O relógio na parede acima da cama marcava 19:40. Nunca iria conseguir se preparar em apenas vinte minutos.
Secou-se o mais rápido possÃvel, deixando o cabelo loiro ligeiramente molhado, e ficou na frente do guarda-roupa de madeira escura, onde guardava as pocas roupas elegantes que tinha conseguido levar consigo. Em outros momentos, ela poderia passar horas para decidir o vestido para a ocasião, mas, naquela noite, a escolha era muito limitada. Optou, sem pensar muito, o vestido preto curto. Muito bonito, muito sexy, mas não vulgar, com um decote generoso que certamente exaltaria os generosos seios. Pegou e, com um elegante movimento, jogou o vestido na cama.
19:50. Apesar de ser mulher detestava se atrasar.
Ela olhou pela janela e viu um carro escuro, incrivelmente brilhante, exatamente em frente à porta do hotel. Aquele que deveria ser o motorista, um rapaz vestido com roupas militares, estava encostado no capô enganando a espera calmamente fumando um cigarro.
Usou lápis e rÃmel para exaltar os olhos, passou rapidamente batom nos lábios e como tentou distribuÃ-lo uniformemente com uma série de beijos no ar, colocou seus brincos favoritos, não sem dificuldade em encontrar os 'buracos'.
Na verdade, fazia muito tempo que não saia à noite. O trabalho fazia ela estar sempre viajando ao redor do mundo e nunca foi capaz de encontrar uma pessoa para um relacionamento estável, que durasse mais do que poucos meses. O instinto maternal inato que toda mulher e que ela habilmente fazia questão de ignorar, agora, com a aproximação da maturidade biológica, se fazia presente sempre mais. Talvez fosse hora de pensar seriamente sobre começar uma famÃlia.
Abandou o mais rápido possÃvel esse pensamento. Colocou o vestido, calçou o único par de sapatos de salto alto de doze centÃmetros que tinha trazido, e com gestos largos, jogou em ambos os lados do pescoço o seu perfume favorito. Xale de seda, grande bolsa preta. Estava pronta. Ãltima olhada na frente do espelho perto da porta, confirmou a perfeição de seu vestuário. Deu a volta sobre si mesma e saiu com um ar satisfeito.
O jovem motorista, depois de ter colocado no lugar o queixo, que havia caÃdo pela visão de Elisa quando saiu do hotel, jogou o segundo cigarro que tinha acabado de acender e correu para abrir a porta do carro.
"Boa noite, Doutora Hunter. Podemos partir?" perguntou com voz hesitante o militar.
"Boa noite", disse ela, testando o seu maravilhoso sorriso. "Vamos."
"Obrigada pela passagem", acrescentou enquanto entrava no carro, sabendo muito bem que a saia subiria ligeiramente e teria parcialmente mostrado as pernas ao militar envergonhado. Ela sempre gostou de se sentir admirada.
Astronave Theos - Alarme De Proximidade
O sistema O ^ OCM materializou imediatamente à frente de Azakis, um objeto estranho cujos contornos, dada a baixa resolução obtidas pela visão de longo alcance que o levavam, ainda não eram bem definidas. Certamente estava se movendo e andava em direção deles. O sistema de aviso de proximidade, avaliou a probabilidade de impacto entre o Theos e o objeto desconhecido, maior de 96%, se ninguém mudasse a própria rota.
Azakis rapidamente entrou no módulo de transferência mais próximo. "Sala de controle" ordenou ao sistema automatizado.
Depois de cinco segundos, a porta se abriu assobiando e a grande tela central da sala de controle mostrava, ainda muito turva, o objeto que estava se movendo em rota de colisão com a nave.
Quase simultaneamente, outra porta perto dele se abriu e Petri saiu afanado.
âO que diabos está acontecendo?â perguntou o seu amigo: "Não deveriam ter meteoritos nesta área", exclamou com espanto olhando para a grande tela.
"Eu não acho que seja um meteorito."
"E se não é um meteorito, então o que é que é?" Petri perguntou, visivelmente preocupado.
"Se não corrigimos imediatamente a rota, vai poder ver diretamente com seus olhos, quando nos encontramos com ele dentro do painel de comando."
Petri imediatamente mexeu nos controlos de navegação e ajustou uma ligeira variação da trajetória daquela previamente predeterminada.
"Impacto em 90 segundos.", comunicou sem emoção, a voz feminina do sistema de aviso. "Distância do objeto: 276.000 km, em aproximação."
"Petri faz alguma coisa e rápido!" gritou Azakis.
"Eu já estou fazendo, mas essa coisa se move muito rápido."
A estimativa da probabilidade de impacto, visÃvel na tela no lado direito do objeto, estava diminuindo lentamente. 90%, 86%, 82%.
"Não vamos conseguir", disse com um fio de voz Azakis.
"Meu amigo, ainda não inventaram um 'objeto misterioso' que possa esmagar a minha nave", disse Petri com um sorriso diabólico.
Com uma manobra que fez perder a ambos, por um momento, o equilÃbrio, Petri impostou os dois motores Bousen uma inversão de polaridade instantânea. A nave espacial tremeu por longos momentos e apenas o sistema de gravidade artificial refinado, assegurando uma compensação imediata na variação, impediu que toda a tripulação acabasse esmagada na parede na frente deles.
"Ãtimo trabalho" disse Azakis dando um tapinha vigorosa no ombro do amigo. "Mas agora, como você vai parar a rotação?" Os objetos na sala já tinham começado a subir e a girar dando voltas no ambiente.
"Só um minuto", disse Petri pressionando botões e mexendo com os controles.
"Basta só..." Uma série de gotas de suor escorria lentamente da sua testa. "abrir a...", continuou ele, enquanto tudo o que estava na sala voava incontrolavelmente. Até os dois começaram a se alçar do chão. O sistema de gravidade artificial já não podia compensar a imensa força centrÃfuga gerada. Eles estavam sempre mais leves.
"a... a porta... três!" gritou Petri no final, enquanto todos os objetos caÃram no piso. Uma grande caixa pesada, atingiu Azakis exatamente entre a terceira e quarta costela, forçando-o a emitir um gemido maçante. Petri, a partir da altura de meio metro de onde foi pairar, caiu sob o painel de instrumentos, em uma posição por nada natural e decididamente ridÃcula.
A estimativa do impacto tinha caÃdo para 18% e continuou a diminuir rapidamente.
"Tudo Bem?" logo perguntou Azakis, tentando esconder a dor no lado atingido.
"Sim, sim. Eu estou bem, estou bem", disse Petri tentando se levantar.
Um momento depois Azakis estava chamando o resto da tripulação que prontamente comunicava ao seu comandante a ausência de danos a pessoas e bens.
A manobra apenas executada, tinha desviado um pouco a Theos da rota anterior e a depressão causada pela abertura da porta tinha sido imediatamente compensada pelo sistema automatizado.
6%, 4%, 2%.
"distância do objeto: 60.000 km" Anunciou a voz.
Ambos estavam segurando a respiração, esperando de chegar à distância de 50.000 km na qual seria acionados os sensores de curto alcance. Esses momentos pareciam intermináveis.
"Distância do objeto: 50.000 Km. Sensores de curto alcance: ativos."
A figura borrada na frente deles, de repente ficou nÃtida. O objeto apareceu na tela, tornando visÃvel cada detalhe. Os dois amigos se olharam, espantados, olhos nos olhos.