– Descontrai – disse ele, afastando-lhe o cabelo húmido da testa. – É só um segundo, querida.
Mac ficou imóvel durante o que lhe pareceram horas, enquanto ela se habituava à invasão. E depois começou a mover-se, devagar, olhando-a nos olhos para saber se a estava a magoar.
– Dói-te?
– Não... podes voltar a fazê-lo?
Rindo, um som rouco, masculino, ele assentiu com a cabeça.
– Vou tentar.
Juno entrelaçou as pernas na cintura dele e agarrou-se aos seus ombros enquanto a invadia de novo, uma e outra vez, sem parar, cada vez mais rápido e com mais força, os gritos dela pontuados pelos rugidos de Mac quando o prazer se transformou numa onda que os levou.
Esteve na crista da onda durante o que lhe pareceu uma eternidade, sentindo um prazer indescritível enquanto perdia a noção de tempo e espaço.
Capítulo Seis
Juno estava praticamente deitada sobre ele, as costas contra o torso masculino. Podia sentir a ereção tocar-lhe o traseiro enquanto ele lhe acariciava languidamente os seios com uma mão.
– Estás pronta para ser avaliada? – troçou Mac.
Juno sorriu.
Deveria sentir-se envergonhada, mas sentia-se letárgica, saciada, tão contente consigo mesma que era impossível sentir algo mais. Fizera-o. Finalmente descobrira porque todos falavam tanto sobre sexo... e tinha sido glorioso.
– Se não for pelo menos um dezanove, não quero saber – respondeu, seguindo a brincadeira.
– Mas vamos ter que esforçar-nos um pouco mais, querida. Isto soube-me a pouco.
Tinha sido fabuloso, bem mais do que ela esperara. Talvez ela não tivesse sido a melhor parceira sexual de Mac, mas pelo menos não o desapontara.
Usando uma das típicas analogias de Daisy, voltara a andar na bicicleta da qual se desmontara seis anos antes. E como predisse a amiga, fora uma viagem espetacular.
Mas quando tentou mover-se, fez um esgar ao sentir um ardor entre as pernas.
– Dói-te? – perguntou-lhe ele.
– Não, não é nada. É que passou muito tempo.
– Quanto tempo?
Ela afastou-se um pouco, sentindo-se ligeiramente envergonhada.
– Algum tempo, não interessa.
Mac passou-lhe os dedos pela curva do pescoço.
– Não tens motivos para te sentires envergonhada. És uma mulher bela e apaixonada, querida. Só estou a perguntar por curiosidade. Quanto tempo passou?
Juno soltou um suspiro. Poderia mentir-lhe, mas não serviria de nada.
– Seis anos.
– Seis...? Seis anos? – repetiu ele, atónito. – Mas então eras uma criança.
– Não era uma criança – respondeu ela, incomodada. – Sabia muito bem o que estava a fazer.
Não estava preparada para as consequências, mas isso já não importava.
– O que aconteceu? – perguntou Mac, acariciando-lhe o ombro.
Juno abanou a cabeça. Não podia fazer aquilo, não podia ter tal intimidade com aquele homem. O que tinham feito não significava nada para ele. Afinal, era uma estrela de Hollywood e, além do mais, sabia muito bem que não devia confundir sexo com amor.
– Foi há muito tempo... a sério, não tem importância.
Quando se ia levantar, Mac segurou-a pela cintura.
– Não te vás embora, fica cá a dormir. Não te farei mais perguntas, prometo.
Deveria ir-se embora, mas a tentação era tão forte...
– Acho que não devia.
– Vamos, querida. Precisamos ambos de dormir um pouco e é muito tarde. Não será fácil encontrar um táxi a esta hora.
– Não sei...
– Volta para a cama. Amanhã levo-te aonde tiveres que ir.
Juno bocejou e depois soltou uma risadinha.
– O sexo é fatigante, não é? – troçou Mac, puxando-a.
– Não posso ficar muito tempo – murmurou Juno, tentando disfarçar outro bocejo.
Não podia ficar a noite toda, mas não havia nada de mal em ficar apenas um pouco mais, pensou.
E era tão agradável ele abraçá-la daquele modo...
Quase sem se aperceber, fechou os olhos e deu permissão a si mesma para saborear aquilo. Pelo menos, por um pouco.
Deveria tê-la deixado ir. Por que lhe pediu que ficasse?
A pergunta atormentava Mac enquanto sentia o ligeiro peso de Juno sobre o seu torso. Apagara a luz do candeeiro e um raio de luar fazia com que o cabelo dela parecesse de ouro...
Não evitara sempre precisamente aquilo, o típico abraço depois de fazer amor? Partilhar a cama com uma mulher fazia-o sentir-se claustrofóbico. Por que motivo não sentia claustrofobia naquele momento? Por que gostava tanto de sentir os batimentos do coração dela, de sentir o suave toque do seu cabelo?
Algo acontecera a Juno seis anos antes, algo desagradável, era óbvio. Caso contrário por que passaria seis anos sem fazer amor?
E por que se sentia absurdamente responsável?
Fora paciente com ela, apesar de ter tido que fazer um grande esforço. Mas, por alguma razão, precisava de abraçá-la naquela noite, mantê-la ao seu lado, confirmar que estava bem.
Mac fechou os olhos, uma série de imagens daquele dia davam voltas na sua cabeça: Daisy e Connor na igreja; o bebé a dormir nos braços do irmão; a expressão assustada de Juno quando o vira nu.
Era lógico que se estivesse a comportar de uma forma irracional, aquele dia estava a ser uma montanha russa.
Ir ao casamento de Connor fora um erro. Sabia-o desde o princípio, mas deixara que a atração que sentia por Juno o guiasse e, no processo, reabriu velhas feridas. Aproveitara-se de uma rapariga que era praticamente virgem, usando aquela atração para que as feridas permanecessem fechadas e teria que pagar por isso.
Estava com um peso na consciência. Os remorsos típicos de um rapaz educado na religião católica, mais nada. Não se sentia responsável por ela, sentia-se culpado por a ter usado. Especialmente depois de saber como era inocente.
Mac esboçou um sorriso enquanto respirava o aroma do champô dela.
Por que razão estava aborrecido consigo próprio? Tinham-se divertido, muito mesmo. Tinha a certeza que Juno tivera o seu primeiro orgasmo... e até lhe agradecera. Apesar de tudo, gozara. E isso era o mais importante, não era?
Mac ficou novamente excitado ao recordar o prazer que ambos sentiram. Mas repeti-lo não seria boa ideia porque no dia seguinte teriam que despedir-se.
Tinha que voltar à sua vida em Laguna Beach e ao trabalho que tanto o entusiasmava e esquecer Connor, a família e a mulher que tinha nos braços.
Mas quando fechou os olhos, reparou que Juno tremia e, instintivamente, abraçou-a com força.
Capítulo Sete
Um pardal muito atarefado acordou Juno, os primeiros raios do sol cegando-a durante alguns segundos.
E ficou arrepiada ao sentir