Um Quarto De Lua. Massimo Longo. Читать онлайн. Newlib. NEWLIB.NET

Автор: Massimo Longo
Издательство: Tektime S.r.l.s.
Серия:
Жанр произведения: Зарубежное фэнтези
Год издания: 0
isbn: 9788835431527
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coincidencia, nao era um best-seller na moda, isto o apoquentou. de repente apagou-se a luz e elio começou a ouvir a estranha voz que, como um mau pressagio, murmurava palavras desconhecidas ao seu ouvido.

      Mesmo sabendo de como nao rea possivel, teve o pavor de que aquele homem poderia encontrar-se ali, na escuridao. procurou o interruptor da luz mas nao conseguiu acendê-la de novo, devia ter-se fundido a lampada. um temor profundo apoderou-se dele, a voz era cada vez mais forte, a ouvia ecoar dentro da sua cabeça. às apalpadelas tentou chegar à janela, arrastando consigo os objectos que encontrava à sua passagem.

      Chegado à manilha, nao logrou abril-lo, entao, fora de si, começou a dar murros na esperança de desbloqueá-lo.

      Tremia e suava frio.

      De repente acendeu-se a luz, Elio virou repentinamente, quisera gritar, mas a voz esmorecera na garganta.

      viu Gaia.

      - Elio estás bem? por que todo este barulho? algo nao está bem contigo?

      O rapaz, branco como um lençol, tinha o olhar transtornado e tremulo.

      gaia abraçou-o forte preocupada e lhe sussurrou:

      - Está tudo bem? aconteceu contigo outra vez, nao é? aquela estranha coisa que te deixa ficar confuso…

      Elio nao respondia, nem retribuia o seu abraço, estava ainda a viajar por aí, possuido pelos seus pensamentos, nao conseguia mesmo sentir o calor daquele abraço, como se fosse pedra.

      Lentamente o abraço desfez-se, Elio começava a voltar em si.

      a primeira coisa que fez foi voltar-se para controlar se aquele estranho manuscrito estivesse realmente ali, onde o tinha visto, ou entao se o tivesse apenas imaginado.

      infelizmente, estava ainda ali,, o seu olhar ficou gelido.

      Gaia, notada toda a cena, aproximou-se ao tomo para pegá-lo, para ver se era realmente o motivo da inquietaçao do irmao. põs-se na trajectoria entre o olhar de Elio e o livro.

      Era precisamente ali que reparava, virou e pegou-o virando-se com o livro na mao para com ele e perguntou:

      - É isto que tanto te tira o sossego?

      Elio ficou calado.

      - Fala comigo Elio, nao posso ajudar-te se nao te abres comigo e continuar a teimar.

      - O comboio - sussurrou Elio.

      - O comboio, o que quer dizer o comboio?

      - Uma cópia daquele livro vi-a no comboio.

      - o que tem de estranho nisto?

      - Trazia-o um estranho fulano sentado na fila ao meu lado, no momento em que vocês estavam no vagao-restaurante.

      - Muitos leem enquanto estao a viajar.

      - Mas nao é um livro comum, nao ves? - agitou-se Elio.

      Efectivamente Gaia tinha notado a particularidade da capa do livro e ficou um pouco espantada mal o abriu.

      Estava escrito numa lingua para ela desconhecida, as imagens, todas em preto e branco, figuravam personagens estranhas, numa moldura de bosques e luas cheias. muitas daquelas figuras eram na pior das hipoteses atormentadoras.

      Gaia fingiu de nao estar a notá-las, fechou imediatamente o livro e o deixou no canto, tentando simular indiferença.

      - Força, animo, é apenas uma coincidencia e aquele é apenas um antigo livro.

      Elio ja tinha-se atirado outra vez no silencio, as suas orelhas zumbiam de novo.

      a rapariga procurou distrair o irmao, se bem que as imagens espectrais nao abandonassem a sua mente.

      - Coragem, dá-me a tua mao, afastemos para a luz estas caixas e começamos a criar espaço em baixo da claraboia, quero arrumar ali a nossa cama. infelizmente nos caberá dormir na mesma e eu quero adormecer observando as estrelas.

      Trabalharam toda a manhã com todo ardor. Gaia, com as suas conversinhas, conseguiu distrair o Elio que depois do sucedido parecia reagir com um pouco de energia a mais.

      Passaram tambem boa parte da tarde a limpar até quando a tia os convidou para lavar-se, naquela noite chegava o ercole e era preciso festejar.

      Libero tinha prometido de levá-los para dançar, na aldeia desenrolar-se-ia a anual festa da ceifa.

      ouviu-se provir do exterior o som da buzina do velho autocarro que duas vezes por semana, depois de ter atravessado os varios lugarejos partindo da cidade, chegava na aldeia, os escuteiros o utilizavam para regressar do campo que mantido em Tresentieri, um bosque nao bastante distante.

      Libero lançou-se para fora e, como seu habito, agarrou o irmao ainda com os ombros carregados por uma mochila seguramente fora da medida e o fez voar arrastando-o até à porta de casa onde, mal escapou da sua mordidela, viu-se naquela da mae.

      Erecole estava feliz por esta manifestaçao de afecto, mas lhe parecia um pouco exagerado para uma ausencia que durou somente cinco dias.

      saudou afectusamente com os dois beijos na bochecha de gaia, que achava muito gira, enquanto reservou um gelido “olá” ao primo que o julgava responsavel pelo desapareciemto da Tv e sobretudo dos seus amados videosjogos.

      Ercole e Gaia eram da mesma idade e representava em tudo o mito do qual levava o nome: alto, musculoso e atletico fazia parte da equipa de luta livre da aldeia.

      tinha os cabelos pretos, rapados nos lados e à escovinha no centro, os olhos escuros e a pele alivacea, mas este seu aspecto de duro nao espelhava a sua verdadeira natureza de pessoa calma, incapaz de guardar rancor.

      anteciparam o jantar, para ter o tempo para preparar-se para a festa. exagerado talves, mas por outro lado a tia tinha preparado para a ocasiao uma refeiçao nupcial e era preciso ter o tempo para deixar desfilar todos aqueles pratos na mesa.

      depois ficariam prontos para esgotar tudo na festa da ceifa.

      Naturalmente, a espera mais longa foi por causa da preparaçao das duas mulheres da casa. Elio tinha pouca vontade, ja se via pronto assim como vinha vestido antes do pequeno-almoço. Ercole usou umas calças jeans e e alguns quilos de gel nos cabelos, impossivel perceber onde tivesse ido parar.

      Libero foi, entre os homens, aquele que investiu maior tempo. nao saiu do seu quarto até que nao ficou pronto. reluzia, vinha trajado de calças caqui que chegam até a barriga da perna azuis, em cima trazia uma camisa que os Hawaianos teriam considerado exagerada mas que nele nao desfigurava.

      os olhos brilhavam, era uma das festas que adorava para valer.

      Mal que todos ficaram prontos, Elio tentou em vao de subtrair-se àquele supplicio, mas foi atropelado pelo entusiasmo da tia que estava quase ireconhecivel. trazia um vestido preto floreado, os sapatos com salto alto, tinha os cabelos soltos e o rosto maquilhado. pegou-o pelo braço e o escoltou para fora de casa.

      ao longo do caminho podia admirar, além das classicas luzes e bandeirinhas coloridas, as decoraçoes que naquele ano os organizadores da festa tinham efectuado.

      Nas margens das ruas, fardos de feno quadrados, rectangulares, em suma de todas as formas e dimensoes, decoravam a aldeia.

      No centro principal, o monumento dos mortos pela patria estava circundado por enormes rodas de palha.

      A praça principal tinha um palco sobre o qual a banda chamada para tocar preparava os seus instrumentos.

      Em volta da area para a dança, as cadeiras ja hospedavam os idosos que conversavam aguardando para defrutar da vista dos jovens que dançariam no centro. na verdade os mais pequenos corriam para a pista de dança imitando os mais grandes que dentro de pouco tempo os teriam com delicadeza evitados durante as danças.

      a fofoca principal naquela noite era dedicada à chegada na aldeia de Gaia e Elio, os filhos de Carlo e Giulia. os anciaos e os adultos recordavam por turnos os acontecimentos dos