Editado por Harlequin Ibérica.
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A esposa do siciliano, n.º 691 - setembro 2020
Título original: The Sicilian’s Wife
Publicado originalmente por Harlequin Enterprises, Ltd.
Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial. Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.
Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.
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Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited. Todos os direitos estão reservados.
I.S.B.N.: 978-84-1348-546-1
Conversão ebook: MT Color & Diseño, S.L.
Sumário
Capítulo 1
Pensava dizer-lho essa noite.
As palavras estavam claras na cabeça de Cesare. Tinha tomado uma resolução após muito tempo: seis longos anos. Demasiado tempo. A espera acabara com a sua paciência, levando-o por vezes ao limite. Mas nessa noite a espera chegara ao fim. Nessa noite, Megan seria sua.
O som da campainha da porta sobressaltou-o. Tentou acalmar-se porque não queria parecer um polícia com uma ordem judicial; ele era o futuro amante que esperara mais do que podia aguentar pela mulher desejada.
– Senhor Santorino!
A voz da governanta parecia soar confusa. E tinha motivos para isso. Apesar de o convidarem com frequência por ser um colega e um amigo, normalmente, as suas visitas eram previamente marcadas. Por isso, é que não era normal chegar ali daquela maneira.
– Não estávamos à sua espera. O senhor Ellis não nos disse…
– Não… – interrompeu-a, erguendo a mão. – Ele não sabia. Não lhe disse que vinha a Inglaterra, nem que ia passar por aqui.
– Mas…
A senhora Moore recuou um passo, pensando que devia convidá-lo a entrar, mas hesitou.
– Lamento, mas o senhor Ellis não está em casa, foi visitar uns familiares à Escócia. Só cá está a menina Megan.
– Ah! A Megan está cá!
Adorou o tom com o qual falara: de forma desinteressada e com um pouco de surpresa. Assim, ninguém pensaria que a sua visita tinha sido calculada. Que tinha viajado até Inglaterra sabendo que Tom estaria de viagem e que a sua única filha estaria sozinha em casa.
– Então, quer dizer, que já regressou da universidade?
– Sim. Já terminou o curso. Regressou no fim-de-semana… surpreendentemente sozinha.
– Surpreendentemente?
Não. Aquela pergunta era demasiado incisiva, mostrava demasiado interesse.
– Sim, pensei que traria o namorado.
Então, a governanta apercebeu-se de que deixar o amigo do seu patrão na rua não era o mais apropriado.
– Quer entrar, senhor? – convidou, dando um passo para trás. – Tenho a certeza de que a menina Megan vai adorar cumprimentá-lo.
Cesare duvidou que a jovem adorasse vê-lo. A forma como se tinham separado da última vez, numa festa do seu pai em Nova Iorque, dava-lhe poucas esperanças. Mas quando decidiu fazer-lhe aquela visita, tinha a certeza de que superaria qualquer resistência inicial; contudo, a menção de um namorado era uma complicação inesperada, algo que devia ter previsto.
– Vou-lhe dizer que está aqui.
– Não!
«Idiota!», repreendeu-se a si mesmo ao perceber que quase se desmascarara. Aquele «não» tinha sido demasiado rápido, com um sotaque italiano demasiado forte.
Com rapidez, desenhou um sorriso no rosto e fixou o olhar no rosto da empregada. Era um gesto calculado com o qual já conseguira derreter os corações mais duros. E nesse momento, obteve o efeito desejado.
– Não me anuncie. Gostaria de lhe fazer uma surpresa.
– Claro. Ela está na biblioteca.
A senhora Moore assinalou-lhe com uma mão o fundo do vestíbulo.
– Decerto que vai ficar feliz por vê-lo. Na minha opinião, acho que está um pouco deprimida… demasiado pálida e magra para o meu gosto.
Ele fez um esforço por conter a sua impaciência. Seria possível que aquela mulher nunca mais desaparecesse dali?
Por fim, a governanta dirigiu-se até à cozinha. Mas precisamente quando ele ia começar a andar, ela virou-se.
– Deseja tomar um café ou um sumo?
– Não, obrigado. Chamo-a se necessitarmos de alguma coisa.
Utilizou o tom que aplicava aos empregados