Thor estava chocado.
“Uma folha Sensitiva.” Disse o garoto. “Venenosa. Se você a tivesse tocado, você estaria sem uma mão agora.”
Thor olhou para toda a vegetação com um novo respeito. Ele estava maravilhado com a sorte que tinha tido ao encontrar aquele garoto.
Eles continuaram a sua caminhada, Thor mantinha as mãos perto de seu corpo, assim como os outros. Eles tentavam ser mais cuidadosos com todos os lugares onde pisavam.
“Fiquem perto uns dos outros e sigam exatamente meus passos.” Disse o garoto. “Não toquem em nada. Não tentem comer esses frutos. E não cheirem aquelas flores a menos que vocês queiram desmaiar.”
“Ei o que é isso?” O’Connor perguntou virando-se e olhando para uma fruta enorme pendurada em um galho, ela era longa, estreita e de uma cor amarela, reluzente. O’Connor deu um passo em direção a ela e estendeu a mão.
“NÃO!” O garoto exclamou.
Mas já era tarde demais. Quando ele tocou a fruta, o chão cedeu sob todos eles e Thor se encontrou deslizando precipitando-se por uma colina e sendo arrastado pela lama e pela água. Eles estavam presos em um deslizamento de terra e não podiam parar.
Todos eles gritavam enquanto deslizavam na lama, por centenas de metros, direto para as profundezas escuras da selva.
CAPÍTULO SETE
Erec montava seu cavalo, respirando com dificuldade, preparando-se para atacar os duzentos soldados à sua frente. Ele lutou bravamente e tinha conseguido derrubar a primeira centena, mas agora seus ombros estavam enfraquecidos, suas mãos tremiam. Sua mente estava pronta para lutar para sempre, mas ele não sabia por quanto tempo seu corpo a acompanharia. Ainda assim, ele iria lutar com todas as forças, tal como tinha feito toda a sua vida e deixaria que o destino tomasse a decisão por ele.
Erec gritou e esporou o cavalo desconhecido, o qual ele tinha roubado de um de seus oponentes e avançou para os soldados.
Eles o atacaram de volta, igualando ferozmente o seu solitário grito de guerra com o deles. Muito sangue já tinha sido derramado sobre aquele campo e era óbvio que ninguém iria abandoná-lo antes de ver inimigo do outro lado, morto.
Erec atacou, ele retirou um punhal de arremesso de seu cinto, mirou e atirou-o no líder dos soldados que estava diante dele. Foi um arremesso perfeito, o punhal se alojou na garganta do soldado, ele levou as mãos ao seu pescoço, soltou as rédeas e caiu do cavalo. Como Erec esperava, ele caiu aos pés dos outros cavalos, fazendo com que vários deles tropeçassem e derrubassem uns aos outros no chão.
Erec levantou um dardo com uma mão, na outra mão ele carregava seu escudo, ele baixou sua viseira e investiu com destemor. Ele iria atacar aquele exército tão rápido e duramente como fosse possível, aparar tantos golpes quanto pudesse e romperia suas filas durante o processo.
Erec gritou quando avançou para o grupo. Todos os seus anos de torneio medieval lhe haviam sido muito úteis, ele usou o longo dardo habilmente, abatendo um soldado após o outro, derrubando-os em sucessão. Ele se agachou e com a outra mão cobriu-se com o escudo; ele sentiu uma chuva de golpes descendo sobre ele, sobre seu escudo, sobre sua armadura, os golpes provinham de todas as direções. Ele foi golpeado por espadas, machados e maças, era uma tempestade de golpes metálicos. Erec rezou para que sua armadura os suportasse. Ele aferrou-se ao seu dardo, abatendo tantos soldados quanto podia enquanto atacava, cortando caminho através do enorme grupo.
Erec não diminuiu seu ritmo e depois de cerca de um minuto de cavalgada, finalmente ele conseguiu passar para o outro lado, para o espaço aberto, tendo antes traçado um caminho de devastação bem no meio do grupo de soldados. Ele tinha abatido pelo menos uma dúzia de soldados, mas ele havia sofrido durante o processo. Ele respirou fundo, seu corpo estava dolorido, o barulho de metais ainda ressoava em seus ouvidos. Ele sentia como se tivesse sido colocado dentro de um moedor de carne. Ele olhou para baixo e viu que estava coberto de sangue. Felizmente, ele não havia sofrido nenhum ferimento grave. Seus ferimentos pareciam ser apenas pequenos arranhões e cortes.
Erec cavalgava em um grande círculo, dando várias voltas, preparando-se para enfrentar o exército de novo. Eles também tinham se virado e se preparado para atacá-lo mais uma vez. Erec estava orgulhoso de suas vitórias até agora, mas estava ficando difícil para ele recuperar o fôlego. Ele sabia que mais uma passagem por aquele grupo poderia acabar com sua vida. Apesar disso, ele se preparou para atacar de novo, ele jamais estaria disposto a recuar diante de uma luta.
De repente, ouviu-se um grito incomum provir de detrás do exército, Erec estava inicialmente confuso ao ver um contingente de soldados que atacava pela retaguarda. Mas então, ele reconheceu a armadura e seu coração disparou: era Brandt, seu amigo íntimo do Exército Prata, juntamente com o Duque e dezenas de seus homens. O coração de Erec desceu para o estômago quando ele avistou Alistair entre eles. Ele pediu-lhe para ficar na segurança do castelo e ela não tinha escutado. Por isso, ele a amava mais do que ele poderia expressar.
Os homens do Duque atacaram o exército por trás, com um grito de batalha feroz, provocando o caos. Metade do exército virou-se para enfrentá-los e eles se encontraram em meio a um grande clangor de metal. Brandt liderava o caminho com seu machado de duas mãos. Ele o balançou para o soldado líder, cortando-lhe a cabeça, depois ele girou seu machado ao redor e com o mesmo movimento, o incrustou-o no peito de outro homem.
Erec, inspirado, recobrou suas forças: ele se aproveitou do caos e atacou a outra metade do exército. Ele seguiu a galope, inclinou-se e pegou uma lança que estava fincada na terra, então se inclinou para trás e arremessou-a com a força de dez homens. A lança atravessou a garganta de um soldado e continuou sua trajetória, alojando-se no peito de outro.
Então, Erec levantou bem alto sua espada e desceu-a sobre o primeiro soldado que alcançou, cortando o cabo de sua maça ao meio, em seguida, ele girou ao redor e decepou a cabeça do homem.
Erec continuou lutando, avançando para o grupo de homens com toda sua energia restante, empurrando, bloqueando, aparando, atacando todos os soldados que pululavam por todos os lados. Ele levantava seu escudo e bloqueava golpe após golpe, enquanto atacava alternadamente. Em poucos instantes, os soldados estavam todos convergindo ao seu redor, dezenas deles, atacando-o em todas as direções.
Ele matou mais homens do que ele poderia contar, mas simplesmente havia muitos deles, mesmo com os homens do Duque ocupando-se da retaguarda. Um deles desferiu um golpe com sua clava atingindo as costas de Erec entre as omoplatas. Erec gritou de dor quando a bola de metal coberta de puas atingiu sua espinha. Ele caiu do cavalo e foi parar no chão, o impacto o deixou sem ar.
Mas ele não desistiu. Seus instintos vieram à tona e ele teve a percepção para rolar pelo chão imediatamente, levantar seu escudo e bloquear um golpe que vinha em descenso direto para a sua cabeça. Em seguida, ele defendeu-se com sua espada, decepando o braço do homem.
Um soldado vinha diretamente destinado a pisar a cabeça de Erec, mas ele rolou para fora do caminho, virou-se e cortou as pernas do seu cavalo, enviando o cavaleiro para o chão; Erec rolou sobre si mesmo e apunhalou o homem no peito.
Mais e mais homens convergiam para Erec, ele rolou pelo chão, ajoelhou-se e bloqueou golpe após golpe, contra-atacando quando ele podia, já que estava cercado. Seus ombros estavam enfraquecendo. Um cavaleiro particularmente grande, com uma longa barba reta, adiantou-se e levantou bem alto um machado. Erec levantou seu escudo para bloqueá-lo, mas outro soldado o arrancou de sua mão com um chute e antes que ele pudesse reagir, um terceiro soldado pisou em seu peito, prendendo-o ao chão. Havia simplesmente muitos deles e Erec estava esgotado. Não havia mais nada que ele pudesse fazer, além de ver quando o grande cavaleiro começou a descer o machado sobre ele.
De repente, ocorreu um grande tumulto, Erec olhou para cima e viu Brandt chegar, levantar bem alto sua espada e com um grito feroz, balançá-la com todas as forças cortando o cabo do machado ao meio e decepando a cabeça enorme do cavaleiro, tudo isso em um único golpe.
Logo