—Eu não quero atacar essa ideia, mas eu realmente acho que não, ela disse.
—Então sobre o que você acha que ele se importa? Perguntou Ray.
Keri estivera remoendo isso na cabeça e estava contente com a oportunidade de compartilhar em voz alta.
—Quem quer que esse cara seja, eu acho que ele está obcecado com a Jessica. Eu sinto como se ele a conhecesse ou pelo menos já a encontrou. Ele a esteve observando.
—Isso encaixa. Tudo sugere que ele tem planejado isso por um tempo.
—Exato. Aqueles óculos especiais que ele usou no FedEx, saber exatamente onde as câmeras estavam, raptá-la no tempo perfeito quando ela já estava fora de vista da escola, mas ainda não tinha encontrado com a mãe, em uma parte do bairro onde nenhum vizinho tem câmeras de segurança exteriores. Todos esses são sinais de alguém que esteve trabalhando nisso por um longo tempo.
—Faz sentido. Mas a pesquisa com quadro de funcionários fornecido pelo encarregado de segurança na escola veio vazia. Eu verifiquei novamente na delegacia. Nenhum professor tinha registros de alguma coisa além de multas de estacionamento.
—E os zeladores ou motoristas da escola?
—Eles são empregados terceirizados. Mas todos que entram em contato com a escola têm que passar por uma verificação de antecedentes. Nós podemos repassar a lista novamente. Mas o cara foi bem minucioso.
—Ok então, e os empregados nas lojas ao decorrer do caminho de bicicleta ou trabalhadores da construção civil em uma casa sendo construída por perto—pessoas que a veriam todos os dias e seriam familiares com a rotina dela e que têm ficha na polícia?
—Essas são boas pistas para perseguimos de manhã. Mas eu espero que nós peguemos esse cara em flagrantes hoje à noite e nada disso seja necessário.
Eles encostaram na casa dos Rainey e reparam um carro de polícia estacionado ao longe no quarteirão. Foi-lhes instruído para não estacionar muito perto da casa no caso de o sequestrador passar por ali. Eles caminharam até a porta e bateram. Um policial abriu e eles entraram imediatamente.
—Como eles estão indo? Perguntou Ray silenciosamente.
—A mãe tem passado a maior parte do tempo lá em cima com o garotinho, tentando mantê-lo ocupado, respondeu o policial.
—E se manter ocupada, adicionou Keri.
—Também acho, concordou o policial. O pai esteve quieto a maior parte do tempo. Ele tem passado bastante tempo estudando o mapa do parque no notebook. Ele tem nos perguntado todo tipo de questão sobre nossa vigilância, a maioria das quais nós não temos resposta.
—Ok, obrigado, disse Ray. Com sorte, nós podemos dar algumas.
Exatamente como o policial disse, Tim Rainey estava sentado na mesa da cozinha, com um mapa do Google do Burton Chace Park na tela do notebook.
—Oi, Sr. Rainey, disse Keri. Nós entendemos que você tenha algumas perguntas.
Rainey olhou para cima e, por um momento, mal pareceu reconhecê-los. Então seus olhos se focaram e ele assentiu.
—Eu tenho várias na verdade.
—Vá em frente, disse Ray.
—Certo. A carta disse para não contatarmos as autoridades. Como vão impedir que vocês sejam vistos?
—Primeiro, nós instalamos câmeras escondidas pelo parque, respondeu Ray. —Nós seremos capazes de monitorá-las remotamente a partir de uma van em um estacionamento próximo. Também, o parque é povoado com alguns sem teto e nós fantasiamos adequadamente uma policial para se misturar. Ela está lá há horas, de modo a não atrair suspeitas dos outros. Nós teremos um pessoal no Windjammers Yacht Club ao lado, observando de um quarto com vidro fumê no segundo andar. Um deles é um atirador de elite.
Keri viu os olhos de Tim Rainey se alargarem, mas ele não disse nada enquanto Ray continuou.
—Nós teremos um drone aéreo à disposição, mas não vamos usá-lo a não ser que seja absolutamente necessário. É quase silencioso e pode operar de até cento e vinte metros. Mas não queremos nos arriscar com isso. No total, temos quase uma dúzia de policiais externos, mas ao alcance de sessenta segundos do local, para te auxiliar se as coisas derem errado. Isso inclui a Detetive Locke e eu. Nós estaremos em um barco civil na marina, longe o suficiente para evitar suspeitas, mas perto o suficiente para observar os eventos com binóculos. Nós pensamos nisso cuidadosamente, Mr. Rainey.
—Ok, isso é óbvio. Então, o que exatamente eu tenho que fazer?
—Estou feliz que você perguntou, disse Ray. Isso é o que nós vamos repassar agora. Por que não nós preparamos logo aqui, já que você tem o mapa aberto?
Ele e Keri se sentaram um de cada lado de Rainey e ela assumiu.
—Então, você deve encontrá-lo na ponte entre as pérgulas na parte de trás do parque, próximo à água. E é exatamente o que você vai fazer, disse Keri. O parque em si estará oficialmente fechado, então você não poderá parar no estacionamento com cancela. Provavelmente isso é parte do motivo para ele estava fazendo isso à meia noite. Qualquer carro no estacionamento pareceria suspeito. Você vai parar no estacionamento público a um quarteirão de distância. Nós te daremos troco. Tudo o que você tem que fazer é estacionar, pagar e andar em direção à área da entrega. Tudo faz sentindo até agora?
—Sim, disse Rainey. Quando vou receber o dinheiro do resgate?
—Você vai pegá-lo no Shopping Waterside perto do parque.
—E se o sequestrador estiver observando?
—Tudo bem, assegurou-lhe Keri. Seu chefe estará fazendo a entrega para você, bem em frente aos caixas do Bank of America. Ele está sendo preparado por um dos nossos detetives nesse instante. Haverá policiais na área, também fora de vista, no caso de o sequestrador tentar apanhar o dinheiro nessa hora.
—E você está marcando o dinheiro com algum tipo de localizador de GPS?
—Estamos, admitiu Ray, entrando na conversa, "e a bolsa também. Mas os localizadores são todos muito pequenos. O da bolsa será cosido junto à costura. Os localizadores inseridos no dinheiro são adesivos pequenos e transparentes, colocados em notas individuais. Mesmo se ele encontrar as notas exatas, as marcações são muito difíceis de ver.
Keri sabia por que Ray respondera àquela questão. Estava evidente pela expressão azeda de Rainey que ele não estava feliz a respeito dos localizadores. Ele não o disse, mas eles podiam dizer que ele estava preocupado que isso pudesse colocar Jessica em risco.
Ray se pronunciou, de forma que ele fosse o portador dessas informações indesejadas. Dessa maneira, a empatia e a confiança que Keri estava construindo com o pai ansioso não seriam prejudicadas. Keri assentiu o seu agradecimento imperceptível para o parceiro. Rainey não pareceu notar. Ela percebeu que ele ficou agitado pelo que Ray disse, mas não fez objeção. Ele continuou.
—Então, o que eu faço em seguida? Ele perguntou a Keri, olhando incisivamente para longe de Ray.
—Como eu disse anteriormente, depois de você pegar o dinheiro do resgate, dirija para o estacionamento a um quarteirão de distância do Chace Parl. Então, apenas saia e ande para a ponte entre as pérgulas. Haverá policiais na área, mas você não vai vê-los. E não é seu trabalho se preocupar com qualquer coisa disso. Tudo que você tem que fazer é ir até a ponte com o dinheiro.
—O que acontece quando ele chegar? Rainey queria saber.
—Você vai solicitar por sua filha. Em teoria, ele vai estar com a impressão de que você está sozinho. Então, não vai parecer certo se você apenas entregar o dinheiro a ele sem uma luta. Ele ficaria desconfiado. Eu duvido seriamente que ele vai tê-la