“Eu ainda acho que você está blefando”, disse Jasmin.
Maria olhou para ela. “Volte em uma hora e vamos ver quem é que está blefando.”
Scarlet ficou aliviada que a conversa não era mais sobre ela. Ela estava começando a se sentir esperançosa, talvez toda a atenção negativa passaria realmente rápido, e não seria tão ruim quanto ela havia pensado. Afinal, suas amigas mudaram para novos temas de fofocas muito rapidamente. Mas, quando ela pensou sobre sua próxima aula, com Sage e Maria, seu estômago afundou.
À medida em que viravam uma esquina, o estômago de Scarlet afundou ainda mais: lá, encostado contra a parede, estavam Vivian e sua turma. Elas se cutucaram, ao olhar em sua direção, então riram e sussurraram.
Vivian se virou e olhou diretamente para ela com um sorriso vitorioso. Scarlet podia ver maldade em seu belo rosto, pela vingança mesquinha de que havia recebido da intimidação online. Por um momento, Scarlet estava tão furiosa que tinha vontade de atacá-la. Ela sentiu uma tremenda onda de raiva atravessá-la dela, formigando, corria desde seus pés até suas mãos. Ela não entendia o que estava acontecendo: era com uma onda de calor. Sentia seu corpo mais forte, mais violento e menos capaz de se controlar. Ela queria sair dali rápido, antes que algo de ruim acontecesse.
“Ora, ora, ora”, disse Vivian em voz alta, enquanto elas passavam ao seu lado. A tensão no ar era tão pesada que poderia ser cortado com uma faca.
“Olha quem é. Se não são as sobras Blake. “
“Isso é uma declaração e tanto, especialmente vindo de uma rejeitada por Blake”, Jasmin retrucou para ela.
“E você , que tem tanto medo de dizer na cara que precisa postá-lo online?” Maria instigou.
O rosto de Vivian se fechou com uma carranca, assim como o de suas amigas. Scarlet estava mortificada. Ela só queria que tudo isso passasse logo. Ela estava realmente agradecia a suas amigas, mas ela não queria que aquilo evoluísse para uma guerra de insultos.
“E isso vindo de uma menina que sequer tem um par para o baile”, Vivian respondeu, agora centrada em Maria. “Perdedora”, disse ela.
“Eu prefiro não ter um par, do que ter a sobra de alguém,” Maria retrucou.
“Por favor, Maria,” Scarlet disse calmamente. “Vamos seguir em frente.”
Por um momento, parecia que os dois grupos de meninas se atacariam, e que isso iria evoluir para uma luta física. Por maior que fosse a raiva que Scarlet sentia correndo por seu corpo, ela realmente não queria o confronto.
Ela gentilmente cutucou suas amigas e lentamente seu grupo continuou andando, se afastando daquele corredo. Scarlet não queria descer ao nível de Vivian.
Assim que os dois grupos foram ganhando mais distância entre si, de repente, Scarlet sentiu algo. Era uma sensação estranha, que ela nunca tinha sentido antes. Do nada, seus sentidos estavam em alerta máximo: ela sentiu, sem olhar, uma energia negra se aproximar por trás dela. Ela não sabia como, mas ela sentiu. E, em seguida, sua audição ficou muito aguçada: ela ouvia cada pequeno movimento no corredor. Ela ouviu o movimento dos passos de uma menina, que se aproximava por trás dela.
Reagindo à velocidade da luz, Scarlet, de repente sentiu seu corpo se virar, sentiu sua própria mão subir e se viu agarrando a mão de outra pessoa um segundo antes de ser atingida na parte de trás de sua cabeça.
Scarlet olhou para cima e ficou surpreso ao se ver mobilizando o pulso de Vivian. Ela olhou e viu um grande maço de goma de mascar na palma de sua mão e viu sua expressão chocada. Então ela percebeu o que tinha acontecido: Vivian tinha ido atrás dela e estava prestes a enfiar o chiclete em seu cabelo. De alguma forma, Scarlet tinha percebido isso e tinha se virado a tempo de bloquear o ato no último segundo, a apenas alguns centímetros de distância.
Scarlet ficou ali, ela se viu torcendo o pulso de Vivian com uma força incrível; Vivian caiu de joelhos, gritando de dor.
Todos os que estavam por lá pararam e uma enorme multidão se reuniu ao redor.
“Você está me machucando!” Vivian gritou. “Solte-me!”
“BRIGA! BRIGA! “, gritou a multidão de estudante que de repente se reunira ao redor.
Scarlet sentia uma fúria avassaladora correndo por ela, uma raiva que ela mal conseguia controlar. Alguma coisa em seu corpo a tinha protegido de se machucar e agora queria que ela se vingasse quebrando o pulso desta menina.
“Por que deveria?” Maria gritou. “Você estava prestes a enfiar um chiclete no cabelo dela.”
“Por favor!” Vivian choramingou. “Desculpe-me!”
Scarlet não entendia o que estava tomando conta dela e isso a assustava. De alguma forma, no último segundo, ela se obrigou a parar. Ela finalmente a soltou.
O pulso de Vivian caiu ao seu lado e, assim que ela se levantou, correu de volta para o seu grupo de amigas.
Scarlet se virou, com o coração acelerado e caminhou com suas amigas pelo corredor de novo. Lentamente, o local voltou ao normal, todos sussurravam enquanto se dispersavam. As amigas de Scarlet se agruparam em torno dela.
“Uau, como você fez isso?”, perguntou Maria, impressionada.
“Isso foi incrível!”, disse Jasmin. “Você realmente a colocou no seu devido lugar.”
“Eu não posso acreditar que ela estava prestes a colocar chiclete no seu cabelo”, disse Becca.
“Ela teve o que merecia”, disse Maria. “Mandou bem, menina. Acho que ela vai pensar duas vezes antes de provocar você de novo.”
Mas Scarlet não se sentia bem. Ela se sentia vazia, drenada. E mais desnorteado do que nunca sobre o que estava acontecendo com ela. Por um lado, é claro que ela estava muito impressionada por ter sido capaz de pará-la a tempo, revidar e se defender. Mas, ao mesmo tempo, ela não conseguia entender como ela tinha conseguido reagir daquela maneira.
Seus olhos estavam doendo mais ainda e sua dor de cabeça estava piorando e, por mais absurdo que parecia, ela não podia deixar de ter a sensação de que ela estava se transformando de alguma forma. E isto a aterrorizava mais do que qualquer coisa.
O alarme tocou e pouco antes de se dirigirem para a aula, Scarlet olhou ao redor e viu Blake parado por ali. Ele estava com alguns de seus amigos e um deles o cutucou, ele então se virou e olhou para ela. Por um momento, seus olhos se encontraram. Scarlet tentou decodificar sua expressão. Esperava mais do que qualquer coisa que ele iria até ela, para lhe dar uma chance.
Mas, de repente, ele se virou e caminhou com seus amigos na direção oposta.
Scarlet sentiu seu coração partir. Então era isso. Ele não estava mais interessado nela. Não só isso, ele não estava mesmo a fim de falar com ela. Ele nem sequer a reconhecia. E isso doeu mais do que tudo. Ela pensou que eles tinham algo verdadeiro juntos, não conseguia entender como tudo tinha desmoronado tão rapidamente, como ele poderia ir embora tão facilmente. Por que ele não podia, pelo menos, ser mais compreensivo com ela – lhe dar pelo menos uma chance de explicar.
A primeira aula não tinham nem começado ainda e o dia e já Scarlet já havia lhe machucado demais, como se ela fosse um saco de pancadas. Ela já tinha experimentado um turbilhão de emoções e se perguntou como ela seria capaz de enfrentar o resto do dia.
“Vamos lá, você não precisa dele”, disse Maria, ao colocar o braço em volta de Scarlet e guia-la para a primeira aula do dia. Scarlet engoliu em seco, sabendo que Sage estava atrás daquelas portas.
CAPÍTULO SEIS
A primeira de Scarlet tinha cerca de trinta alunos, todas lutando para tomar os seus lugares. As mesas estavam alinhadas em três fileiras cada uma com dez mesas, enquanto nos cantos da sala haviam longas mesas de madeira, com bancos sob elas. Ela examinou a sala e viu, aliviada, que Sage não