Uma aristocrata no deserto - Escondida no harém. Maisey Yates. Читать онлайн. Newlib. NEWLIB.NET

Автор: Maisey Yates
Издательство: Bookwire
Серия: Ómnibus Temático
Жанр произведения: Языкознание
Год издания: 0
isbn: 9788413752808
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      Quando ela gemeu como se estivesse a magoá-la, Zachim levantou a cabeça finalmente. A sua prisioneira tinha as faces rosadas e madeixas de cabelo na cara. Tinha os lábios inchados e húmidos e, com cada gemido, esmagava os seios contra o peito dele.

      Emocionado com a sua própria reação, Zachim pensou em soltá-la naquele mesmo instante. Mas mudou de ideias quando ela deitou a língua de fora e lambeu os lábios, onde a beijara. Então, apercebeu-se de que já não tentava libertar-se, mas olhava para a boca dele, pedindo mais.

      Com um gemido desesperado, ele inclinou a cabeça e voltou a beijá-la, daquela vez, com mais suavidade. Queria saboreá-la, sentir a sua textura e o seu sabor. Quando ela levantou a cara, entregando-se ao beijo, ele excitou-se ainda mais. Nunca experimentara algo tão íntimo, tão delicioso, pensou, apertando-se contra ela.

      Farah escondeu os olhos por baixo das pestanas grossas, como se aquilo fosse demasiado, como se não conseguisse resistir ao inevitável. Abriu mais os lábios, dando as boas-vindas à língua do seu captor. Sem se aperceber, soltou-lhe as mãos e agarrou-a pelo queixo, para poder perder-se na sua boca com mais profundidade.

      Ao sentir que ela se derretia nos seus braços e o acariciava timidamente com a língua, Zachim sentiu que o resto do mundo desaparecia à sua volta. Tremendo, a jovem emitiu um gemido suave e agarrou-se aos seus ombros. Ele não conseguia parar de tocar nela. Só queria chegar por baixo da sua túnica para poder sentir o calor da sua pele.

      Vagamente, então, apercebeu-se de que não estavam sozinhos. Alguns guardas que tinham parado na entrada do beco estavam a presenciar como fazia amor com a prisioneira. Não era um comportamento exemplar. Por isso, usando toda a sua força de vontade, deu um passo atrás.

      Quando a soltou, Farah caiu contra a porta, com os olhos esbugalhados e os lábios inchados, húmidos. Estava bonita. E parecia perplexa.

      – O que aconteceu? – perguntou ele, finalmente, quando conseguiu recuperar a prudência.

      Um tumulto de emoções desenhou-se no rosto de Farah, entre elas, o orgulho ferido.

      – Forçaste-me.

      Ele sentiu-se como se o tivesse esbofeteado. O pai fora um perseguidor, mas ele não era. Não a forçara, pois ela suplicara que a beijasse desde que se tinham visto.

      – Dei-te o que querias. Se te atreveres a negá-lo, despir-te-ei e demonstrar-te-ei que é verdade.

      – Oh!

      Zachim pôs-lhe as mãos nos ombros e virou-a para que o precedesse.

      – Considera-te avisada.

      «Oh!» Isso fora tudo o que conseguira dizer depois de a ter beijado com loucura, para a insultar depois?

      Naquele momento, Farah conseguia pensar em centenas de respostas melhores, embora fosse demasiado tarde.

      Voltara a fechá-la no harém, com dois guardas à porta, por dentro.

      Ao ouvir o ferrolho, virou-se para a entrada.

      Era o príncipe, flanqueado por duas das empregadas que lhe enviara antes.

      – Vejo que ainda tens o braço ligado – observou ela, sentindo-se um pouco culpada por o ter ferido. Embora tivesse merecido. – Que pena!

      – Sim. Graças a ti – queixou-se, com um ar sério. – Vejo que não seguiste as minhas instruções quanto a vestir-te.

      Farah ficou tensa diante daquela presença arrogante. Já não usava a túnica preta que lhe dava o aspeto de um pirata ameaçador, mas uma branca que realçava o tom âmbar dos seus olhos.

      Ainda não conseguia acreditar em como reagira aos seus beijos no beco, pensou ela, apertando os punhos para tirar a lembrança da cabeça.

      Nunca a tinham beijado antes daquela maneira. Amir nunca tentara sequer. Só a tinham beijado uma vez. Fora um jovem da aldeia vizinha, carente de bom senso e sem medo do pai. Aquele beijo fora rápido e casto comparado com os do príncipe de Bakaan.

      – Estou vestida – indicou ela, sabendo que Zachim se referia ao vestido de seda púrpura que lhe tinham trazido antes, no qual nem sequer tocara.

      – Sim. Infelizmente, o que vestiste não encaixaria no casamento do meu irmão.

      – O que me importa o casamento do teu irmão?

      – Nada. É óbvio. Mas dado o teu comportamento recente, não quero estar no casamento do meu irmão preocupado com o que vais fazer na minha ausência.

      Ela não pôde evitar alegrar-se diante da ideia de lhe causar incómodos.

      – Deixa-me com os teus guardas. Certamente, encontraremos uma forma de nos divertir.

      – Sem dúvida – murmurou ele. – Mas não quero ter de castigar mais homens.

      – Sou assim tão perigosa, príncipe?

      – És problemática, diria – replicou ele, com um sorriso sensual.

      – O meu pai não morderá o anzol, aviso-te – informou ela, rezando para que fosse verdade.

      – Logo veremos.

      Porque parecia tão composto e tranquilo, questionou-se Farah, cerrando os dentes de raiva. Claro, não era a sua vida que estava em jogo.

      – Entretanto, as empregadas vieram para te preparar para ir comigo à festa.

      Ela apercebeu-se, pela primeira vez, de que as empregadas estavam carregadas com toalhas, óleos e quem sabe que mais coisas.

      – E desta vez quero que cooperes – continuou ele, seguro de si próprio.

      – De maneira nenhuma…

      – Não queres ir ao casamento? – interrompeu-a ele, observando-a com a irritação com que olharia para um inseto. – Sim, eu sei – replicou e deu mais dois passos, aproximando-se do espaço pessoal da prisioneira. – Mas vais fazê-lo. E vais portar-te bem.

      Quando ia mandá-lo para o inferno, o príncipe abanou a cabeça devagar.

      – Também posso fechar-te numa cela. Ou prender-te à cama. Não gostaria que estivesses incomodada.

      Farah deu um passo atrás, intimidada. Custava-lhe a respirar quando o tinha tão perto.

      – Seria melhor do que ter de aguentar a tua companhia durante uma festa.

      Uma das empregadas deu um grito abafado diante do seu atrevimento. O príncipe semicerrou os olhos.

      – Mas quem disse que ias estar sozinha nessa cama?

      Um desejo incontrolável acendeu-se dentro de Farah, enquanto a cabeça se enchia de imagens do príncipe nu e com uma ereção poderosa. Em cima dela. Dentro dela. Sem dúvida, tinha de ser um espetáculo ver aquele homem magnífico nu.

      – E se me desculpar em nome do meu pai? – sugeriu ela, finalmente, pronta para se humilhar e inclinar à frente dele para livrar o pai de mais problemas e voltar à sua vida de sempre. – E se, de alguma forma, resolver o que ele fez?

      Zachim recostou-se no armário que tinha atrás.

      – O que tinhas em mente, habiba?

      Farah olhou para as empregadas.

      – Poderia trabalhar para ti. Poderia cozinhar ou limpar ou…

      – Já tenho muitos empregados ao meu serviço.

      Farah mordeu o lábio inferior.

      – Poderia… – começou a dizer ela, tentando pensar em algo para lhe oferecer. – Poderia treinar os teus cavalos. E os camelos.

      – Já não há camelos no palácio e os meus cavalos têm muito bons treinadores.

      – Bolas! Não há nada de que precises?

      O príncipe percorreu-a de