Amor italiano - Mistérios do deserto. Jennie Adams. Читать онлайн. Newlib. NEWLIB.NET

Автор: Jennie Adams
Издательство: Bookwire
Серия: Omnibus Bianca
Жанр произведения: Языкознание
Год издания: 0
isbn: 9788413752693
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O que te disse?

      – Grace disse-me que a deixaste com uma ama e que ela fugiu para tentar fazer-te feliz, já que, quando a vias, davas a impressão de estares infeliz.

      Parecia que Bella cravara um punhal no coração de Luc ao dizer aquilo, mas isso não a deteve, já que via reflectido naquela menina todo o sofrimento pelo qual ela e as suas irmãs tinham passado.

      – Arrancaste esta pobre menina à sua mãe para depois a abandonares e só quiseste ficar com ela depois de fugir. E convenceste-a de que a sua mãe não a queria!

      Luc esboçou uma expressão dura. Tinha a dor reflectida na cara, mas disfarçou-a.

      – A mãe de Grace não a quis. A minha filha nunca deveria ter sabido disso, mas a ama que teve em Itália contou-lhe.

      – E o resto? – conseguiu perguntar Bella, com muita dificuldade.

      – Qual é o motivo desta repentina consciência social, Arabella? Quando partiste do meu lado em Milão, para ires para a cama com o organizador do espectáculo, este tipo de coisas não te preocupavam. Decidiste que ele era um partido melhor, ele convinha-te mais para a tua carreira, portanto deixaste o pobre tolo da «Família dos Diamantes» e seguiste em frente.

      – Do que estás a falar? – perguntou ela, empalidecendo.

      Ninguém sabia nada daquele episódio horrível que acontecera no quarto do organizador do espectáculo, mas estava claro que Luc sabia e que tirara as suas próprias conclusões.

      – Vi-te sair do seu quarto naquela noite, corada e despenteada. Era óbvio o que tinha acontecido.

      Mas o que, na realidade, acontecera fora uma discussão para preservar a sua inocência e indignou Bella que ele pudesse pensar uma coisa tão horrível dela.

      – O organizador levou-me para o seu quarto, dizendo-me que havia uma festa. Noutras circunstâncias, não teria ido, mas estava triste e não queria estar sozinha. Pensei que todas as modelos estariam ali.

      – O que estás a dizer? – perguntou Luc, desconfiado.

      – Ouviste-me – disse Bella, certa de não conseguir convencê-lo. Na verdade, não tinha de o convencer de nada.

      – Então, porque tinhas aquele aspecto? – perguntou ele, empalidecendo e apercebendo-se do que acontecera. – Tentou fazer-te mal? Dio!

      – Sim – respondeu Bella, que odiava falar sobre aquilo. – Consegui fugir, mas não sem ter de lutar.

      Luc parecia perdido, impressionado.

      – Lamento – murmurou. – Isto muda tudo o que pensei de ti naquela noite.

      – Acho que, agora que sei o que andaste a pensar de mim durante este tempo todo, talvez deva devolver-te o favor – parou para respirar fundo. – Perguntava-me se a tua filha estaria marcada pelo teu abandono. Agora, sei a resposta. O que fizeste é imperdoável. Se antes pensava que tinha razões para não gostar de ti, agora…

      – Grace é um assunto meu – disse Luc, aproximando-se dela. – Um assunto meu, Arabella, não teu. Talvez tenha ficado impressionado com a tua revelação, mas…

      – E quanto tempo vais ficar com ela, até te cansares dela e a deixares outra vez? Há departamentos governamentais que garantem a segurança das crianças – não conseguiu evitar dizer.

      – Se fosse a ti, parava já! – avisou Luc, enfurecido. – Parava agora mesmo.

      – A tua filha fugiu porque a fizeste muito infeliz. Nega-lo? – atreveu-se a prosseguir Bella.

      – Agora está segura – disse Luc, sem negar nenhuma das acusações feitas por ela.

      Mas Bella queria que ele se explicasse e que, de alguma forma, tentasse resolver aquilo.

      – Grace é muito infeliz…

      – Sim, e eu fi-la sentir-se assim – reconheceu Luc, com a fúria reflectida nos seus olhos escuros. – Mas tens de saber uma coisa. Eu amo a minha filha, não voltarei a magoá-la e matarei qualquer pessoa que tentar tirar-ma. Está claro, Arabella?

      Confusa, zangada e ameaçada, Bella virou-se.

      – Se o dizes a sério, tens de falar com a tua filha para a ajudares a acreditar que não vais voltar a abandoná-la.

      – E tu, Arabella? O que achas de mim? – perguntou ele, como se não lhe importasse. Mas o brilho dos seus olhos dizia o contrário.

      – Se conseguires amar a tua filha, fico contente. Sei que tenho de trabalhar contigo até vender vestidos suficientes para te convencer a deixares-me em paz. Mas, à parte disso, não quero pensar mais em ti, não quero ter-te em conta, nem aperceber-me de que existes.

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