou-se de Will e correu para o sofá, levantou uma almofada branca e pegou numa grande moeda de prata.
Entretanto, desci ao piso inferior, tentando desviar-me da luta iminente. Estava terrivelmente preocupada que o Will pudesse fazer mal ao Blake.
Novamente, teria sido por minha culpa...
Entretanto Blake aproximou-se do vampiro e premiu-lhe a moeda na testa, fazendo-o gritar de dor. Após alguns segundos, vi o Will desmaiado por terra.
«Por algumas horas não nos dará mais problemas» murmurou Peter exausto.
«Obrigado, Peter. Se não me tivesses avisado, nunca chegaria a tempo».
«De nada. Não era preciso muito para perceber onde tinha intenções de ir, quando me chamou para dizer-me que não podia ir ao encontro com o Marley. Ao invés, tu surpreendeste-me! Pensava que o Will mentia quando me disse que o contato com a prata não tinha efeito sobre ti» exclamou o vampiro maravilhado.
«Pois».
«Compreendes que isto te torna único no nosso género e... Invencível!» admirou-o Peter.
«Não exageres... O que vamos fazer com ele?» Blake mudou de discurso, indicando o corpo desmaiado de Blake.
Estava por intervir e agradecer-lhes a ajuda, quando senti um frio terrível nas costas.
Voltei-me e percebi que estava mesmo em frente à porta de entrada escancarada.
Bastou-me apenas três passos e atravessei a porta. Dei por mim na estrada debaixo do céu coberto de nuvens.
Parecia que ia nevar.
Voltei a virar-me para os três vampiros em casa.
O Blake e o Peter estavam demasiado ocupados a mudar o Will de lugar para aperceberem-se de mim.
Aquela era a minha oportunidade. Tinha que fugir e procurar a minha tia.
Comecei a correr. Primeiro lentamente, pouco confiante, mas depois acelerei o passo.
Voltei-me. Ninguém me seguia.
Continuei a correr sem parar, até estar bem longe, numa estrada no centro de Dublin.
Fazia muito frio e muitas pessoas olhavam-me espantadas por eu usar apenas uma camisola.
Comecei a vaguear pela cidade sem destino. Não sabia o que fazer, nem quem podia contatar, uma vez que não tinha nenhum endereço, à exceção daquele da minha casa, agora abandonada.
Como poderia contatar alguém e fazê-los saber que estava livre e que podiam vir-me buscar?
Nem sabia onde ficava o Hotel Jolly e a cidade era enorme.
Por fim, tive uma ideia.
Dirigi-me a uma igreja qualquer.
De certeza que todos os padres conheciam o cardeal Siringer, pensei confiante.
Entrei na primeira igreja que encontrei.
Uma vez lá dentro, vi apenas uma velhota que acendia algumas velas.
«Desculpe-me, podia dizer-me onde posso encontrar o pároco da igreja» perguntei gentilmente à senhora.
«Está doente. Lamento. Se quiser falar com ele terá que esperar pela próxima semana» respondeu-me com cortesia.
Agradeci-lhe e saí da igreja desiludida.
Caminhei durante muito tempo pelas ruas.
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