Sanidade Antes, Magia Depois. Brenda Trim. Читать онлайн. Newlib. NEWLIB.NET

Автор: Brenda Trim
Издательство: Tektime S.r.l.s.
Серия:
Жанр произведения: Современная зарубежная литература
Год издания: 0
isbn: 9788835428527
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exatamente. Eu estava muito ocupada tentando não cobiçar o cara enquanto tentava descobrir por que ele me odiava ao mesmo tempo. E, então, havia as outras coisas que ele fez. Ele tinha um talento irreal para criar joias, armas e ferramentas impressionantes.

      Violet estendeu a mão para o amuleto quando ficou rígida e seus olhos se arregalaram. Seu rosto ficou branco como um fantasma e seu rosto se contorceu de terror.

      — O que foi? — dissemos Aislinn e eu ao mesmo tempo.

      — Meus filhos! — Violet não disse mais nada enquanto pegava o celular da bolsa. Comecei a roer a unha do polegar, enquanto Aislinn praticamente subia por cima do balcão.

      Violet estava prendendo a respiração quando tirou o celular da orelha e apertou a tecla. Ela procurou o número do seu outro filho e chamou. Ela respirou fundo e eu comecei a mastigar meu lábio inferior enquanto esperávamos que eles atendessem.

      Ela estava chorando quando terminou a chamada e ligou para o ex-marido. — Ei! Sou eu. Você teve notícias de Ben e Bailey esta noite?

      Lágrimas encheram seus olhos enquanto ela ouvia a resposta dele. Eu pulei do meu banquinho e coloquei a mão em seu ombro. — Não. Eles não atenderam quando liguei, então pensei em verificar com você. Tenho certeza de que não é nada. — Sua voz falhou, indicando que ela estava muito mais preocupada do que aparentava.

      Ele disse outra coisa que a fez serrar a mandíbula. Juro que ouvi algo estalar. — Não há razão para você fazer nada. Eu disse que iria mantê-lo informado. Eu estava apenas checando eles.

      Ela apertou a tecla de desligar enquanto ele ainda falava e olhou para mim. — As proteções que coloquei ao redor da casa foram ativadas. Eles não estão respondendo.

      Aislinn se virou para seu colega bar e disse que ela teria que sair. Peguei minha bolsa. — Isso não significa necessariamente que algo aconteceu, mas vamos verificar para ter certeza.

      Violet assentiu e se levantou. Ela tropeçou e se segurou no balcão. Passei um braço em volta de Violet quando suas pernas tremeram com seu primeiro passo. Aislinn nos encontrou no final do balcão.

      Rezei para que nada acontecesse com os filhos de Violet. Eles eram o seu mundo. Ela era uma das melhores mães que eu já conheci. Ela estava sempre fazendo pequenas coisas para eles. Ela fazia o impossível para sempre estocar proteínas especiais para Bailey porque ela era vegetariana. Eles tinham um ótimo relacionamento.

      Meu coração disparou ao mesmo tempo que uma sensação ruim apertou em volta do meu peito quando saímos para o ar frio do inverno. Nossa respiração soprou em nuvens brancas, eu apertei o ombro de Violet tentando tranquilizá-la e fazê-la se acalmar. Fiquei surpresa por ela ainda não ter desmaiado com a forma como seus pulmões pareciam terem parado de funcionar.

      Pelo menos foi assim que pareceu quando notei que a nuvem branca na frente de seu rosto lembrava a cena em filmes de terror quando a próxima vítima infeliz acabava trancada num porão e abria um grande freezer. Sabe aquela cena em que a névoa de gelo branca gira no ar acima do freezer logo antes de dispersar e a pessoa começa a gritar ao ver partes de corpo congeladas.

      Certo, não é a melhor imagem para se ter no momento. Limpei isso da minha mente e me agarrei à crença de que eles estavam bem. Eu não tinha certeza se a mulher que se tornou minha melhor amiga sobreviveria se alguma coisa acontecesse com eles.

      Coloquei Violet no banco do passageiro em meu Mustang, enquanto Aislinn pulava no banco de trás. — Eles estão bem. Talvez eles estejam assistindo a um filme e desligaram os telefones. — Aislinn estendeu a mão através dos assentos e apertou a mão de Violet.

      Violet fungou e seu corpo começou a tremer. — Não, algo aconteceu. Meu instinto diz isso. Temos que encontrá-los. Eles têm que estar bem… — Sua voz falhou no final e seus ombros tremeram com um soluço.

      Saindo do estacionamento, virei para a rua e tive que checar minha velocidade. Meu pé se recusava a afrouxar o pedal. Eu não tinha ideia do que faria se fossem os meus filhos. Como mãe, minha vida consistiu em nutri-los e protegê-los durante metade da minha vida.

      O céu escureceu e o ar ficou mais denso quando entrei na rua de Violet dois minutos depois. — Está sentindo isso?

      Violet voltou os olhos cheios de lágrimas para mim. Uma olhada no meu espelho retrovisor e vi o reflexo de Aislinn balançando a cabeça de um lado para o outro. — Não sinto nada. E você, V?

      — Eu não posso sentir qualquer coisa neste momento. E eu digo literalmente. Meu corpo está dormente — sussurrou Violet, enquanto seu olhar permanecia cravado em sua casa.

      Parei ao lado do meio-fio e ela saiu pela porta antes que eu desligasse o motor. Aislinn e eu a seguimos um segundo depois. — O que você consegue sentir? — Os olhos de Aislinn percorreram a vizinhança ao nosso redor.

      A cidade era pequena com mais da metade da população sendo sobrenatural. Eram cerca de dezesseis quilômetros, com a praça principal sendo o centro. A maioria das casas ficavam mais próximas do centro, com um punhado em áreas remotas. Violet morava no meio da cidade, não muito longe de sua livraria.

      Violet parou na soleira e olhou para nós. Seu rosto era da cor da máscara de Michael Myers e seus olhos azuis estavam brilhantes e cheios de preocupação. Foi então que percebi que a porta da frente estava entreaberta.

      Aislinn e eu corremos para alcançá-la. Meu estômago azedou e a bile encheu o fundo da minha garganta. A porta aberta combinada com aquela sensação opressora da qual eu não conseguia me livrar e a certeza de Violet de que seus filhos estavam em apuros me convenceram de que ela estava certa.

      — Violet, espere. Deixe-me ir primeiro. — Corri passando por ela antes que ela pudesse me dizer não ou entrar primeiro.

      Sua casa tinha um piso plano aberto e depois de um curto corredor se abria para uma sala de estar com uma cozinha conectada. Tudo o que vi foram alguns cobertores e almofadas espalhadas pelo chão. Meu peito apertou e tive dificuldade para respirar. Tentei captar qualquer indício de magia lançada na área, mas era muito nova nesse lado da minha herança para saber se o que sentia era alguma coisa ou não.

      Violet parou no meio da sala e se abaixou para pegar algo debaixo da mesa de centro. Comecei a tremer como ela quando notei o celular de Bailey em sua mão. A adolescente nunca ficava sem a coisa.

      — Bailey! Ben! — gritou Violet, mas não houve resposta.

      — Vou verificar os quartos deles — ofereci e corri para o segundo andar, onde os três quartos estavam localizados.

      O quarto de Bailey foi o primeiro. Ela não estava lá. Sua mochila estava na pequena mesa no canto, mas não havia mais nada fora do lugar. Sua cama estava feita e suas roupas estavam no cesto.

      Entrei no quarto de Ben e vi a cena oposta. Seu edredom azul-escuro estava amarrotado na ponta da cama e eu não conseguia ver o chão debaixo das pilhas de roupas, sapatos e equipamentos de jogo. Eu me perguntei como ele conseguia encontrar alguma coisa naquele luga, mas aquilo também correspondia ao garoto que eu conhecia.

      Espiei o quarto principal e encontrei-o impecável com a cama feita. O que quer que tenha acontecido, não havia chegado ao segundo andar. Voltei para a sala e disse isso a Violet e Aislinn. — Precisamos ligar para a polícia e pedir ajuda.

      Violet assentiu e enxugou as lágrimas que agora escorriam pelo seu rosto. — Vou ligar para Lance.

      — E eu vou ligar para Camille e Sebastian. Podemos lançar alguns feitiços de localização e encontrá-los. — Eu queria tranquilizá-la e dizer que eles estavam bem e que chegaríamos a eles a tempo, mas não o fiz. Eu sabia que não devia dar falsas promessas a ela.

      — Não vamos parar de procurá-los até que os encontremos — prometeu Aislinn.

      — Sebastian estará aqui em cinco minutos. Camille mora no final da rua e deve chegar aqui…

      — Agora mesmo. — A voz de Camille me cortou no meio da frase.