Quanto ao cara que a segurava, seu desejo era tão espesso no ar que dava até para sentir o gosto. Os olhos de Hyakuhei se estreitaram quando a necessidade de matar o punk começou a queimar dentro de suas veias. Ele começou a avançar apenas para dar de encontro com um escudo de poeira de arco-Ãris bloqueando seu caminho. O brilho calmante se instalou quando ele se recostou contra a parede mais uma vez estreitando os olhos com desconfiança. Ela foi protegida pelo imortal?
Ele estendeu a mão e tocou o que restava da barreira e deixou que o sentimento calmante o banhasse. Um efeito tão calmo não suprimiria as suas más intenções por muito tempo.
â Garotinhos e seus jogos â sorriu ele quando seus olhos da meia-noite se voltaram para a garota.
A aura dela o pegou completamente desprevenido. Seu olhar percorreu o corpo adorável dela e a pele que brilhava como o orvalho em flor antes da primeira luz do amanhecer. A necessidade de tocá-la sobrecarregou seus sentidos e ele tomou outro passo desconhecido em direção a ela. Desta vez, ignorando o escudo de brilho protetor do imortal.
Quando ele estava prestes a pegar a menina em seus próprios braços, outra onda de possessividade o atingiu como um golpe fÃsico. A aura familiar acariciava seus sentidos, uma que ele não sentira em décadas. Dando uma última olhada na garota que ele havia mentalmente tomado para si, seus olhos escuros se suavizaram brevemente ao tomar uma decisão. Ele a teria, em breve.
Um sorriso inclinou seus lábios astutos enquanto ele recuava na escuridão, fora de vista.
â Então, meu errático Kyou decidiu se juntar ao jogo. Deixe-me ver quais são realmente suas intenções.
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Toya entrou rasgando no apartamento que ele compartilhava com Shinbe, mas quando ele não viu seu amigo, começou imediatamente a gritar.
â Shinbe, onde diabos você está? â Sua raiva era imensa e, por razões óbvias, ele tinha um mal pressentimento sobre a segurança de Kyoko, especialmente depois que Kotaro o informou sobre as outras garotas desaparecidas, tantas garotas.
Seus nervos já estavam a toda e, se ele não colocasse os olhos em Kyoko em breve, ele iria quebrar alguma coisa. Mas, quando ele colocasse os olhos nela, ela teria muita sorte se ele a deixasse sair de sua vista novamente. Se fosse para ele escolher, ele a amarraria permanentemente para tê-la sob sua custódia.
Shinbe saiu do banheiro abotoando sua camisa azul gelo e estava com ares de que iria para algum lugar.
â Estou aqui, qual é a emergência? â Ele se sentou no sofá e começou a colocar os sapatos como se nada o incomodasse.
Kotaro ficou em pé atrás de Toya esperando para ver se Shinbe tinha alguma informação sobre o paradeiro de Kyoko. Inclinando-se contra o balcão da cozinha, ele observou enquanto Toya se elevava sobre Shinbe.
Se Toya lembrasse o que Shinbe fizera por ele no passado, ele provavelmente demonstraria mais respeito ao homem. Kotaro inclinou a cabeça em um ângulo divertido, repensando nisso. Não, ele não faria â se corrigiu ele. Observar o temperamento do menino explodir teria sido divertido se Kyoko não estivesse desaparecida.
â Perdi Kyoko e agora também não consigo encontrar a Suki! â Toya se contraiu quando Shinbe nem olhou para ele.
O sorriso presunçoso de Shinbe estava definitivamente dando nos nervos de Toya. Se Shinbe já não estivesse com apenas meio cérebro de tanto apanhar de Suki, Toya teria aumentado o dano cerebral. Mas agora ele queria que seu amigo ficasse consciente e respondesse suas perguntas.
Shinbe terminou de amarrar seus sapatos sabendo que Suki o odiaria por isso, mas ele não se importava. Ele a compensaria depois. Eles sempre se divertiram depois de uma briga. Seu olhar se perdeu neste pensamento agradável. Fazer as pazes seria legal...
Ouvindo um grunhido perigoso, Shinbe rapidamente voltou sua atenção para o amigo, levantando uma sobrancelha calmamente.
â Quê?
â Shinbe, que droga! Não estou brincando! Onde diabos estão Suki e Kyoko? â Toya surtou, seus olhos dourados perfurando seu amigo como uma faca. Se Shinbe não o respondesse logo, ele sabia que iria explodir.
Shinbe franziu a testa confuso quando notou Kotaro encostado na bancada. Toya e o chefe da segurança nem se toleravam, muito menos saÃam juntos. Seu peito apertou.
â Não sei com certeza, mas Suki me dispensou esta noite dizendo que estava saindo com uma amiga, mas não me disse com quem.
Quando Toya começou a xingar novamente, Shinbe levantou-se.
â Espera, não terminei, então não surte. Enquanto eu estava no apartamento dela antes, vi um folheto em seu balcão sobre a Midnight Club e a data de hoje estava circulada. Ele sorriu lascivamente.
â Eu estava me arrumando para ir lá e ver se eu a encontrava.
Kotaro suspirou enquanto Toya começava a vociferar algo sobre garotas idiotas. Não querendo perder tempo, ele se virou para a porta.
â Obrigado, Shinbe â disse ele sobre o ombro enquanto saÃa agora mais preocupado do que nunca. Ele só esperava que Kamui estivesse com ela, protegendo-a de alguma forma.
Shinbe inclinou a cabeça para o lado olhando sobre o ombro de Toya quando Kotaro partiu, e então ele se endireitou para franzir a testa para Toya.
â O que está acontecendo e por que Kotaro estava aqui? â A preocupação brilhou em seus olhos de ametista. Ele sempre gostou de Kotaro, mas não podia confessar isso a Toya sem ser rotulado como um traidor.
Toya tirou as chaves do bar enquanto respondeu:
â Vou te contar no caminho.
Ele virou-se e partiu para a porta, sequer se preocupando se Shinbe estava indo atrás. Ele odiava estar sem Kyoko. Isso sempre fazia com que ele se sentisse confuso. Era hora de encontrá-la e colocá-la de volta no seu lugar: ao lado dele.
CapÃtulo 5
Kyoko não gostou da forma como Yohji estava reagindo ao rubor dela e sentiu seu ressentimento começar a surgir. Empurrando o máximo que pôde com as palmas das mãos pressionadas contra o peito dele, seus olhos dispararam faÃscas irritadas enquanto tentava novamente fazê-lo soltá-la.
â Olha, quero que me solte agora, Yohji! Estou aqui com alguém. â Seus olhos se arregalaram quando ele simplesmente deu uma olhada presunçosa e a prendeu de novo.
â Merda! - Kyoko enfureceu-se e pisou forte com o pé, tentando atingir o dedo do pé de Yohji.
Do outro lado do salão, Tasuki levava um chá normal de volta à mesa. Olhando para a porta para ver se ele podia detectar Kyoko, seus olhos escureceram ao notar que Yohji a assediava. A maioria das pessoas que o conhecia acreditava que Tasuki era um tÃpico americano, meigo, companheiro e o mais popular na escola, mas ele tinha um temperamento oculto.
Yohji estava à beira de testemunhar isso se ele não tirasse as mãos de Kyoko.
A ira de Tasuki estava estampada em seu rosto enquanto ele atravessava o salão para resgatar sua doce Kyoko. Ele sabia, depois de ouvir outros conversarem na faculdade, que Yohji e seu irmão eram agressivos com as meninas e até foram acusados de estupro mais de uma vez.
Quando ele se aproximou deles, viu o irmão de Yohji, Hitomi, ao lado dele, mas Tasuki não deixou que isso o impedisse. Aqueles dois caras eram venenosos e ele sabia disso. Os olhos de Tasuki ganharam uma sombra iluminada de ametista enquanto avançava. Sua adrenalina estava