Os dois exércitos atacam, correndo o mais rápido que podem para matar uns aos outros. Assim que se encontram no meio, há um tremendo estrondo de armas.
Thor dá golpes para todos os lados, atacando a primeira fila de soldados do Império, que empunha lanças longas, azagaias e arpões. Thor corta a primeira lança que encontra na metade, e então perfura o intestino de um soldado.
Thor desvia e recua quando várias lanças aparecem em seu caminho; ele golpeia com sua espada, girando em todas as direções, cortando todas as armas ao meio e dá chutes e cotoveladas, tirando vários soldados de seu caminho. Ele desfere socos com sua manopla, chuta soldados na virilha, dá cotoveladas em alguns e perfura outros com sua espada. O espaço é reduzido e ele avança aos poucos. Thor é uma máquina de um homem só, abrindo caminho através de um exército muito superior.
Ao seu redor, seus irmãos estão fazendo o mesmo, lutando com incrível velocidade e potência, força e espírito, apesar de estarem em menor número, atirando-se contra um exército muito maior e atravessando as linhas dos soldados do Império, que parece não ter fim. Nenhum deles hesita, e ninguém recua
Ao redor de Thor, milhares de homens enfrentam milhares de soldados; homens gritando e gemendo enquanto lutam lado a lado em um grande confronto, a batalha determinante para o destino do Anel. E, apesar das forças inimigas muito superiores, os homens do Anel vão ganhando força, impedindo o avanço do Império, e até mesmo fazendo com que recuem.
Thor pega um mangual das mãos de um soldado do Império, dá um chute nele e, em seguida, gira o corpo e bate com a arma na lateral de seu capacete. Thor gira o mangual, derrubando vários outros soldados, e então ele arremessa a arma para o meio da multidão, atingindo mais alguns.
Thor, em seguida, ergue a espada e volta para a luta corpo-a-corpo, atacando por todos os lados, até que seus braços e ombros se cansam. Em certo momento, ele se move um pouco mais lentamente, e um soldado parte pra cima dele com uma espada em punho; Thor se vira para ele, tarde demais, e se prepara para o golpe inevitável.
Thor ouve um rosnado e Krohn passa por ele, pula no ar e trava suas mandíbulas na garganta do soldado, levando-o para o chão e salvando Thor.
Horas de luta se passam. Enquanto Thor a princípio se anima com o avanço inicial, logo se torna evidente que aquela batalha é um ato de futilidade, prolongando o inevitável. Não importa quantos deles matem, o horizonte continua com um número infindável de homens. E enquanto Thor e os outros vão ficando cansados, os homens do Império parecem descansados, e cada vez mais numerosos.
Thor, perdendo força, não se defende tão rapidamente quanto antes, e de repente recebe um golpe de espada no ombro; ele grita de dor enquanto o sangue jorra de seu braço. Thor em seguida, leva uma cotovelada nas costelas, e um machado de batalha desce na direção dele, e ele mal consegue bloqueá-lo com seu escudo. Ele ergue o escudo quase um segundo tarde demais.
Thor está perdendo terreno, e ao olhar à sua volta, vê que os outros ao seu redor também estão. A maré estava começando a virar mais uma vez; os ouvidos de Thor são preenchidos com os gritos de morte de muitos de seus homens, que começam a cair. Depois de horas de luta, eles estão começando a perder a batalha. Logo, eles seriam completamente derrotados. Ele pensa em Gwendolyn, e se recusa a aceitar que aquele seja o fim.
Thor joga a cabeça para trás, olhando para céu, e tenta desesperadamente reunir os poderes que lhe restam. Mas seu poder Druida não está respondendo. A maior parte de seu poder, ele sabe, havia sido drenada durante sua luta com Andronicus, e ele precisa de tempo para se recuperar. Ele nota Argon no campo de batalha, também não tão poderoso quanto antes, pois seus poderes também tinham sido usados na luta contra Rafi. E Alistair também está enfraquecida, tendo usado seus poderes para reviver Argon. Eles não têm qualquer outro reforço. Apenas a força de seus braços.
Thor joga a cabeça para trás mais uma vez e dá um grande grito de guerra desesperado, torcendo por algum milagre, alguma mudança.
Por favor, Deus, ele pede. Eu imploro. Salve-nos neste dia. Eu recorro a você. Não aos meus homens, ou aos meus poderes, mas a você. Dê-me um sinal de seu poder.
De repente, para espanto de Thor, o ar é tomado pelo som de um grande rugido, um barulho tão alto que parece dividir os próprios céus.
O coração de Thor acelera quando ele imediatamente reconhece o som. Ele olha para o horizonte e vê, atravessando as nuvens, sua velha amiga, Mycoples. Thor está surpreso, eufórico ao ver que ela está viva, que ela está livre, e que ela está de volta ao Anel, voando em direção a ele. É como se uma parte dele estivesse restaurada.
Thor se surpreende ainda mais ao ver, ao lado dela, um segundo dragão. Um dragão do sexo masculino, com escamas vermelhas desbotadas e antigas, e enormes olhos verdes brilhantes olhos verdes, de aparência ainda mais feroz que Mycoples. Thor observa enquanto os dois dragões atravessam o ar, voando entre as nuvens para, em seguida, mergulhar na direção de Thor. Ele percebe, então, que suas preces tinham sido atendidas.
Mycoples levanta as asas, jogando o pescoço para trás, e grita, assim como o dragão ao lado dela, e os dois assopram uma parede de fogo sobre o exército do Império, iluminando o céu. O dia frio de repente se torna quente, à medida que as paredes de fogo se alastram na direção deles. Thor leva os braços ao rosto.
Os dragões atacam da parte de trás, de modo que as chamas não chegam a atingir Thor. Ainda assim, a parede de fogo está perto o suficiente para que Thor sinta seu calor, e os cabelos de seu antebraço são chamuscados pelas chamas.
Os gritos de milhares de homens tomam conta do ar à medida que o exército do Império, divisão por divisão, é incendiado. Dezenas de milhares de soldados gritam por suas vidas, correndo para todos os lados, mas não há para onde fugir. Os dragões são impiedosos. Eles atacam, – cheios de fúria, dispostos a vingar-se do Império.
Divisão após divisão do Império é derrotada, e seus soldados caem no chão, mortos.
O restante dos soldados que enfrentam Thor entram em pânico e foge, tentando se afastar dos dragões que cruzam o céu, cuspindo chamas em todos os lugares. Mas eles apenas correm para suas próprias mortes, quando os dragões se aproximam deles, e os mata um de cada vez.
Logo, Thor se vê diante de um campo vazio, com nuvens negras de fumaça e o cheiro de carne queimada no ar – o bafo dos dragões, um cheiro de enxofre. Quando a fumaça desaparece, eles vêem um terreno carbonizado diante deles, nem um único homem vivo, toda a grama e árvores reduzidas a cinzas. O exército do império, até então insuperável, tinha sido completamente dizimado.
Thor fica espantado e eufórico. Ele não iria morrer. Todos eles sobreviveriam. O anel está livre. Finalmente, eles estão livres.
Mycoples mergulha e para diante de Thor, abaixando a cabeça e bufando.
Thor se adianta, sorrindo ao se aproximar de sua velha amiga, e Mycoples abaixa a cabeça até o chão, ronronando. Thor acaricia as escamas em seu rosto, e ela estica o pescoço e esfrega o focinho para cima e para baixo no peito dele, acariciando o rosto contra seu corpo. Ela ronrona satisfeita, e fica claro que ela está em êxtase por ver Thor novamente, que está igualmente satisfeito em revê-la.
Thor monta no dragão e se vira para o seu exército, milhares de homens que olham para ele com espanto e alegria, e levanta sua espada.
Os homens também erguem suas espadas e aplaudem Thor. Finalmente, o ar é preenchido com o som da vitória.
CAPÍTULO NOVE
Gwendolyn fica parada olhando Thorgrin montado em Mycoples, e seu coração dispara de alívio e orgulho. Ela abre caminho através da multidão de soldados, de volta à linha de frente, abrindo mão da proteção de Steffen e dos outros. Ela percorre rapidamente a distância que os separa, atravessando a clareira até parar diante de Thor. Ela