– Não estás autorizado a estar aqui!
Ele atirou-se em direção a Shinbe novamente, mas bateu na parede com um estrondo quando Shinbe saiu do caminho no último segundo.
Toya pode ser sido mais forte, mas Shinbe era mais rápido. Quando ele se esquivou, Shinbe virou-se e atirou uma explosão de força vital que machucaria um deus.
Toya caiu para trás, mas a sua raiva o impediu de sentir alguma coisa. Ele limpou o sangue do seu lábio enquanto olhava para Shinbe com olhos de mercúrio. Ele precisava de se acalmar, mas mesmo quando o pensamento tinah nascido na sua mente, a raiva empurrou-o de volta. O que ele queria era magoar Shinbe, muito mesmo.
Ele observou Shinbe inclinar-se, com as palmas das mãos ofegantes e aproveitou a oportunidade para agarrá-lo pelo casaco, atirando Shinbe pela porta da casa do santuário.
Os guardiões não podiam ser mortos … pelo menos essa era a teoria … era uma mentira. Hyakuhei havia morto o pai deles e ninguém era imortal.Shinbe deslizou pelo cascalho antes de parar e depois levantou-se, limpando o sangue e a sujidade dos olhos.
Kyoko estava deitada na cama, imaginando o que a havia assustado. Ela podia ouvir batidas e gritos abafados, então ela assumiu que o avô estava acordado até tarde a ver TV. A alma dela quase saiu do seu corpo quando Tama irrompeu pelo seu quarto.
– Kyoko! – apontou Tama para a janela.
– Som … alguém está a brigar … no … no pátio. – Mal tinha acabado de gaguejar estas palavras, quando Kyoko correu para a janela para ver. Ela não conseguia ver nada, porque obviamente eles haviam retirado o poste de luz que ficava perto da beira do quintal.
Tama estava ao lado dela, olhando para o pátio, exatamente quando um clarão de vermelho e preto aparecia mais perto da casa onde a luz vinha da varanda.
Ele apontou:
– É, é …
– Toya! – gritou Kyoko quando sentiu o pânico a atacar. Com quem estava ele a lutar … um demónio … naquele mundo?
Ela observou quando ele foi subitamente levantado no ar e atirado para trás na enorme árvore que ela costumava escalar quando criança. O problema era … ela não via nada a atirá-lo, a menos que ele estivesse a lutar com um fantasma.
– Tama, vai acordar o avô. Eu tenho que ajudar Toya. Ela rapidamente pegou no seu arco espiritual e saiu pela porta e Tama ficou em choque.
Ela correu descalça para o pátio, um dardo espiritual já entalhado no arco. Tentando ver o seu alvo antes de lançar o dardo espiritual, ela ficou chocada ao encontrar não um guardião, mas dois.
Isso a parou de repente.
– Shinbe. – sussurrou Kyoko enquanto o observava desmoronar contra a parede externa do casa do santuário. Parecia que ela podia sentir o impacto da mesma forma que ele, exceto que deixava um enorme impacto no coração dela. Ela olhou para o movimento vindo do lado e piscou os olhos esmeralda na direção dele. Isto era Toya, e ele estava prestes a magoar Shinbe novamente.
Atirando o arco para cima, ela levantou a mão para lançar o feitiço de domesticação que só funcionava no guardião de prata.
– Toya! Não! – gritou Kyoko.
Toya estava no meio do vôo quando de repente caiu no chão como uma tonelada de tijolos, enterrando o seu rosto na terra dura.
Kyoko correu para Shinbe, derrapando na erva enquanto corria. Caindo de joelhos ao lado dele, os seus lábios separaram-se sabendo que ele estava em má forma.
– Shinbe, estás bem?
Shinbe abriu um olho e olhou para Toya.
– Isto vai doer. – tentou ele sorrir, mas desmaiou antes que ele pudesse lidar com isso.
Toya olhou para Kyoko da sua posição de bruços e rosnou ao ver como os seus lábios tremiam.
– Como ela ousa ficar ao lado dele, depois do que Shinbe disse?
Kyoko voltou-se para ele, com lágrimas nos olhos.
– O que é que você fez?
Ele não teve oportunidade de responder quando o seu irmão e avô vieram a correr para o pátio. O avô com os papiros dos demónios na mão, pronto para bater em qualquer coisa que ousasse magoar a sua neta.
Kyoko começou a soluçar, sem saber o que fazer:
– Ajudem-me a colocar Shinbe em casa.
Tama e o seu avô não fizeram nenhuma pergunta enquanto pegavam Shinbe para levá-lo para dentro de casa. O avô simplesmente olhou na direção a Toya enquanto Tama se recusava a olhar para ele.
Eles saíram deixando Toya ainda deitado no chão.
Toya não se incomodou em se mexer. Ele sabia que Kyoko estava tão zangada com ele que ela iria provavelmente usaria o maldito feitiço nele repetidamente se ele ousasse entrar em casa. Não era justo. Ela não entendeu que ele estava apenas a protegê-la?
A luz da lua refletia-se nos reflexos prateados dos seus cabelos escuros quando ele se virou e acabou com um coração pesado. Empurrando o chão, ele voltou ao coração do tempo.
Quando o sol se levantou sobre o santuário inaugural, Toya ainda andava de um lado para o outro a limpar, tentando descobrir o que diabos tinha acontecido. Como Shinbe tinha sido capaz de passar pelo coração do tempo? Simplesmente não era permitido. A pergunta repetia-se na sua mente de forma louca.
Suki entrou na clareira com Kamui e Kaen, procurando Toya e Shinbe. Ela viu Toya e acenou para ele.
– Bolas, é tudo o que preciso agora. – resmungou Toya por dentro, enquanto observava Suki a aproximar-se. Ela parou e olhou para ele por um longo momento antes de ela falar e o olhar preocupado nos seus olhos apanhou-o desprevenido.
– Toya, estás bem? O que aconteceu? Ela estendeu a mão para tocar o seu rosto, e ele estremeceu. Ela olhou para as feridas curativas que adornavam o seu rosto e o sangue seco no rosto, roupas e mãos. Ela olhou para as mãos dele novamente. Toya nunca deixava o sangue secar nos seus dedos assim. O que estava a acontecer?
– Toya, de quem é este sangue?
Ele não respondeu, mas quando desviou o rosto dela, ela olhou ao redor procurando Shinbe, sabendo que ele lhe diria o que estava a acontecer. Quando ela não o viu, o pânico filtrou-se na sua voz quando os seus olhos se arregalaram.
– Onde está o Shinbe?
Kamui estava em pé na beira da clareira com Kaen quando sentiu a pressão de Toya e a sua agitação e diminuiu a distância entre eles. Ele ouviu a pergunta e rezou para que ele estivesse errado sobre a resposta. Na esperança de acalmar os dois, ele tentou fazer uma piada e perguntou:
– Toya, não me digas que mataste Shinbe?
Toya rangeu os dentes.
– Eu não matei ninguém, seu idiota insignificante, então cala a boca!
Ele desviou-se deles olhando para as unhas ensanguentadas … ele nem as notara.
– Será que eu o matei? – pensou Toya consigo mesmo. Aquele último golpe em Shinbe teve que ter causado alguns sérios danos. Ele lembrou-se das suas garras cavando a carne do lado de Shinbe quando ele o atirou contra a árvore. Toya sabia que as suas garras poderiam ser mortais quando crescessem mais durante a batalha … e não apenas demónios, mas todos os imortais, incluindo guardiões.
Ele não deveria ter lutado com o seu irmão, mas ele estava com tanta raiva que não tinha sido capaz parar. Por que ele perdeu a paciência assim sabendo que o seu sangue demoníaco estaria em perigo de surgir? Ele geralmente tinha mais controlo do que isso. Bolas… Se Kyoko não tivesse saído quando o fez, ele não sabia o que ele teria feito com ele. Ele nunca havia brigado com Shinbe antes … O que diabos estava a acontecer aqui?
Esse sentimento de pânico tomou conta dele novamente quando