—Desde sempre espero por este momento, o dia em que conheci o verdadeiro filho de Deus, o filho espiritual. Minha sabedoria é tão extensa quanto este universo e isto acontece porque sou experiente. Conviver contigo e ensiná-lo será a minha oportunidade para retribuir a meu pai. Sabe, sinto tantas saudades dele. E qual é o vosso? (Ventur Okter)
—Viver este momento, aprender, buscar novos horizontes e ser feliz com minha arte. Faço tudo pela minha família, amigos, colegas de trabalho, admiradores do meu trabalho e seguidores. (Divinha)
—Minha meta é terminar a faculdade, arrumar um emprego, continuar ativo nesta série literária maravilhosa, casar, ajudar meu parceiro em todos os momentos e ser feliz. Estou muito feliz por este momento maravilhoso num planeta devastado e por ter a oportunidade de conhecer a descendência de cristo. (Renato)
—Estamos num ponto de divisão de nossas vidas. É bem provável de sairmos completamente transformados desta experiência. Mesmo eu, que sou um arcanjo, terei algo a evoluir. (Rafael)
—Para vocês que não sabem, Ventur Okter é o detentor dos treze selos divinos. Estes selos conferem ao dono a perfeição, o conhecimento e a felicidade. A fim de entender “O buraco negro”, precisaremos de cada um destes atributos. (Informou Uriel)
—Sim, é verdade. Estou plenamente pronto para repassar esta dádiva. (Ventur)
—O que é exatamente “O buraco negro”? (O vidente)
— É um ponto para onde tudo converge e se transforma. São espaços dimensionais existentes nas dimensões visíveis que ligam a uma força maior, capaz de realizar milagres, curas e libertação. É o conhecimento puro sobre o infinito e em relação a Deus.É um estágio tão avançado que nem sequer os arcanjos conseguem alcançar, somente os filhos de Deus. (Explicou Ventur)
—Incrível.Eu já tinha ouvido falar de algo, mas não tão profundo. Quando começamos? (O filho de Deus)
—Amanhã mesmo. Aproveitemos o restante do dia para descansar um pouco mais. Sabe, faz tempo que não recebo visitas. Para ser mais preciso, há doze bilhões de anos. Estou Feliz! (Ventur)
—Minha nossa! Muito tempo mesmo! (O vidente)
—Este é o maior exemplo de que a paciência é uma virtude que nunca falha. (Rafael)
—Sei como deve ter sido tedioso. Não se preocupe irmão, ficaremos um tempo aqui. (Renato)
—Obrigado. (Ventur)
—A equipe da série “O vidente “ está completa agora. (Uriel)
—Amém. (Divinha)
Nossos amigos continuaram conversando por mais um tempo. Tudo era muito recente e eles não tiveram tempo para pensar no caso em detalhes. A certeza que tinham eram que mergulhariam de corpo numa aventura que prometia. Uma aventura no espaço, junto a um divino.
Ao concluir o almoço, eles prontificam-se a lavar os pratos, varrer a casa, trocar informações, fazer planos internos, cozinhar, conhecer melhor a casa e os costumes do novo mestre. Cada detalhe era importante para aqueles que almejavam a compreensão dum desafio tão complexo. Mais tarde, eles jantam e saem para observar a noite junto com o anfitrião. Que mais surpresas viriam?
A noite e as histórias de Crovos
Semelhantemente a terra, do quintal do nosso novo amigo podia-se ver toda a imensidão do espaço. Nossos queridos personagens espraiam-se do lado de fora observando esta maravilha da natureza. Num instante de silêncio, são capazes de entender a grandeza e a perfeição de Deus.Era muito bom estar ali, junto a dois seres divinos capazes de mudar o tempo o espaço. Sem dúvidas, o desafio do buraco negro poderia ser encarado de igual para igual.
Ciente disso, Ventur entra em contato com os demais.
—Diante de vós está a esfera onde tudo começou. Podem até não se lembrar, mas segundo pesquisei no início estavam Deus pai, Deus filhos e Deus espírito santo. A partir daí, foram criados os universos pelo poder de sua palavra.
—Eu não estive no começo. Quando fui criado Javé Deus e seus filhos já existiam. Pela glória, poder e sabedoria aprendemos a respeitá-los e adorá-los. Porém, nunca tivemos uma explicação plausível sobre como tudo começou. (Respondeu ofegante e desapontado o Arcanjo Rafael mexendo nos botões em sua camiseta de seda.)
—Este mistério é muito grande para sua mente. Por isto Javé Deus não se dignou a explicar. Para vós, basta ter em mente o amor e a complacência do divino. O que posso dizer é que Deus é o início, meio e fim de todas as coisas- Disse Ventur com autoridade e superioridade.
—Verdade. A ele toda honra, glória e adoração sempre. (Rafael)
—Amém. (Ventur)
—Eu sou um simples crente humano. Como Javé vê os jovens de hoje? (Renato)
—Os desafios são muito grandes pois há uma depreciação religiosa em todas as esferas. Á medida que as comunidades avançam esquecem-se de sua filiação divina e tornam-se autossuficientes. É o que acontece em grande escala na terra. Tente fazer sua parte, Renato. Deus julga cada um de forma individual. (Aconselhou Ventur)
—Obrigado.Eu o farei. (Afirmou Renato)
—Irmão, quão grande é tua sabedoria. Alguma vez já teve dúvidas? (Aldivan)
—O fato de eu ser descendente de cristo neste plano não me faz invulnerável. Eu sou como vós, cheio de dúvidas e inconstâncias. A diferença é que estou só e tenho tempo suficiente para dedicar-me exclusivamente ao meu pai. (Explicou Ventur)
—Entendi.Carregamos fraquezas e ao mesmo tempo somos superiores por nossa bondade, fé, inteligência e dedicação à nossa missão. Por isto é que somos “Os filhos de Deus”. (Vidente)
—Exato. (Ventur)
—Nesses doze bilhões de anos depois da guerra, que histórias ou fatos marcaram sua vida? (Indagou Uriel Ikiriri)
—Muitas. Sofro só de pensar nelas. (Ventur)
—Gostaria de compartilhar? (Uriel)
—Sim. Estou aqui para isto. (Ventur)
Uma pausa seguiu-se. O descendente de cristo era um homem sério, misterioso e ás vezes indecifrável. Que segredos terríveis poderia guardar? Ninguém tinha a mínima ideia e, por conseguinte a expectativa era grande. A boa nova é que o pouco tempo que conviveram já tinha sido suficiente para que ele pudesse entregar um pouco de sua confiança. Esta era a primeira vitória de nossa turma intrépida.
Alguns segundos depois, ele já parece estar pronto.
—A guerra de Crovos foi a segunda maior guerra conhecida em toda a história do universo que conhecemos. Após seu final, sobraram eu e uma militante chrovense. O nome dela era Kessy e apaixonei-me quase que imediatamente por sua doçura e meiguice. Juntamo-nos e reconstruímos o palácio real.Em dois anos,já tínhamos dois filhos e éramos uma família perfeita e feliz.Nós éramos a esperança deste mundo para que a vida prosseguisse.Pena que tudo não passou de uma ilusão.Certo dia,quando os deixei sozinhos em viagem a outro planeta,uma chuva de meteoros intensa atingiu o palácio ceifando-lhes a vida.Ao voltar de viagem,tive uma imensa frustração e quase me rebelei.Entretanto,a seiva divina que percorre meu peito não permitiu e conformei-me.Tem coisas que estão além de nossa vontade e não podemos atribuir ao meu pai.Este caso foi o típico exemplo do imponderável.
—Sinto muito. Também já senti grandes dores. (Divinha)
—Foi realmente uma pena! (Renato)
—Isto demonstra sua grandeza e boa percepção. Que bom que está conosco agora. (Uriel)
—Phillipe