Arena Dois . Морган Райс. Читать онлайн. Newlib. NEWLIB.NET

Автор: Морган Райс
Издательство: Lukeman Literary Management Ltd
Серия: Trilogia Da Sobrevivência
Жанр произведения: Героическая фантастика
Год издания: 0
isbn: 9781632911377
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aqui, assim,” ela fala. “Temos que enterrá-la.”

      “Nós vamos,” eu afirmo.

      “Não conseguirão,” Logan fala. “O chão está congelado.”

      Fico em pé e olho para Logan, mais aborrecida que nunca. Especialmente porque percebo que ele está certo. E eu deveria ter pensado nisso antes.

      “Então, o que você sugere?” pergunto.

      “Não é da minha conta. Vou ficar de guarda ali fora.”

      Logan se vira e sai da casa, batendo a porta ao sair.

      Olho para Bree, tentando pensar rápido.

      “Ele está certo,” eu falo. “Não temos tempo para enterrá-la.”

      “NÃO!” ela chora. “Você prometeu. Você prometeu!”

      Ela está certa. Eu prometi mesmo. Mas não havia pensado nos detalhes. A ideia de deixar Sasha desse jeito, aqui, me mata. Mas também não posso arriscar nossas vidas. Sasha não iria querer isso.

      Então, tenho uma ideia.

      “Que tal o rio, Bree?”

      Ela se vira e olha para mim.

      “E se nós lhe fizéssemos um funeral na água? Sabe, tipo quando fazem com os soldados que morreram com honra?”

      “Que soldados?” ela pergunta.

      “Quando os soldados morrem no mar, às vezes, eles são enterrados no mar também. É um funeral de honra. Sasha amava o rio. Tenho certeza de que ela estaria feliz lá. Podemos levá-la conosco e nos despedir dela no rio. Pode ser?”

      Meu coração palpita enquanto espero por uma resposta. O tempo está se esgotando e eu sei como Bree pode ser intolerante se algo significa muito para ela.

      Para meu alívio, ela concorda.

      “Tudo bem,” ela fala. “Mas eu vou carregá-la.”

      “Acho que ela é pesada demais para você.”

      “Não vou a não ser que eu a carregue,” ela diz, seus olhos brilhando de determinação, me  encarando, com as mãos na cintura. Posso ver que ela não vai aceitar nenhuma outra possibilidade.

      “Tudo bem,” eu falo. “Você pode carregá-la.”

      Nós duas erguemos Sasha do chão e, então eu olho pela casa à procura de qualquer coisa que possamos levar. Vou até o corpo do comerciante de escravos, tiro suas calças e, ao fazê-lo sinto algo em seu bolso traseiro. Fico ansiosa ao descobrir algo maciço e metálico dentro. Tiro um pequeno canivete. Fico feliz em tê-lo e o guardo no meu bolso.

      Faço uma rápida revista pelo resto da casa, correndo de quarto em quarto, procurando por qualquer coisa que possa ser útil. Encontro alguns sacos de estopa velhos e pego todos eles. Abro um deles e coloco o livro favorito de Bree, A Árvore Generosa e a minha cópia de O Senhor das Moscas. Corro até um armário, pego as velas remanescentes e os fósforos e também os coloco no saco.

      Vou até a cozinha e depois até a garagem, as portas ainda escancaradas de quando os comerciantes de escravos invadiram. Espero desesperadamente que eles não tenham tido tempo de procurar na parte de trás, no fundo da garagem, pela caixa de ferramentas. Eu a escondi bem, em um vão da parede, vou desesperadamente procurá-la e fico aliviada de encontrá-la. É muito pesada para eu carregar sozinha e então a abro e dou uma olhada rápida, vou pegando qualquer coisa que eu ache útil. Um pequeno martelo, chave de fenda, uma pequena caixa de pregos. Encontro uma lanterna com bateria dentro. Faço um teste e ainda está funcionando. Pego mais um pequeno alicate, uma chave inglesa e fecho a caixa, estou pronta para partir.

      Quando estou quase saindo, algo chama minha atenção. Há um enorme cabo de tirolesa, todo enrolado, preso a um gancho na parede. Havia me esquecido dele. Anos atrás, papai havia comprado este cabo de tirolesa, depois o pendurou nas árvores, achando que iríamos nos divertir. Usamos só uma vez, depois disso, nunca mais e, então, o cabo acabou pendurado na garagem. Olhando para ele agora, sinto que poderá ser útil. Subo em cima da caixa de ferramentas e alcanço o cabo, deixo-o sobre um ombro e, no outro, coloco os sacos de estopa.

      Saio logo da garagem e volto para dentro de casa, onde está Bree, segurando Sasha com os dois braços, olhando para ela.

      “Estou pronta,” ela fala.

      Corremos até a porta da frente, Logan se vira e olha para Sasha. Ele balança a cabeça.

      “Para onde vocês irão levá-la?” ele pergunta.

      “Para o rio,” eu falo.

      Ele balança a cabeça, desaprovando.

      “O tempo está passando,” ele diz. “Você tem mais quinze minutos para voltarmos. Onde está a comida?”

      “Não está aqui,” eu respondo. “Temos que subir um pouco mais, até uma casinha que eu havia encontrado. Podemos fazer isso em quinze minutos.”

      Caminho com Bree até o caminhão e jogo os cabos de tirolesa e o saco de estopa na picape. Fico com os sacos vazios, sabendo que irei utilizá-los para pegar comida.

      “Para que esses cabos?” Logan questiona, nos aproximando por trás. “Não iremos utilizá-los.”

      “Nunca se sabe,” eu falo.

      Eu me viro para Bree, ponho um braço ao redor de Bree, que ainda olha para Sasha e depois me afasto, olhando para o topo da montanha.

      “Vamos indo,” eu falo para Logan.

      Relutantemente, ele se aproxima de nós e começa a subir a montanha.

      Nós três avançamos firmemente montanha acima, o vento vai ficando cada vez mais forte, é  mais frio aqui em cima. Olho para o céu preocupada, está escurecendo muito mais rápido do que eu esperava. Sei que Logan está certo: temos que voltar ao rio antes do anoitecer. E, com o por do sol  acontecendo praticamente agora, sinto uma inquietação crescente. Mas, ao mesmo tempo, sei que precisamos da comida.

      Marchamos montanha acima e, finalmente, alcançamos a clareira no topo, quando uma rajada de vento fere meu rosto. A cada minuto que passa, fica mais frio e mais escuro.

      Refaço meus passos até a casinha, a neve está densa aqui em cima, sinto-a atravessando minhas botas enquanto ando. Vejo a pequena construção, coberta de neve, escondida e anônima como sempre. Vou depressa em direção a ela e abro a pequena porta; Logan e Bree estão bem atrás de mim.

      “Bela descoberta,” ele diz e, pela primeira vez, ouço admiração em sua voz. “Bem escondida. Quase tão boa que me faz querer ficar aqui – se os comerciantes de escravos não estivessem em nosso encalço, e se tivéssemos algum abastecimento de comida.”

      “Eu sei,” eu falo, quando entro na casinha.

      “É linda,” Bree fala. “É a casa para onde iríamos nos mudar?”

      Olho para Bree, me sentindo triste. Eu aceno com a cabeça.

      “Depois falamos disso, pode ser?”

      Ela entende. Também não está nada ansiosa para encontrar os comerciantes de escravos.

      Eu me apresso e abro logo o alçapão, desço pela íngreme escada. Está escuro aqui dentro e preciso me guiar através do toque. Estendo as mãos e sinto uma fileira de frascos de vidros, tilintando quando os toco. Os potes de vidro. Não perco tempo. Pego meu saco de estopa vazio e os encho o mais rápido que consigo. Eu mal consigo enxergá-los enquanto o saco vai ficando cada vez mais pesado, mas lembro-me de haver geleia de framboesas, de mirtilos, picles, pepinos… Encho o saco o máximo que consigo e subo a escada para entregá-lo para Logan. Ele o pega e eu então eu encho mais três sacos.

      Deixo a parede inteira vazia.

      “Chega,” Logan fala. “Não dá para carregar mais. E está ficando escuro. Temos que ir.”

      Agora há um pouco mais de respeito em sua voz. Ele está claramente impressionado com este estoque que eu encontrei