Kate correu para os limites do circulo depois, atirando para o lado a sua lâmina de madeira porque ela a abrandava. Ela saltou para a borda do círculo, ouvindo o riso da sua imagem de espelho atrás dela quando ela se atirou. Kate cobriu o rosto com as mãos, fechando os olhos contra os espinhos e esperando que fosse suficiente.
Eles rasgaram-na quando ela mergulhou através deles, rasgando as suas roupas e a pele por baixo. Kate conseguia sentir o sangue a sair enquanto os espinhos a atacavam, mas ela forçou-se a atravessar o emaranhado deles, apenas se atrevendo a abrir os olhos quando saiu do outro lado.
Ela olhou para trás, meio convencida de que a sua imagem de espelho a seguiria, mas quando Kate olhou, a outra versão de si desapareceu, deixando a espada no seu cepo da árvore como se ela nunca lá estivesse estado.
Ela sucumbiu então, com o seu coração a martelar com o esforço de tudo o que ela acabara de fazer. Ela estava a sangrar de uma dúzia de lugares agora, tanto de arranhões de espinhos quanto da ferida na anca. Ela rolou até ficar de costas, olhando para a folhagem da floresta, com a dor a entrar em ondas.
Siobhan entrou no seu campo de visão, olhando para ela com uma mistura de deceção e piedade. Kate não sabia qual era pior.
"Eu disse-te que não estavas pronta" disse ela. "Estás pronta para ouvir agora?"
CAPÍTULO CINCO
Lady Emmeline Constance Ysalt d'Angelica , dizia a nota, Marquesa de Sowerd e Lady da Ordem de Sash .Angélica estava menos impressionada com o uso do seu nome completo do que com a fonte da nota: a Viúva tinha-a convocado para uma audiência privada.
Oh, ela não o havia colocado dessa maneira. Havia frases sobre estar "encantada em solicitar o prazer da sua companhia" e "esperando que venha a ser conveniente." Angélica sabia tão bem quanto qualquer outra pessoa que um pedido da Viúva era uma ordem, mesmo sendo a Assembleia dos Nobres a fazer as leis.
Ela esforçou-se em não mostrar a preocupação que sentia ao aproximar-se dos aposentos da viúva. Ela não verificou a sua aparência nervosamente nem estava agitada desnecessariamente. Angélica sabia que estava perfeita, porque ela passava tempo à frente do espelho todas as manhãs com as suas servas, certificando-se disso. Ela não estava agitada porque ela estava no controlo perfeito de si mesma. Além disso, porque é que ela tinha de se preocupar? Ela ia encontrar-se com uma mulher velha, não ia entrar na guarida escura de um gato.
Angélica tentou lembrar-se disso ao aproximar-se das portas dos aposentos da velha senhora, enquanto um servo as abria e a anunciava.
"Milady d'Angelica!"
Ela dever-se-ia ter sentido segura, mas a verdade era que esta era a rainha do reino, e a mãe de Sebastian, e Angelica tinha feito demasiado na sua vida para se sentir certa de que ela evitaria a desaprovação. Ainda assim, ela avançou, forçando-se a projetar uma máscara de confiança cuidadosamente trabalhada.
Ela nunca tinha tido motivos para estar nos aposentos privados da Viúva antes. Para ser honesta, eles foram uma deceção, concebidos com uma espécie de grandeza simples que estava pelo menos vinte anos desatualizada. Havia demasiados painéis de madeira escuros para o gosto de Angélica, e enquanto os dourados e as sedas do resto do palácio estavam presentes em alguns locais, tal ainda não estava perto da extravagancia que Angélica poderia ter escolhido.
"Estavas à espera de algo mais elaborado, minha querida?" perguntou a Viúva. Ela estava sentada junto a uma janela com vista para os jardins, numa cadeira de madeira escura e couro verde. Uma mesa de marchetaria estava entre ela e outro assento, apenas ligeiramente menos alto. Ela usava um vestido de dia relativamente simples ao invés de roupas adornadas e uma tiara em vez de uma coroa completa, mas não havia, ainda assim, dúvidas sobre a autoridade da mulher mais velha.
Angélica fez uma vénia. Uma vénia adequada a uma corte, não uma das simples com que uma serva se poderia ter incomodado. Mesmo em algo assim, as gradações sutis de estatuto eram importantes. Os segundos arrastaram-se enquanto Angelica esperava permissão para se erguer.
"Por favor, junta-te a mim, Angelica" disse a Viúva. "É como preferes que te chamem, não é?"
"Sim, sua majestade." Angélica suspeitava que ela soubesse muito bem o que ela deveria ser chamada. Ela também observou que não havia uma sugestão correspondente de informalidade por parte da mãe de Sebastian.
Ainda assim, ela foi agradável o suficiente, oferecendo tisanas de framboesa de um pote que obviamente tinha sido preparado recentemente, e servindo a Angélica uma fatia de bolo de frutas com a sua própria mão delicada que usava luvas.
"Como é que está o teu pai, Angélica?" ela perguntou. "O Lorde Robert foi sempre leal ao meu marido enquanto ele foi vivo. A sua respiração ainda está fraca?"
"Está a beneficiar do ar do campo, sua majestade" disse Angelica, pensando nas extensas herdades das quais ela estava muito feliz de se manter longe. "Embora ele já não vá à caça tanto quanto ia."
"Os homens novos cavalgam na vanguarda da caça" disse a Viúva, "enquanto as almas mais sensíveis esperam atrás e levam as coisas a um ritmo adequado a si. Quando eu assistia a caças, era com um falcão, não com uma matilha de cães de ataque. Eles são menos imprudentes, e veem mais."
"Uma boa escolha, sua majestade" disse Angelica.
"E a tua mãe, ela continua a cultivar as suas flores?" perguntou a Viúva, dando um gole na sua bebida. "Sempre lhe envejei as tulipas-estrelas que ela produz."
"Acho que ela está a trabalhar numa nova variedade, sua majestade."
"Entrelaçando espécies, sem dúvida" observou a viúva, pousando a chávena.
Angélica deu por si a pensar no porquê de tudo aquilo. Ela sinceramente duvidava que a governante do reino a tivesse chamado aqui apenas para discutir pequenos detalhes sobre a vida e a sua família. Se ela governasse, Angelica certamente não se importaria com algo tão sem significado. Angelica mal prestava atenção quando as cartas vinham das herdades dos seus pais.
"Estou a aborrecer-te, minha querida?" perguntou a Viúva.
"Não, claro que não, sua majestade" disse Angelica apressadamente. Graças às guerras civis, os dias em que a realeza do reino poderia simplesmente prender nobres sem julgamento poderiam ter acabado, mas ainda assim não era uma boa ideia arriscar insultá-los.
"Porque tive a impressão de que tu achavas a minha família fascinante" continuou a Viúva. "O meu filho mais novo em particular."
Angelica congelou, sem saber o que dizer a seguir. Ela deveria ter adivinhado que uma mãe notaria o interesse dela em Sebastian. Era disso que se tratava então? Uma sugestão elegante de que ela deveria deixá-lo em paz?
"Não tenho a certeza do que queres dizer" respondeu Angélica, decidindo que a sua melhor opção era desempenhar o papel da jovem nobre e tímida. "O príncipe Sebastian é, obviamente, muito bonito, mas..."
"Mas a tua tentativa de o sedar e de o reivindicar para ti não correu como planeada?" perguntou a Viúva, e agora havia dureza na sua voz. "Achaste que eu não iria ouvir sobre esse pequeno estratagema?"
Agora, Angelica conseguia sentir o medo a crescer dentro de si. A Viúva podia não ser capaz de ordenar a morte dela, mas isso era o que poderia significar um assalto daqueles a uma pessoa real, mesmo com um julgamento dos seus pares nobres. Talvez especialmente com eles, pois, sem dúvida, haveria aqueles que queriam dar o exemplo, ou tirá-la do caminho, ou acertar alguma conta com a sua família.
"Sua majestade..." Angelica começou, mas a Viúva cortou-lhe a palavra levantando um único dedo. Em vez de falar, porém, ela demorou o seu tempo a drenar a sua chávena, depois atirou-o para a lareira, com a porcelana a partir-se com um som que fez Angelica pensar em ossos a partirem-se.
"Um ataque ao meu filho é traição" disse a Viúva. "Uma tentativa de me manipular e roubar o meu filho para