O sheik. Por qualquer meio necessário.
"Quando nossas memórias falham..."
Último paradeiro conhecido: Casa segura em Teerã.
"Quem somos nós?"
Uma bala soa igual em todas as línguas... Quem disse isso?
"Quem nos tornamos?"
Você disse isso.
Reid sentiu-se escorregando novamente no vazio. O interrogador deu-lhe dois bofetões, empurrando-o de volta para a sala de concreto. "Agora podemos continuar o que estávamos fazendo de um jeito mais sério. Então, eu te pergunto novamente. Qual é o seu nome?"
Você entra na sala de interrogatório sozinho. O suspeito é algemado a um ferrolho na mesa. Você alcança o bolso interno do terno e pega um crachá de identificação com capa de couro e o abre…
"Reid. Lawson." Sua voz era incerta. "Eu sou professor... de História europeia..."
O interrogador suspirou desapontado. Ele acenou com um dedo para o homem bruto e carrancudo. Um punho pesado penetrou no rosto de Reid. Um molar saltou no chão juntamente com sangue fresco.
Por um momento, não houve dor; seu rosto estava dormente, pulsando com o impacto. Então, uma agonia fresca e nebulosa tomou conta dele.
"Nnggh..." Ele tentou formar palavras, mas seus lábios não se moviam.
"Eu perguntarei de novo", disse o interrogador. "Teerã?"
O sheik estava em um esconderijo disfarçado de fábrica têxtil abandonada.
"Zagreb?"
Dois homens iranianos são presos em uma pista de pouso particular, prestes a embarcar em um avião fretado para Paris.
"Madrid?"
O Ritz, quinto andar: um grupo secreto de espiões com uma bomba na mala. Destino previsto: a Plaza de Cibeles.
"Sheik Mustafar?"
Ele queria preservar sua vida. Nos deu tudo o que sabia. Nomes, locais, planos. Mas ele só sabia...
"Eu sei que você está lembrando", disse o interrogador. "Seus olhos traem você... Zero."
Zero. Uma imagem lhe ocorreu: um homem de óculos de aviador e uma jaqueta escura de motociclista. Ele está na esquina de alguma cidade europeia. Move-se com a multidão. Ninguém está ciente do que está acontecendo. Ninguém sabe que ele está lá.
Reid tentou novamente sacudir as visões de sua cabeça. O que estava acontecendo com ele? As imagens dançavam em sua mente, mas ele se recusou a reconhecê-las como lembranças. Eram falsas. Implantadas, de alguma forma. Ele era um professor universitário, com duas filhas adolescentes e uma casa humilde no Bronx...
"Diga-nos o que você sabe sobre os nossos planos", exigiu o interrogador, categoricamente.
Nós não falamos. Nunca.
As palavras ecoaram nas profundezas de sua mente, repetidamente. Nós não falamos. Nunca.
"Isso está demorando demais!" gritou o homem alto iraniano. "Force-o".
O interrogador suspirou. Pegou o carrinho de metal - mas não ligou o polígrafo. Em vez disso, seus dedos demoraram-se sobre a bandeja de plástico. "Eu geralmente sou um homem paciente", disse ele a Reid. "Mas admito, a frustração do meu colega é contagiosa." Ele puxou o bisturi ensanguentado, a ferramenta que usara para tirar o pequeno grão prateado de sua cabeça, e pressionou a ponta da lâmina contra os jeans de Reid, quatro centímetros acima do joelho. "Tudo o que queremos saber é o que você sabe. Nomes. Datas. Para quem você contou o que sabe. As identidades de seus colegas agentes."
Morris. Reidigger. Johansson. Nomes passaram pela mente dele, e com cada um veio um rosto que ele nunca tinha visto antes. Um homem mais jovem com cabelos escuros e um sorriso arrogante. Um cara de rosto redondo e amigável, de camisa branca engomada. Uma mulher de cabelo loiro esvoaçante e olhos cinzentos cor de aço.
"E o que aconteceu com o sheik."
De alguma forma, de repente, Reid percebeu que o sheik em questão havia sido detido e levado para um local obscuro do Marrocos. Não era uma visão. Ele simplesmente sabia.
Nós não falamos. Nunca.
Um calafrio percorreu a espinha de Reid enquanto lutava para manter alguma aparência de sanidade.
"Diga-me", insistiu o interrogador.
"Eu não sei." As palavras pareciam estranhas saindo de sua língua inchada. Ele olhou assustado e viu o outro homem sorrindo de volta para ele.
Ele entendeu a pergunta em língua estrangeira... E respondeu com um árabe impecável.
O interrogador empurrou a ponta do bisturi na perna de Reid. Ele gritou quando a faca penetrou no músculo de sua coxa. Instintivamente, tentou puxar a perna, mas seus tornozelos estavam presos às pernas da cadeira.
Cerrou os dentes com força, e sentiu a mandíbula doer em protesto. A ferida em sua perna ardia ferozmente.
O interrogador sorriu e inclinou a cabeça ligeiramente. "Eu admito, você é mais forte que a maioria, Zero", disse em inglês. "Infelizmente, eu sou um profissional." Ele se abaixou e lentamente puxou uma das meias agora imundas de Reid. "Eu não recorro a essa tática com frequência."
Ele se endireitou e encarou Reid diretamente nos olhos. "Aqui está o que vai acontecer a seguir: vou cortar pequenos pedaços de você e mostrar-lhe cada um. Vamos começar com os dedos dos pés. Depois os dedos das mãos. Depois disso... Vamos ver o que farei." O interrogador se ajoelhou e pressionou a lâmina contra o menor dedo do pé direito.
"Espere", Reid pediu. "Por favor, apenas espere."
Os outros dois homens na sala se reuniram em ambos os lados, observando com interesse.
Desesperado, Reid tocou as cordas que prendiam seus pulsos. Era um nó com dois laços opostos…
Um arrepio intenso correu da base da coluna para os ombros. Ele sabia. De alguma forma, ele simplesmente sabia. Ele tinha um intenso sentimento de déjà vu, como se tivesse estado nessa situação antes - ou melhor, essas visões insanas de alguma forma implantadas em sua cabeça lhe diziam que já havia passado por aquilo.
Mas o mais importante é que ele sabia o que tinha que fazer.
"Eu vou te dizer!" Reid ofegou. "Eu vou te dizer o que você quer saber."
O interrogador levantou os olhos. "Sim? Bom. Primeiramente, porém, ainda vou remover esse dedo. Eu não quero que você ache que eu estava blefando".
Atrás da cadeira, Reid agarrou o polegar esquerdo na mão oposta. Ele susteve a respiração e se sacudiu com força. Ele sentiu o polegar sendo deslocado. Ele esperou pela dor aguda e intensa que viria, mas era pouco mais que um pulsar monótono.
Uma nova percepção o atingiu - essa não era a primeira vez que isso lhe acontecia.
O interrogador cortou a pele do dedo do pé e ele gritou. Com o polegar oposto ao ângulo normal, ele tirou a mão de suas amarras. Com um laço aberto, o outro cedeu.
Suas mãos estavam livres. Mas ele não tinha ideia do que fazer com elas.
O interrogador levantou os olhos e franziu a testa, confuso. "O que…?"
Antes que pudesse dizer outra palavra, a mão direita de Reid disparou e pegou a primeira arma próxima - uma faca de precisão de cabo preto. Quando o interrogador tentou se levantar, Reid puxou a mão para trás. A lâmina rasgou a carótida do homem.
Ele agarrou a garganta do interrogador com as mãos. Sangue jorrou entre seus