O mistério do amor matrimonial. Ricardo E. Facci. Читать онлайн. Newlib. NEWLIB.NET

Автор: Ricardo E. Facci
Издательство: Bookwire
Серия: Por um Lar novo
Жанр произведения: Документальная литература
Год издания: 0
isbn: 9789874756541
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mas sim uma presença ativa que ofereça ternura e segurança. O coração feminino é especialista em gerar uma atitude acolhedora que não apenas pro-porciona paz, mas também felicidade. O homem deve cuidar e valorizar o trabalho feminino, somando o seu esforço ao dela, pois seus corações tem muitas capacidades para gerar paz e felicidade. Não adianta que apenas um dos dois se esforce para criar o melhor ambiente no casamento, se o outro não colaborar.

      Quando quem espera está bem, o outro volta para casa com alegria; além disso, aquele que aguarda ansiosamente sua chegada, porque sente sua falta, precisa da presença daqueles que ama e com quem experimenta reciprocidade no amor. “Estou feliz com a paz que encontro quando volto para nossa casa, e é você que me dá um mundo de ternura e confiança.”

      Ao experimentar a paz em casa, se Deus quiser, todos podem dizer: “É você que me traz essa paz”. Como é bom compartilhar, esperar o momento do abraço e o momento de trocar um beijo! Nunca permitam que o tédio, a rotina e a frieza invadam o coração do casal. “Como eu queria te abraçar! Vamos tomar um café, tenho tanta coisa para lhe dizer. Senti sua falta novamente, assim como ontem, hoje e amanhã. Te esperei espionando na janela.” Vibrar sempre pelo outro é sinal de vitalidade no amor. Um amor que se renova permanentemente é um amor que constantemente espera o encontro, que sente a sua falta e que sente o amor do outro à distância.

      Em todo encontro é muito importante organizar, de acordo com a possibilidade de cada casamento, um tempo para ouvir o outro: “Tenho tanto coisa para dizer a você”. Esses momentos não se tratam apenas de contar eventos que ocorreram, mas - acima de tudo - de conversar sobre os sentimentos que se geram no coração de cada um.

      Há uma diferença notável entre homens e mulheres. A mulher precisa “contar” os problemas ou as situações que vivencia. O homem é mais reservado a respeito das suas experiências diárias. Ambas as realidades devem transcender o ato em si de contar coisas e eventos um ao outro. Para que o diálogo se aprofunde, é necessário superar a instância dos comentários para conseguir mergulhar nos senti-mentos de cada um em relação ao outro e nas experiências vividas no cotidiano. O sentimento é o que cada pessoa elabora a partir de suas vivências, experiências e atitudes diante daquilo com o que se depara. Daí a importância de compartilhar os sentimentos.

      Algo que todo casamento deve levar em conta é que, durante a peregrinação neste mundo, as perfeições não existem e o caminho deve ser percorrido com amor à vida. As discussões e a busca pela verdade fazem parte da vida conjugal e às vezes, mesmo que surjam por conta de bobagens, elas são um sinal de que ninguém é mais importante que o outro. “Você sabe muito bem que eu e você às vezes discutimos por coisas sem sentido.” O desafio é que essas “bobagens” não levem-lhos a posições imaturas resultantes do apego ao próprio ‘eu’ e ao egocentrismo. Nas discussões se deve sempre evitar gritar ou ferir com palavras ofensivas ou humilhantes. E se isso acontecer... o remédio está ao alcance de todos: “porque o perdão vale a pena”. É possível que uma ofensa apareça, mas deve-se lembrar que o perdão é uma parte essencial do amor. É impossível achar que quem ama nunca precisa de perdão.

      Para todo casamento é um orgulho saborear uma vida construída em meio a adversidades e obstá-culos superados que foram capazes de estreitar a relação o longo dos anos. Uma crise nunca deve frear as grandes metas da vida; o objetivo de alcançar o fim é a razão da entrega de todo o ser ao seu ente querido, no caso, os esposos. “Bem ou mal, ainda lutamos e continuamos, essa é a razão de entregar a alma a todo momento.”

      A discussão que acontece no final da música trata de um tema comum em muitos momentos da vida cotidiana de um casal. Ela ilustra o que foi dito nos parágrafos anteriores. Em um casal, lidar tanto com questões importantes quanto pequenas precisa corresponder a um processo de maturidade no qual se aprende a buscar sinceramente a verdade, a aceitação das diferenças de gostos e opiniões e o que for mais conveniente para ambos.

      Todo casamento se baseia no amor, que é algo único e insubstituível. O casal faz deste amor símbo-lo e fogo eterno que os levará ao lar nos céus, onde haverá fé, esperança e amor, mas o maior deles, porém, é o amor (Cfr. 1Cor 13, 1-13).

      Para conversar em casal.

      1.- Podemos afirmar que o clima do nosso casamento é de paz e felicidade?

      2.- Depois de um dia comum, temos vontade de voltar para casa e de nos encontrar? Depois de concluídas as tarefas diárias, essas situações despertam em nós uma sensação agradável de reencon-tro?

      3.- Sentimos que nosso amor é símbolo e fogo que nos une?

      4.- Em relação ao tema trabalhado, o que devemos melhorar em nossa vida de casados?

      5.- Na sociedade atual em que vivemos voltar para casa é algo valorizado e tido como importante ou com desprezo?

      6.- Compartilhem experiências positivas e cotidianas vividas ao voltar para casa

      Para orar juntos.

      Senhor Jesus,

      obrigado por proporcionar o amor entre nós, esposos,

      e por nos dar a oportunidade de amar-nos tanto,

      de ser um para o outro a paz

      e a felicidade que buscamos,

      e pela experiência de sentir a falta um do outro

      e buscar a verdade juntos.

      Desejamos que o que mais nos distinga

      seja o amor vivido em Ti,

      para que verdadeiramente nosso amor seja fogo da eternidade.

      Pedimos que nenhum obstáculo

      em nossa jornada matrimonial,

      impeça nossa caminhada rumo

      à oportunidade de nos realizarmos no amor,

      e finalmente nos reunirmos a Ti.

      Amém.

      O amor no dia a dia

      “O amor tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.”

       (1 Coríntios 13,7)

      O amor está em tudo, é uma exigência em tudo na vida, principalmente, na vida de casado. Todo casal deve vivê-lo dia após dia, na luta vertiginosa do tempo que passa, sem que se perceba, como água entre os dedos nas mãos da existência. Um minuto vivido no amor será parte do tesouro da intimidade conjugal. Por outro lado, todo momento sem amor é como uma parte da vida que não se construiu e, por não ter sido construída naquele momento, pode vir a destruir o que já foi edificado. O desafio é focar no momento presente, colocando todas as energias, pensamentos, sentimentos e alegrias a serviço do amor. A sabedoria ensina o amor no presente. O passado acabou, ou houve uma boa colheita ou foi necessário o perdão, mas já passou. O futuro ainda não chegou, nem se sabe se haverá amanhã. Talvez amanhã seja tarde. De certa maneira, o aqui e agora é a única coisa que temos.

      É importante alcançar o hábito de amar a cada minuto. Dessa forma, não será necessário programar ou pensar a respeito de amar, o amor surgirá naturalmente, movendo-se como um “peixe na água”. Amar é uma medida muito boa para evitar cometer erros, bem como para viver em plena liberdade, sem sustos ou recaídas de ansiedades e estresse, ao querer entender o que não é conhecido ou impossível, mas que em todo o caso, o amor compreende.

      Os esposos que amam, acompanhados de uma maturidade mental e psíquica suficiente, entendem que para o amor não há sorte ou infortúnio que interfira na vida do amor conjugal. Também sabem que não há alguém tão ruim que ele não possa ser bom, nem tão bom que ele não possa agir mal. Tudo é aperfeiçoável. Os cônjuges que amam não se condicionam por coisas ou circunstâncias, nem por sucessos ou fracassos. Eles reconhecem que nada é perfeito, e sim imperfeito; eles sabem como aproveitar a vida cotidiana, mesmo em situações distantes da perfeição.

      Aquele que ama minuto a minuto sabe respeitar e também aprecia as subjetividades da outra pessoa, já que tudo o que se vive pertence a um todo e gera sentimentos segundo